Depois de A Generala, O Clube é o próximo grande lançamento, na área das séries, da OPTO SIC para encher o catálogo de originais. Uma aposta arrojada, cheia de caras conhecidas, de mulheres bonitas e de vida na noite.
No centro da história temos o próprio clube. O local sob o qual todas as personagens gravitam e que fornece as paredes para que o drama se desenvolva. José Raposo guarda as suas muralhas e dá a introdução das personagens sob o seu prisma. Um prisma veterano, mas não desgastado, agarrado ainda a ideais que uma nova geração promete não respeitar. Aliás, o conflito entre gerações em muito domina a história. O dono da velha guarda a discordar do rumo que a filha, e ansiosa pela mudança (Margarida Vila-Nova), deseja imprimir no negócio ou o método de trabalho das veteranas Michele (Luana Piovani) e Maria (Vera Kolodzig) a contrastar com a rebeldia de Irina (Carolina Torres).
Há muitos lugares-comuns como o início do episódio começar com a morte de alguém, a narração de exposição e as tradicionais máfias de leste. Há também uma certa incapacidade em formar uma cadeia de acontecimentos de forma fluida, já que se navega entre cenas e esta pareçam umas “coladas” às outras, com gente a dançar para servir de transição. O facto de o clube ser uma personagem por si só, e ser possível mover o foco sem mudar o local, poderia dar asas à imaginação na realização. Esperemos que isso aconteça para lá do episódio piloto que assisti.
No entanto, há algo de bastante positivo a destacar neste episódio de O Clube: a capacidade de intrigar sobre o que poderá acontecer nos próximos capítulos. Há personagens cujas intenções e planos não são claros (a personagem da talentosa Filipa Areosa e do consagrado Vítor Norte), secundários que parecem ter algo para dar (Vera Moura e João Baptista) e adições que ainda irão aparecer (Sara Matos). São dez episódios que a série tem para fazer uma história que suba acima do que já vimos em tantos outros cantos. O talento feminino está lá e só precisa que a deixem brilhar.
Como a série é portuguesa e é impossível não se falar disto (apesar de ninguém pestanejar se acontecer na HBO ou Showtime), sim, há muita sensualidade e sexualidade. A realização está nas mãos de Patrícia Sequeira durante toda a temporada e embora haja “tensão” espelhada por grande parte das cenas, nunca dá a impressão de ser de mau gosto, mal feita ou até excessivamente gratuita. A única diferença é que se fala em português e isso já não deveria ser estranho para ninguém hoje em dia. Portugal tem atrizes lindíssimas, e muitas desfilam no “Clube”, mas são, acima de tudo, boas atrizes (que o diga Vera Kolodzig, que tem a cena mais quente do episódio, mas é também aquela que agarra mais pela intensidade da personagem).
Vou manter as minhas reservas no que toca ao resto da temporada, e ver de que modo a história se desenrola. Os parabéns à OPTO por um piloto bem conseguido em particular e por um lançamento com boas apostas no geral.
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