The Gloaming – 01×01 – The Dying of the Light
| 11 Jun, 2021

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[Não contém spoilers]

Uma mistura de crime com elementos sobrenaturais é o que promete The Gloaming, uma série australiana disponível agora no Disney+. Contando com Ewen Leslie e Emma Booth nos papéis principais, as duas personagens investigam um crime que aparenta estar conectado com outro homicídio, ocorrido há mais de 20 anos.

Se estás à espera de um thriller viciante e com voltas inesperadas, esta provavelmente não é a série para ti. The Gloaming foca-se intensamente nas suas personagens e nas relações (e ex-relações) entre elas. Sem revelar muitos detalhes, por medo de entrar em território spoiler, todos os elementos criminais e sobrenaturais estão conectados ao passado das personagens e às suas ligações. A série é mais do que descobrir quem é o assassino, convidando o espectador a descobrir quem são as personagens, muitas delas moralmente ambíguas.

Como alguém que adora séries focadas no desenvolvimento de personagens e thrillers psicológicos, achei que esta série era para mim, mas acabei por encontrar alguns problemas. Achei que o ritmo da série não estava adequado, pois certas cenas eram demasiado curtas e acabavam bruscamente, enquanto outras se prolongavam muito para lá do necessário. Para episódios de cerca de 50 minutos, um ritmo estranho não ajuda. A técnica usada para mostrar ao espectador um pouco das personagens é feita por cenas muito curtas, que quase parecem ser inconsequentes com a história principal. Percebo que o objetivo é não revelar demasiado e manter o mistério, mas dei por mim frustrada por não ter um fio condutor por onde seguir a história.

Vale a pena espreitar a série pela incrível representação dos atores principais, que conseguem realmente  interpretar personagens ambíguas, além da sua dinâmica conjunta, que é excelente. Para uma série que é focada nas personagens, é mesmo essencial que estas tenham potencial e, neste caso, acredito que há pano para mangas.

Para primeiro episódio, considero que não teve a força suficiente para me cativar, mas como é uma série slow-burn, acredito que me conseguiria prender após uns episódios, quando estivesse familiarizada com as personagens. Talvez esta série seja melhor quando vista toda de uma vez. Aliás, na Austrália foi lançada toda a temporada em simultâneo e faz mais sentido assim do que ser lançado um episódio por semana.

Ana Oliveira

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