Orphan Black – 05×06 – Manacled Slim Wrists
| 17 Jul, 2017

Publicidade

Clone Club, estamos de volta e a série parece estar a regressar aos seus momentos mais felizes. Susan e Ira definem um plano para derrubar Westmoreland, mas irão necessitar da ajuda de Mud e Cosima. Krystal aparece e, no seu tom adoravelmente cómico, conta a Art e a Sarah que a DYAD anda a interferir com uma empresa de cosméticos cujos produtos são perigosos para a saúde. Kira finge estar doente para se esquivar das visitas ao laboratório da “tia” Rachel. Westmoreland é desmascarado perante a sua comunidade protetora.

Confesso que a temporada final de Orphan Black me tem desiludido. Obviamente que como qualquer membro do Clone Club, a despedida de Alison foi recebida com lágrimas, mas as restantes vertentes de história andam a chatear-me seriamente. A ciência e o mistério em torno da ilha de P.T. Westmoreland começaram a atropelar-se e, para além de causarem algumas inconsistências, parecem não se equilibrar devidamente. Numa temporada final, o propósito de tudo o que envolve a produção de clones e de toda a ética frágil desse fenómeno devia estar a encontrar um fim e não a complicar ainda mais.

Em Manacled Slim Wrists recebemos algumas conclusões interessantes ainda que nem sempre correspondam às expectativas. Qual o propósito de Cosima na ilha? Se Cosima era tão essencial para a procura de uma cura para as doenças que afetam os clones, qual é o interesse em tê-la enjaulada mesmo sabendo da verdade que rodeia os malefícios da ilha e do seu suposto líder? De que serviu Kira ter-se “armado em adulta” e rejeitar o plano de fuga da mãe se agora se apercebe que Rachel não tem as melhores intenções com o seu “suposto tratamento”? Onde anda Ferdinand? Qual é o papel de Rachel no meio desta confusão? De que doença sofria Ira para estar constantemente a ter falhas cerebrais que mais se aproximam a um problema eletrónico de um robô? Quais são verdadeiramente as intenções de P.T. Westmoreland e Virginia Coady? São ainda muitas as questões que precisam de ser melhor exploradas. Sente-se que as razões que nos dão são pouco fundamentadas. Há claramente uma delicadeza a nível argumentativo que os guionistas da série não estão a conseguir superar. Os entraves da própria ciência complexa que abordam acabam por perder força à medida que chegam constantemente novas organizações atrás de novas organizações. É um defeito criativo que, ainda que não seja totalmente deplorável ou idiota, prejudica de alguma forma a natureza de Orphan Black.

Mas nem tudo é mau. Tatiana Maslany continua a brilhar e a assegurar o seu estatuto de melhor atriz de televisão. Vamos conversar sobre a deliciosa cena de Krystal. Sarah pretendia inicialmente fazer passar-se por Krystal para conseguir convencer o CEO da empresa de cosméticos pertencente à DYAD a contar-lhe tudo o que sabia. Mas Krystal é uma mulher com convicções fortes e apressa-se a sabotar estes planos. Assim, Art e Sarah tentam fazer com que Krystal consiga ser bem sucedida na sua difícil missão. Este momento da clone mais fútil da nossa “sestra family” é absolutamente magnífico. E porquê? Porque não só traz o lado mais divertido de Maslany como a forçou a contracenar com o seu namorado na vida real: Tom Cullen. A sua química é tão genuína que o espectador não consegue arranjar motivos para não se render a ela.

Ainda que necessite de algumas melhorias, Manacled Slim Wrists é empolgante e lança a temporada para os seus capítulos finais que, mesmo não estando totalmente no seu esplendor, não deixa de ser uma viagem emocionante.

Jorge Lestre

 

Publicidade

Populares

calendário estreias posters julho 2024

élite t8 netflix

Recomendamos