Arrow – 06×01 – Fallout
| 15 Out, 2017

Publicidade

[Contém spoilers]

Green Arrow começa a nova temporada com uma seta ao lado.

Agora que já estrearam todas as novas temporadas das séries do Arrowverse, qual era aquela por que mais ansiavam? E qual vos agradou mais? Infelizmente, tenho que confessar que este ano todas elas me acabaram por desiludir. Não sei se foi por Supergirl ter tido um começo tão fantástico o ano passado e este ano ter ficado aquém, por The Flash ter demonstrado tanto potencial desperdiçado ou por Legends of Tomorrow continuar repetidamente a pressionar nos mesmos erros, mas esperava mais de todas e aquela que conseguiu desiludir mais foi Arrow. É o que acontece quando elevamos a barra e quando se entrega uma 5.ª temporada boa e sólida e com uma estrondosa season finale. Depois disso, o público exige que a qualidade se mantenha, exige mais do bom material. No entanto, nesta season première, o que aconteceu foi que Arrow não convenceu.

O episódio mais pareceu ter sido realizado por Michael Bay, com muitas explosões e ação, mas tudo sem significado e com uma história confusa e inexistente. Somos lançados numa “salgalhada” que nos vai desmotivando ao longo do episódio.

Os primeiros 6/7 minutos admito que foram brilhantes. Desde as cenas de ação bem intercaladas e envolventes, com Green Arrow a emergir da água e a disparar setas por todo o lado e Mr. Terrific a usar as T-Spheres para desarmar o míssil, tudo indicava um episódio fenomenal. Também gostei da apresentação das personagens, mostrando assim quem tinha sobrevivido. Mas daí para a frente foi sempre a piorar.

A grande pergunta que nos ficou a matutar na cabeça todos estes meses foi: quem é que sobreviveu à explosão de Lian Yu? Seria de esperar que se mantivessem as personagens principais praticamente todas e com informações da nova temporada pudemos adivinhar grande parte do que ia acontecer. Samantha tinha obrigatoriamente que morrer para Oliver poder ficar com a guarda de William. Podiam, porém, ter dado um pouco mais de impacto à cena, mesmo tendo esta sido uma personagem com quem tínhamos pouca ligação. Foi uma cena apressada e sem qualquer preocupação em dar algum valor à personagem ou mesmo credibilidade ao que estava a acontecer. De facto, as explosões da ilha pareceram mais que falsas e os personagens limitaram-se a correr de um lado para o outro, sendo a maior surpresa não terem sido todos rebentados.

Já o coma de Thea foi uma jogada inteligente e interessante, mas mais uma vez Oliver pareceu fora de personagem ao lidar com o que aconteceu à irmã. Quando as personagens começaram a aparecer e Thea foi referida sem provocar qualquer desconforto até pensei que se tivesse também safado sem problema. Se formos realistas, um dos problemas da temporada passada foi Thea muitas das vezes não ter grande coisa para fazer. A série começa a ficar lotada com personagens, não havendo tempo para se focar em todas elas (e quando podiam ter eliminado algumas decidiram não o fazer. Incompreensível!). O coma serve assim para dar um maior impacto às consequências do plano de Chase, permite aos produtores não se preocuparem com Thea durante uns episódios e esperemos que também permita que quando ela acorde lhe seja dado um arco de história de que precisa desesperadamente.

Diggle sobreviveu, mas, aparentemente, não incólume. Devido a um trauma quer físico, quer psicológico, este parece incapaz de segurar uma arma sem lhe começarem a tremer as mãos, o que dá lugar a uma premissa que pode ser muito estimulante, mais uma vez realçando o impacto que a última ação de Chase teve na Team Arrow.

Felicity não iria nunca morrer e parece que a chama de Olicity está de novo acesa, embora pareça que as coisas vão tomar o seu tempo. Quem estava no limbo (pelo menos até serem reveladas informações da nova temporada) era Slade Wilson. O regresso dele foi épico, mas, tendo-se redimido, poderia ter sido um final digno para a personagem. Porém, também tem toda lógica ter sido um dos sobreviventes, pois era um dos que mostrava ter mais capacidades para isso. Estou entusiasmado para ver o que farão com a personagem e espero que tenhamos um bom arco com Deathstroke.

Quanto aos novos recrutas, tinham que sobreviver todos? Existem argumentos para eliminar qualquer um deles. Para que precisamos de duas Black Canary? Não serão dois génios – Felicity e Curtis – uma redundância? O que é que Wild Dog ainda tem para dar de novo à serie? Teria sido importante terem escolhido pelo menos um deles para eliminar ou incapacitar definitivamente. Pessoalmente iria pela opção de Wild Dog. Teve um bom desenvolvimento na temporada passada, mas, como vimos neste episódio, parece que o resta para ele é um repetir do que já vimos. Mais uma audiência para ter a guarda da filha e talvez depois mais uma luta entre conseguir ser herói e pai… desnecessário! Mas gostei muito do novo fato dele, teve direito a um verdadeiro upgrade.

