This Is Us – 04×16 – New York, New York, New York
| 12 Mar, 2020

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[Contém spoilers]

Gostava de deixar assente desde o início que gostei bastante deste New York, New York, New York, muito mais do que o episódio anterior de This Is Us, pois senti mais naturalidade na forma como tudo se ligou.

Vamos já passar ao mais flagrante, este desentendimento entre Kevin e Randall (será que é isto que provoca o eles não falarem um com o outro no futuro?)… Bem, eu adoro o Randall, mas já sabia que ele não se ia conter e que não ia respeitar os desejos do irmão. Não gostei mesmo nada, até porque não era algo que custasse assim tanto – era só até à manhã do dia seguinte. E sejamos sinceros, a Rebecca estava a divertir-se imenso até àquele lapso. Cada vez mais nota-se a necessidade que Randall tem de estar na terapia e ainda bem que está, desde a ansiedade aos problemas de controlo que ele tem, ele precisa de algum tipo de ajuda profissional. Viver obcecado com o que poderia ter sido em relação ao Jack se ele tivesse tido uma atitude diferente não lhe faz bem, de todo. E achar que só ele na família saberá o que é melhor para a sua mãe só porque foi o filho que esteve mais próximo dela sempre é de uma certa superioridade que não me agrada – quer dizer, mesmo depois de a Rebecca dizer que não é aquilo que pretende, ele dá na cabeça de Kevin e diz que a culpa é sua? Sim, o tratamento poderia ser melhor, mas não, ele não tem o direito de decidir pela mãe.

Claro que não nos podemos chatear com Randall… ou já nos esquecemos de como Kevin lidou com a morte do pai e com os seus problemas todos através do consumo excessivo de álcool e até mesmo a sua viagem ao Vietname e tudo aquilo que passou com o tio Nicky? Ou até o quão apegada ao pai Kate sempre foi, guardando, por vezes, ressentimentos para com a mãe? Cada um dos irmãos teve a sua maneira de lidar com a morte do pai, uns com mais consequências do que outros. Uma coisa é certa, esta é a temporada de Randall, tal como já tivemos uma temporada de Kevin e de Kate. Com os problemas da bebida de Kevin e com os problemas que Kate tinha com o seu peso, embora soubéssemos que Randall tinha problemas de ansiedade, ele pareceu sempre o responsável da família – aliás quando a Rebecca ficou doente só queria que ele soubesse. Isto tudo para dizer que o peso que lhe colocaram, começa a fazer-se sentir. Embora não tenha gostado nada da sua atitude, nem de toda a desconfiança em Kevin, compreendo-o e quero que seja ajudado. Não acho que se devam chatear por isto, claro que Randall terá de assumir outra postura, mas é bom que Kevin não se esqueça que também já passou por maus momentos e a família é para isso.

Depois de todo este desabafo, gostava de falar de Nova Iorque e como foi o ponto de ligação de todo o episódio. Achei muito bonito e realista todo o arco de Rebecca, não foi só ela que teve uma vida de “para a próxima faço”, todos nós temos um pouco disso nas nossas vidas e conseguimos relacionar-nos com ela. É algo que faz uma pessoa refletir, até porque não é como se o que ela quisesse fazer, fosse algo super complexo, era uma coisa básica que já tinha tido oportunidade, mas achava que teria tempo noutra ocasião. E realmente o tempo pode ser uma coisa bela, quando se tem em grande quantidade… mas como sabemos a quantidade de tempo que temos? Jack, seguindo as leis naturais, também teria muito… Claro que uma doença como a de Rebecca abre os olhos de uma pessoa para olhar as coisas numa perspetiva diferente. Fiquei contente que ela tenha conseguido finalmente ir ao MET.

Nessa viagem, no início não estava a gostar nada de Jack. Percebo que tenha ficado todo inseguro pelas histórias que Bec contava sobre o pai e a cidade, mas não era razão para ele agir como agiu, se ele nunca esteve em Nova Iorque quem devia comandar o dia devia ser Rebecca. Claro que ele lá deu a volta a tudo com o passeio de carruagem (obrigada ao professor do Kevin por ter alertado para o mal que faz aos cavalos) e pelas nozes que a Rebecca comia na sua infância, mas cada vez mais é evidente que muito do crédito que Jack recebia dos filhos também se devia a Rebecca e que ela ficou sempre um pouco na sua sombra. Mas calma, não estou a desgostar de Jack… não, nem um pouco. Estou é, a cada episódio que passa, a gostar mais e mais de Rebecca.

E na próxima semana, no penúltimo episódio desta temporada, teremos o tão falado e aguardado episódio “e se Jack não tivesse morrido no incêndio?”. Como viemos a saber esta semana, este é um pensamento que não abandona os pensamentos de Randall e como tal é pertinente o episódio… será? Eu estou um pouco cética. Adoro Jack sem dúvida, mas tal como Kevin, não vivo no passado, e o que mais me interessa é ver o presente desta família desenrolar-se de forma a encontrar-se com o futuro que nos têm vindo a mostrar. Ainda assim, se o episódio conseguir de alguma forma ajudar a preencher alguns “buracos” da história atual, e não for apenas um filler emotivo, de certeza que vou gostar dele. Teremos de esperar pela próxima semana.

Ana Leandro

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