Absentia – Review da 2.ª temporada
| 30 Mai, 2019
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Absentia regressou com dez novos episódios, graças ao AXN Portugal, conferindo aos portugueses uma oportunidade de acompanhar a série um mês antes da estreia nos Estados Unidos da América (através da Amazon).

Durante a 1.ª temporada, Emily (Stana Katic) é uma agente do FBI que, numa perseguição ao assassino em série mais procurado de Boston, desaparece sem deixar rasto e é declarada morta. Seis anos depois é encontrada, mas não tem memória do tempo em que esteve desaparecida e depara-se com o marido, Nick (Patrick Heusinger), casado com Alice (Cara Theobold) e com o filho Flynn (Patrick McAuley), que não a reconhece como sua mãe. No final da temporada, Emily recupera algumas memórias, descobre quem a raptou e o motivo de tal ter acontecido (se quiseres saber mais, podes rever as reviews aqui).

A 2.ª temporada começa com um avanço no tempo de alguns meses em relação ao final da anterior. Emily está livre da perseguição do FBI, mas não está livre do trauma que sofreu durante os anos em que esteve desaparecida, chegando a recorrer a medicação para dormir e tentar lembrar-se de momentos ainda ausentes da sua memória. Apesar disso, Emily está a tentar levar uma vida normal com o filho e até tem uma relação íntima com Tommy (Angel Bonanni) e uma relação cordial com Nick e Alice. Entretanto, Alice, Nick e Flynn frequentam sessões de terapia depois de Alice ter perdido o bebé e por Flynn ter sido raptado na temporada anterior. Emily claramente também precisava de terapia… Já Jack (Neil Jackson) está sóbrio e de volta ao trabalho como paramédico.

Comecei esta temporada com a esperança de que seria superior à primeira, pois imaginei que iria apresentar um tom menos sombrio e creepy, que até acabou por acontecer, mas achei a maioria dos episódios aborrecidos e dei por mim a desejar que passassem depressa, apenas para descobrir o final (que acabou por me desiludir igualmente, mas já falo sobre ele mais à frente).

Não posso deixar de elogiar a forma como as filmagens conseguem “enganar” os espectadores para parecer que tudo decorre em Boston, quando na realidade se passa na Bulgária e continuo a considerar a interpretação de Stana Katic bastante boa, em especial as expressões dela e a forma como consegue transmitir o que a personagem dela está a sentir. Contudo, à exceção dela, não consegui criar empatia com as restantes personagens, inclusive personagens bem concebidas na temporada anterior e que, nesta, perderam o rumo.

Ao longo da temporada tive a sensação de que o enredo tinha coincidências forçadas de mais, apenas com o objetivo de ligar todos os casos centrais ao passado de Emily. Essas coincidências até podem conferir uma certa continuidade e apresentarem elos de ligação sem falhas, mas isso não significa que seja necessário relacionar tudo e todos a Emily, como se o mundo girasse à volta dela.

Não consegui ver a lógica na introdução de Valerie (Penny Downie) como a mãe biológica de Emily. Se foi para que Emily tivesse uma desculpa para voltar ao FBI, penso que existiam outras alternativas para que isso acontecesse, como por exemplo: adiantarem a morte de Tommy e ser ele o motivo (pelo menos a morte dele tinha sido mais relevante desta forma). A introdução de Valerie só serviu para criar conflitos com o pai adotivo, com quem Emily tinha uma relação tão querida na 1.ª temporada, e também implicar na relação dela com Flynn, Alice e Nick. E tudo para Valerie desaparecer tão rápido como apareceu!

De todas as desilusões que esta temporada me proporcionou, a que mais me afetou foi o rumo de Alice. Sou a única que acho que Nick e Alice têm zero química apenas nesta temporada? Já previa a traição de Alice desde a primeira interação com Jack, mas não esperava ver a naturalidade com que Alice continuou a fazer a sua vida normal com Nick depois disso. Esta situação ainda aumentou o meu desagrado depois do culminar da história e de se saber do envolvimento de Alice na trafulhice de Dr. Oduwale (Hugh Quarshie). Nas reviews da 1.ª temporada referi que me agradou o facto de o vilão final ter sido uma personagem secundária. Aqui, resolveram colocar uma personagem principal que já nos acompanha desde a temporada anterior. O meu problema não é ter sido Alice, mas sim parecer que a decisão foi tomada repentinamente, sem existir nenhum indicativo que tal fosse acontecer nas atitudes da personagem e sem existir nenhuma evolução nesse sentido. Se tivesse de escolher uma das personagens principais para o twist final, penso que Jack seria uma escolha bem mais apropriada, tendo em conta o comportamento dele tanto na temporada anterior como nesta.

Para terminar, e sem querer massacrar mais a série ou ofender alguém, penso que a única forma de seguir uma possível 3.ª temporada de Absentia será se os argumentistas decidirem colocar o passado de Emily no passado e se focarem no futuro. Para a frente é que é o caminho!

Melhor episódio:

Episódio 1 – Casualties – Escolhi o primeiro episódio porque considero que é o mais genuíno da temporada. Descobrimos a cumplicidade de Emily e Tommy, mais que amizade, ao mesmo tempo que trabalham juntos para desvendar falhas na memória de Emily; vemos o afecto de Emily por Flynn, apesar da sua vida atribulada; Jack de regresso ao trabalho e a cativar-se por Alice; e Nick com a sua habitual expressão de sofrimento, compatível com as perdas que sofreu e os casos do trabalho que leva às costas. No meio disto tudo, ainda adorei o terrorista do gás e o caos que causou em Boston.

Personagem de destaque:

Emily Byrne – Emily é Absentia. Sem ela a série não existia. Emily é uma mulher forte e lutadora que não desiste de lutar pela família e amigos. O facto de não ter morto Alice no final prova bem isso. Apesar disso, Emily também mostra um lado mais sensível e delicado, normalmente em situações que reavivam a memória do trauma por que passou. Gostei bastante de ver Emily com Tommy nesta temporada e fiquei com pena de ter durado pouco.

Relembro que podem ler e ouvir a nossa entrevista à protagonista de Absentia, realizada na antestreia da 2.ª temporada.

Temporada: 2
Nº Episódios: 10
7
8
Interpretação
6
Argumento
7
Realização
7
Banda Sonora

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