Black Siren, Quentin e Black Canary foram sem dúvida o pior deste regresso. Para quê guardar o segredo depois de terem descoberto que Black Siren estava viva? Irá o problema de alcoolismo de Quentin ser explorado pela milésima vez? Ou teremos o ex-detetive a chorar pela sua filha que não é filha durante a temporada inteira? Apesar de ser uma das personagens mais queridas da série fica a dúvida se o seu tempo também já não passou. O confronto entre as duas Black foi tão forçado em apenas 45 minutos que as vimos confrontarem-se umas três vezes e nenhuma delas com qualquer tipo de impacto significativo. A essência de uma das personagens mais importantes do material de origem de Arrow continua a não ser retratada da forma que merece e Dinah parece mostrar que não tem o que é preciso.

Black Siren como vilã é algo que nos tentam vender vezes e vezes sem conta, mas que continua sem funcionar. As suas motivações aparentam ser tão vazias como os ataques que ela planeia. A invasão da esquadra da polícia foi ridícula, em grande parte graças a uma cena pobremente realizada em que Faust só consegue concretizar o seu plano devido ao polícia que tinha à sua frente ter os reflexos de uma preguiça. Pode talvez ter sido uma tentativa de recriar a cena da fuga de Joker da prisão em Batman: The Dark Knight, mas foi, de todo, uma tentativa falhada. Quanto ao ataque à Arrowcave, o melhor é mesmo contratarem uma equipa profissional para lidar com a segurança do esconderijo, porque toda a gente consegue lá entrar facilmente.

E quanto a Artemis, Talia, Nyssa e Boomerang? Houve uma referência a uma filha de Ra’s al Ghul estar viva, mas qual? A ferramenta dos flashbacks, apesar de a história do passado de Oliver ter acabado na temporada passada, continuará a ser usada para nos mostrar pormenores de outras histórias, nomeadamente o que aconteceu em Lian Yu e como as personagens sobreviveram.

Outra informação interessante revelada pelos produtores sobre esta temporada é que a identidade de Vigilante será finalmente revelada. Depois de ter sido um dos pontos fortes da temporada passada, a curiosidade sobre quem se esconde por detrás daquela máscara é muita. Esperemos que seja tão awesome como nos prometem que vai ser.

Voltemos um pouco ao filho de Oliver. Que idade é que tem William? Dez anos, se não me engano. Ora, num universo em que Bruce Wayne se começa a transformar em Batman pouco mais velho que isso, onde existem equipas de crianças a combater super-vilões como os Teen Titan e outros, não faz sentido a maneira como esta personagem é retratada. Ele age como se tivesse cinco anos (o homem mau?!) e, para além disso, outra falha recai no sentido de que apesar de os produtores tentarem mostrar uma forma de PTSD (Perturbação de Stress Pós-Traumático), mais parece que ele sofre de um certo nível de autismo. A decisão de trazerem de volta William à serie na temporada passada só podia indicar que ele ou iria ser morto ou teria direito a uma história focada nele. No entanto, se vamos ter uma criança amuada a fazer Oliver remoer a todos os momentos que a culpa é dele, se calhar mais valia ter sido eliminado por Adrian Chase.

O tema da parentalidade irá ser abordado nesta temporada não só através da relação entre William e Oliver, mas também com Slade Wilson e o seu filho, Joe). Após passar de mentor para vilão e, no final, um aliado, a abordagem a Slade desta vez será mais emocional e virada para a sua nova forma de encarar a vida. Encontrar o filho é um passo crucial nesta nova oportunidade dada à personagem.

Vamos esperar ansiosamente que o próximo episódio seja muito melhor e que este regresso tenha sido apenas um tropeçar e não um indicador do que nos espera o resto da temporada. Em “Tribute”, podemos esperar para ver como Oliver vai reagir ao cliffhanger deste episódio (que foi outro dos aspetos que apareceu do nada) e como se debate entre equilibrar ser um super-herói durante a noite, prefeito de dia e arranjar ainda tempo para ser pai; podemos ainda contar com o regresso de Anatoly a Star City (Oliver e Anatoly não ficaram em muito bons ‘termos’ no seu último encontro, por isso é provável haver muita tensão). Até lá, salvem as vossas cidades!

Emanuel Candeias

Publicidade

Populares

estreias calendário séries março 2024

A Gentleman in Moscow Skyshowtime

Recomendamos