The Rings of Power: à conversa com os showrunners sobre o final da temporada
| 17 Out, 2022

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O Séries da TV esteve presente na conferência de imprensa com os showrunners de The Lord of the Rings: The Rings of Power, cuja 1.ª temporada se encontra disponível na sua totalidade na Prime Video, a quem agradecemos este convite.

Das séries mais aguardadas dos últimos anos, retrata, pela primeira vez, as lendas da Segunda Era da história da Terra Média, de J.R.R. Tolkien. A história de The Rings of Power decorre 2000 anos antes dos acontecimentos dos filmes The Hobbit e The Lord of the Rings e mostra uma era onde grandes poderes foram forjados, reinos foram erguidos antes de caírem na ruína, esperanças foram criadas e onde um grande vilão quer cobrir o mundo de escuridão.

Fica então com um apanhado do que foi divulgado na conferência de imprensa com J.D. Payne e Patrick McKay:

O momento mais marcante da 1.ª temporada

Após cinco anos a trabalhar no projeto, ambos se sentem felizes com o resultado, mas ainda a processar o que construíram. É notório que este é o projeto das suas vidas e que esperam que impacte a vida das pessoas de forma a que voltem a revisitar a história por muitos mais anos. Um dos momentos que mais os marcou ao ver o resultado final no ecrã é quando Arondir e Brownyn estão a escapar aos Orcs, no 4.º episódio, são salvos pela luz do sol e ouve-se uma voz a cantar que se revela ser Disa num contexto de reconciliação. Assim, dois enredos entrelaçam-se e todas as componentes que fazem relembrar The Lord of the Rings estão lá.

Trazer Sauron ao ecrã e as teorias dos fãs

Passando para as teorias dos fãs sobre as identidades de Sauron e do Estranho, embora eles confessem que seguem os debates, admitem que para eles a série nunca foi sobre o mistério ou sobre deixar pistas e provocar teorias, mas sim criar um mundo com personagens e relações autênticas que provocassem emoções e que capturassem a aura de Tolkien. Ainda assim, se teorizar é a forma que os fãs encontram de se envolver no universo, para eles já é um sucesso. Quanto à identidade de Sauron, sempre concordaram em mantê-la escondida, mas também permitir que Sauron participasse e impactasse a série enquanto personagem e que a ideia do mal e escuridão estivesse sempre presente.

Inevitabilidade como peça-chave

Dos seus maiores desejos é que a série funcione para vários tipos de audiências, desde a que conhece todo o universo à que utiliza a série como introdução ao mesmo. Assim, o mistério e a surpresa nunca foram o principal, mas sim criar uma história que desse gosto seguir, mesmo já sabendo partes ou certas identidades. O principal para McKay e Payne foi criar um sentimento de inevitabilidade que desse aos espectadores vontade de querer ver o caminho que leva a determinado acontecimento que já se sabe a priori que irá acontecer.

As críticas dos fãs

Quanto às críticas dos fãs em relação à adaptação e à forma como brinca com o lore e escritos de Tolkien, McKay considera que nunca haveria uma forma de agradar por completo a toda a audiência, sendo que uns iam achar que a série não arriscaria em nenhum aspeto, enquanto outros achariam que arrisca demasiado. Acrescenta que Tolkien deixou escrito que a mitologia que ele criou é para ser pensada e usada por outras pessoas de forma a que o seu trabalho viva e continue presente. Assim, sentem-se completamente tranquilos e cientes que fizeram este projeto da forma mais respeitosa e informada possível.

Os maiores desafios de adaptar Tolkien

Confessaram que dos maiores desafios da série é abordar assuntos que Tolkien abordou de forma mais ligeira, como por exemplo o que acontece a Este. No entanto, eles tentam seguir o que existe e criar algo que sinta como parte do universo e que pudesse ter sido desenvolvido por Tolkien. Mencionam, ainda, que consideram o sistema de magia desenvolvido pelo autor fascinante, mas bastante disciplinado, pelo que serve como um guia sobre o que é aceitável e o que não é, facilitando-lhes o trabalho, pois eles não desejam quebrar o canon. Adicionalmente, inspiram-se em outras obras de valor histórico, tal como Tolkien o fez, sendo as três bruxas de Macbeth o exemplo que dão para as criaturas que se confrontam com o Estranho. Para além deste aspeto, McKay confessa que das maiores dificuldades em adaptar Tolkien ao formato episódico de uma série é a complexidade, diversidade e multiplicidade de histórias, comunidades, costumes, indumentárias, aparências, e estilos de arquitetura, pois exigem bastante trabalho e imaginação para trazer ao ecrã. Assim, confessa que a vastidão que querem incluir na série transforma The Rings of Power em algo totalmente diferente de uma série de televisão habitual.

