Vikings – 05×10 – Moments of Vision
| 28 Jan, 2018

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Esta semana marcou o final da primeira metade de temporada para Vikings e para muitas personagens foi um fim de linha… Sabíamos que este episódio seria o da derradeira batalha, onde muitos destinos seriam traçados, vidas perdidas, mas Moments of Vision não foi nada previsível, muito pelo contrário, a realização foi uma agradável surpresa e deu-nos uma perspetiva e visão da batalha bem diferente do que a série nos habituou em prévios confrontos.

Deambulamos assim, entre flashs da batalha, centrados em cada personagens, ou em duos fortemente conectados, e daí para flashbacks dos momentos que antecederam a grande guerra e até memórias de infância que nos permitiram compreender o estado de espírito de cada guerreiro perante o que se avizinha, a aceitação de que aquela batalha poderia ditar o fim da sua vida terrestre, mas, sobretudo, que poderia marcar a sua entrada em Valhala. Essa oscilação de cenas teve um tom místico poderoso, até porque, mesmo nas cenas em batalha, o cenário ia mudando entre o caos da batalha e um terreno etéreo só com as personagens em foco, aliadas do plano mundano, quase como duas dimensões, térrea e proféticas, que se fundissem naquele momento. E sabemos a ligação que os vikings têm aos seus deuses!

Antes de irmos à batalha por Kattegat e por vinganças por resolver, vamos só rever o que aconteceu na jornada de Floki. Vínhamos da primeira morte naquela terra santa e Floki temia que, se essa morte fosse resolvida com vingança, se perpetuasse um ciclo interminável de morte. Tentou então convencer o pai que acabara de perder o filho a tomar a atitude apaziguadora para evitar esse ciclo, mas as suas palavras foram em vão, o culpado pelo acidente foi assassinado e Floki revela-se desiludido, a missão falhou, comportarem-se como humanos perante esta dádiva dos deuses e ele deixa-nos com palavras enigmáticas sobre oferecer-se como sacrifício. Será este o final do nosso Floki?

E de regresso a Kattegat, o episódio levou-nos de embate em embate. Começámos com os irmãos Harald e Halfdan. A ligação entre os dois continuou fortemente presente sob a forma de uma canção que partilham entre os dois acampamentos, depois uma conversa entre Halfdan e Bjorn dá-nos plena noção de que ele está satisfeito com o que a vida lhe deu, está comprometido à causa de Bjorn, mas está preparado para morrer e entrar em Valhala. E depois de deitar vários adversários por terra, quando chega o momento do confronto com o irmão não oferece resistência, deixando-o concretizar o golpe que marca essa passagem. Faz sentido para mim o comportamento de Halfdan tendo em conta o que fomos conhecendo cada vez mais dele ao longo desta temporada, mas não deixa de me chocar o facto de o irmão não ter tremido e hesitado no momento de acabar com a vida de alguém com quem partilhou tanto. Fica a promessa de um reencontro em Valhala. E Harald também sofreu um forte revés nesta batalha, apesar de ainda não o saber.

Seguimos para a dupla Hvitserk e Ubbe. Percebemos pelas cenas entre Ivar e Hvitserk que este último se arrepende de ter saído do barco de Ubbe. Ele fê-lo essencialmente por medo de Ivar, mas percebe agora que segue um líder muito irracional, louco e não, essa decisão não tem retorno. Em batalha, Ubbe e Hvitserk ficam frente a frente e Ubbe coloca a espada no pescoço de Hvitserk, que também não parece oferecer resistência, talvez pelo arrependimento da sua escolha. Contudo, Ubbe continua a gostar do irmão e fraqueja nesse momento, sendo que ambos ficam vivos para futuros confrontos. Ao deixar Hvitserk viver, Ubbe acabou indiretamente por condenar à morte o filho mais velho da sua recente paixão, Torvi, uma vez que é Hvitserk que desfere o golpe que o mata. Para Ubbe, poderá haverá esperança de um futuro mais risonho que este dia, uma vez que, numa conversa de Magrethe com o “The Seer”, fica no ar a ideia de que Ubbe será rei de algum reino que não Kattegat. Infelizmente para Magrethe, não me parece que ela possa fazer parte desse futuro de Ubbe.

Bjorn foi o guerreiro brutal que nos habituou, mas sofreu duas pesadas derrotas neste episódio: perdeu a batalha, aliás, nada poderia fazer para o evitar, decidindo-se pela retirada que poderia poupar mais vidas ao seu povo e perdeu também o seu recente amor, a princesa Snaefrid, que caiu em combate, não sem antes derrotar vários adversários com um estilo de combate interessante, com recurso a uma corda prendendo uma pedra na ponta. Bjorn tem agora de recuperar os cacos que sobraram no rescaldo desta derrota, reunir as suas forças, fugir de Kattegat e tentar reerguer um reinado caído.

E a personagem que mais perdeu com esta batalha: Lagertha. As cenas prévias ao embate mostravam uma guerreira pronta a morrer a lutar, despedindo-se do bispo com um último beijo. Lagertha foi espetacular em combate, como sempre é, e pelo meio fomos transportados para uma memória da sua infância, na qual o seu pai lhe oferece o símbolo do Deus Thor com a promessa que a protegeria sempre. Talvez ela tenha viajado a essa memória porque duvidou dessa proteção quando a vitória pendia inevitavelmente para Ivar, devido à clara supremacia de números do seu exército. Não tivemos o confronto que tanto esperávamos entre Ivar e Lagertha, aliás, este manteve-se sempre à distância, a ver os seus adversários cair e fugir, ainda que também desejasse que Lagertha o confrontasse. Em vez disso tivemos um encontro em batalha entre Lagertha e Astrid, um encontro comovente que confirmou o sentimento de Astrid, que escolheu a morte em detrimento de gerar um filho de Harald. Lagertha foi “obrigada” a executar o golpe final e a acabar com a vida da sua amante e do seu filho por nascer, um ato que, pelo que vemos de Lagertha na cena final, parece tê-la quebrado, uma vez que ela surge com uma expressão totalmente vazia e visivelmente desgastada, como se tivesse passado vários anos e estivesse acabada. Será que teremos Lagertha a entrar na espiral decadente que vimos Ragnar atravessa nos seus últimos tempos? Ou teremos uma Lagertha a erguer-se das cinzas e a enfrentar Ivar como desejamos?

Ivar foi o vitorioso, mas, quanto a mim, foi de novo o bobo do episódio e o protagonista das piores cenas. Ivar, para sobreviver a tudo, basta-lhe encher a cara de raiva e gritar aos ventos. Aconteceu frente à armada inglesa quando estava indefeso ao cair do cavalo e tornou a acontecer quando exposto a um mar de setas; nem se protege com um escudo, limita-se a gritar e todas falham o alvo. E o que foi aquele momento em que larga os apoios e anda normalmente? Uma explicação possível para esta cena, à semelhança do que aconteceu com outras personagens, é que foi uma cena mística fruto da sua imaginação.

A última cena de todas traz-nos Rollo de volta ao ecrã. Ele está a chegar e veremos qual foi a real intenção ao enviar as suas tropas para se juntarem ao exército de Ivar. Será que ele enviou o seu exército para agora ficar, reclamar os louros e juntar Kattegat às terras sobre o seu domínio ou vem apenas partilhar o triunfo com Ivar. Veremos as reais intenções de Rollo. Outra questão que fica hipoteticamente em aberto é que Harald e Ivar venceram, mas sabíamos à partida que as suas intenções colidem e um dia terão de se enfrentar.

André Borrego

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