Broke – 01×01 – Pilot
| 04 Abr, 2020

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[Pode conter spoilers]

Javier (Jamie Camil), um homem rico e mimado, vê cortado o seu acesso à fortuna da família. Javier e a sua esposa Elizabeth (Natasha Leggero) veem-se então forçados a mudar-se para a casa de infância dela e a pedir ajuda a Jackie (Pauley Perrette), a irmã de Elizabeth com quem ela já não fala há anos.

Ora bem, eu sei que com a quantidade de séries que se fazem atualmente e com a quantidade de histórias que existem, independentemente do formato, dificilmente se encontra um enredo que possa ser considerado “novo” ou “original”. Espero portanto que compreendam que quando eu digo que uma série destas “não é/traz nada de novo”, não é a isso que me refiro. O que eu quero dizer é que estamos perante uma série pouco imaginativa, “batida”, algo que já vimos inúmeras outras vezes, com personagens melhores, melhores atores, ou um enredo mais interessante. Isto, em resumo, é Broke.

Não é que a série não tenha piada. Este tipo de formato, o próprio género da sitcom, é um género que facilmente se reproduz e geralmente resulta numa série que, à falta de melhor expressão e perdoando o mau português, “vê-se bem”. No entanto, é também um género que é muitas vezes tomado como garantido. Como se a fórmula fosse o suficiente para sustentar o interesse do público, quando, na verdade, não é. Broke podia ser uma série gira se houvesse alguma coisa de consistente, ou pelo menos de interessante, nas personagens ou nas suas relações. Algo que nos agarrasse. Na verdade, até há um ou outro momento desse género. O momento que Luis (Izzy Diaz) e Jackie partilham na cozinha é suposto ser uma forma de humanizar Javier. Mas na verdade torna-se o momento de glória da personagem de Luis, que surpreende por ser estranhamente genuíno numa série de exageros e banalidades. O momento entre Elizabeth e Jackie, o breve momento de paz entre as duas irmãs, também acaba por ser giro ainda que seja extraordinariamente típico. No entanto, a série acabam por ser maioritariamente lugares comuns, extremos, e repetições.

Jamie Camil, noutra plataforma e com outro nome, retoma aqui o seu papel como Rogelio de la Vega (de Jane the Virgin). Infelizmente, a diferença crucial é que onde Rogelio revelava complexidades que se enquadravam na tapeçaria intrincada que eram as relações entre personagens em Jane the Virgin, Javier fica pelo superficial. Onde Rogelio jogava com a expectativa dos tropos da telenovela, Javier fica-se pelo expectável. Coisa que, diga-se de passagem, pode ser dita acerca de todos os elementos da série. Até a performance de Perrette dificilmente pode ser elogiada para lá de ser diferente da personagem pela qual a conhecemos melhor, a Abby de NCIS.

Broke, para quem procura uma boa série, não é algo que eu recomende. Aliás, se têm outras séries para ver sugiro que aproveitem este tempo para fazer isso mesmo, em vez de se meterem a ver esta. No entanto, se quiserem uma comédia que vos ocupe o tempo e vos desocupe a mente, serve perfeitamente. Da minha parte, ficaram avisados: não vale a pena esperar grande coisa.

Raquel David

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