The Stand – 01×01 – The End
| 20 Dez, 2020

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[Contém spoilers]

Finalmente chegou a mais recente adaptação de The Stand, que é considerada uma das duas melhores obras de Stephen King, a par de IT. Este primeiro episódio é mau para os fãs de King, onde me insiro, isto porque foi um belo primeiro episódio e vai dar-nos esperanças que esta seja uma boa adaptação. Algo raro no universo de King.

Começando pelo enredo, o contexto está todo neste episódio. Adorei a maneira simples como introduziram a pandemia, que já agora não tem nada, mesmo nada a ver com o nosso contexto atual, o livro foi escrito em 1978 e a história já era exatamente assim. Vimos a evolução rápida: no espaço de uma semana, 99% das pessoas de uma pequena vila tinham morrido e já só sobravam Frannie (Odessa Young) e Harold (Owen Teague). Mesmo a parte mais repugnante, transpira King por todo o lado. Repararam naquela baba, deveras nojenta, com que as pessoas ficam quando já estão quase a morrer? Portanto, o que é que sabemos até agora? Há uma pandemia extremamente mortífera, apenas um punhado de pessoas são imunes, tivemos vislumbres de um futuro onde se forma uma espécie de comunidade e temos dois peixes graúdos a aparecer em sonhos das pessoas, Abagail (Whoopi Goldberg) e o lobo com olhos vermelhos, que se transforma num homem. Temos os diferentes elementos iniciais para arrancar com a história daqui para a frente e muitas questões para serem respondidas. Infelizmente não vou poder teorizar, uma vez que já li e conheço bem a história completa, mas gostaria de ler que teorias tens.

Mais de 50% do trabalho numa adaptação do King são os personagens. Ele escreve personagens tão reais, tão complexos, que às vezes é impossível trazê-los à vida sem aquele acesso aos seus pensamentos que a escrita nos permite e a televisão não. No entanto, até agora acho que está um belo trabalho feito, apesar de ser só a introdução. Mother Abagail ainda participou muito pouco, mas o pouco que fez parece-se imenso com a personagem original. Stu e Frannie também parecem boas adaptações, Stu (James Marsden) como alguém cujo seu drive interno é fazer o bem. Repararam naquele pormenor dele a fechar os olhos do Dr. Ellis? E Frannie, como alguém que está a viver uma depressão e ficou fechada com alguém por quem tem alguma repulsa no começo. No entanto, o pelouro de melhor personagem do episódio tem que ir para Harold. Owen Teague faz uma interpretação brutal do desequilíbrio mental que o seu personagem está a viver; ele não é mau nem é bom. É desequilibrado e só quer que alguém, neste caso Frannie, goste dele.

Nem tudo é um mar de rosas. No geral gostei bastante do episódio, mas há um ponto que não me convenceu: as mexidas na linha temporal. Acho que em 95% dos casos fica confuso desnecessariamente e não acrescenta grande efeito ao episódio. Neste caso concreto, acho que os flashbacks ao passado como a fuga do soldado Campion são boas e ajudam a perceber melhor a história, mas não fiquei nada fã do salto temporal no fim do episódio. Como assim mostram já que Frannie está grávida de Stu? Se o objetivo é criar um ligeiro choque no primeiro episódio conseguiram, mas tinha sido tão melhor deixar os acontecimentos fluírem, vermos Harold a ligar-se a Frannie cada vez mais e depois Frannie a conhecer Stu e ficar com ele. Agora já não será uma surpresa ver isso a acontecer e lembro-me que na leitura do livro tinha gostado bastante dessa parte. Achei um desperdício de uma oportunidade dos espectadores se ligarem mais a Harold se tivessem tido tempo de ver isso a acontecer. Vamos ver como é que eles mexem com as linhas temporais daqui para a frente.

A grande incógnita para mim vai ser Dark Man, interpretado por Alexander Skarsgård, que tem o papel difícil de interpretar o mesmo personagem a quem Matthew McConaughey deu vida no filme Dark Tower. Sim, o personagem é o mesmo! Lembrem-se que há uma coisa chamada o Universo do King e apesar de o filme ter sido um autêntico fiasco, Matthew faz um bom trabalho (suspeito que mesmo que ele quisesse não conseguiria fazer um mau trabalho). Ainda vimos pouco do Dark Man, quase que só vimos as suas botas, mas tem potencial.

O que achaste? Vais continuar a ver? Por cá, a série vai ficar disponível semanalmente na HBO Portugal.

Raul Araújo

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