Ainda sobre os desafios, entre criar novas personagens ou ressuscitar personagens conhecidas, afirmam que nenhuma dessas tarefas foi difícil. McKay diz que as personagens, as comunidades e os seus arcos estão bem definidos nas páginas dos livros, pelo que é fácil para eles seguirem.

Enquadrar a série num conjunto de trabalhos de adaptação

Sobre a série evocar a espiritualidade dos filmes de Peter Jackson, McKay confessa que para eles a regra mais importante é sempre aprofundar todo o material que já existe, desde os livros ao lore, e tentar captar diferentes aspetos que ainda não tenham sido captados e tentar trazer ao ecrã locais e personagens familiares, mas num outro momento no tempo, nunca antes visto. Assim, sentem-se confortáveis em mostrar estes locais e personagens de formas diferentes a nível visual e comportamental, mas estão cientes que fazem parte de um grande conjunto de trabalho de adaptação de Tolkien e desejam encaixar-se de forma harmoniosa nesse continuum. Como resultado, a série é enformada por todas as outras adaptações de Tolkien, pelo que se alguém sentir uma conexão emocional com os filmes de Peter Jackson é maravilhoso. Adicionalmente, McKay refere que não gostam de fazer referências propositadas aos filmes para tornar a série meta e como que a piscar o olho à audiência.

O poema de Tolkien ser convertido na música dos créditos do último episódio da temporada surgiu de quererem seguir a tradição dos filmes de acabarem com uma música poderosa e Bear Mccreary, cocriador da banda sonora, imaginou o resultado final. Ao mesmo tempo, queriam trazer as escrituras para a série, tal como fizeram na primeira fala do primeiro episódio da temporada, de forma a honrar as mesmas. Serve ainda como teaser para a 2.ª temporada: 3 anéis, 7 anéis, 9 anéis e 1 anel.

O que esperar na 2.ª temporada e restantes

A 2.ª temporada foi escrita antes de qualquer imagem da primeira ter sido lançada, pelo que os showrunners confirmam que não alteraram nenhum aspeto com base nas reações e opiniões dos espectadores. Depois da 1.ª temporada estar pronta, fizeram o seu próprio exercício para perceber que aspetos funcionaram bem ou menos bem, que, posteriormente, deu forma à 2.ª temporada. No entanto, não querem entrar no jogo de se deixarem influenciar pela visão dos espectadores, visto que estão certos quanto à história que querem contar e como a querem contar.

Para McKay, a 1.ª temporada teve um trabalho duro e longo de (re)introduzir a audiência ao universo e à Segunda Era, pelo que na 2.ª temporada esta preocupação não estará tão presente e haverá mais tempo e espaço para mostrar eventos canónicos que as pessoas estão entusiasmadas por ver, como forjar os anéis, a ascensão de Sauron, a queda de Númenor.

Se a 1.ª temporada é sobre a ascensão do mal pelas sombras, na segunda, o mal já emergiu e é ativo a seguir o seu plano, intenções e objetivos, pelo que Sauron será uma peça fundamental desta futura temporada.

Sobre o Estranho ser Gandalf, os showrunners não negam nem confirmam. Admitem que a personagem tem frases e comportamentos que remetem para o feiticeiro Cinzento, mas também aspetos que remetem para outros feiticeiros, como Saruman ou os Azuis. Assim, a resposta em relação a quem ele é irá ser um ponto chave da 2.ª temporada.

Quando questionados sobre o futuro da comunidade dos Harfoots, agora que Nori, a protagonista da comunidade, vai partir numa outra aventura, não negaram um possível regresso. Segundo eles, se a personagem não está morta poderá sempre haver um momento em que volte ao ecrã. Adicionalmente, comentaram que têm interesse na origem de diferentes povos, pelo que explorar a origem dos Hobbits irá fazer parte das próximas temporadas.

A nível de novas personagens, os fãs podem contar com personagens criadas de raiz pelos criadores da série, mas também personagens já conhecidas do canon que ainda não apareceram, como Círdan, um dos elfos mais sábios.

Em relação a fazer spin-offs, McKay e Payne consideram que é uma questão para a Prime Video e que eles não estão preocupados com isso, mas apenas focados em contar esta grande história ao longo de cinco temporadas da melhor forma possível.

Podes ler as nossas reviews da 1.ª temporada de The Rings of Power, aqui.

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