Chloe – Review da Minissérie
| 28 Jun, 2022
8.05

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Chloe, uma minissérie de suspense psicológico da BBC com seis episódios, estreou no passado dia 24 de junho na Prime Video. Chloe foi criada por Alice Seabright e foca-se em Becky Green (interpretada por Erin Doherty), que tem uma obsessão por Chloe Fairbourne (Poppy Gilbert), a sua amiga de infância. Becky vive com a mãe – que tem um diagnóstico de demência precoce – e é uma rapariga solitária e descontente em relação à vida que tem, recorrendo de forma compulsiva às redes sociais para acompanhar a vida de Chloe e do seu grupo de amigos. Toda a sua vida dá uma reviravolta quando Chloe comete suicídio.

Do que mais gostei nesta minissérie foi a forma como abordaram a doença mental. De forma mais óbvia, e não sendo foco principal da história, é-nos apresentada a mãe de Becky, que tem demência precoce. Acho que transmitiram muito bem como é viver com um doente deste tipo: a dificuldade na convivência e a necessidade constante de atenção e supervisão. Nenhum filho estará preparado para uma doença destas tão precoce; existe uma necessidade de alteração de rotina que não se está preparado para ter com os pais e é fácil apontar o dedo a quem está nesta situação. Conseguiram não desviar a série do seu foco e, mesmo assim, abordar este assunto de uma maneira muito bonita.

Durante a série gostava de ter tido um psicólogo ao meu lado para ir debatendo o que fui vendo. Acho que Becky precisa muito de terapia. É uma pessoa descontente com a sua vida, o que a leva a mentir de forma quase compulsiva. Para além disso, é obsessiva e sofre da síndrome do impostor. Não acho que seja má pessoa (e faz tudo com um bom intuito), mas consegue fazer coisas que me chocaram muito. Tudo isto leva a níveis de ansiedade que saltaram fora do ecrã e me contaminaram. Erin Doherty desempenha um papel muito bom na pele de Becky. Já a conhecia de The Crown, mas fiquei a gostar ainda mais dela.

A temática das redes sociais está presente durante toda a minissérie, desde o vício do scroll até a falácia da vida que se mostra ao público. Becky inveja a vida feliz e amada de Chloe, que se mostra feliz ao lado do marido. São ambos bem sucedidos e têm um grupo de amigos que forma uma rede de apoio inabalável. É incrível, mas será tudo isto verdade? A série consegue transmitir muito bem esta realidade de falsas aparências e de perfeição, mas também consegue demonstrar-nos a facilidade com que, mesmo que não se queira, seja possível descobrir rotinas e padrões de vida, tornando fácil para quem tenha interesse em intrometer-se na vida dos outros.

São seis episódios com cerca de uma hora cada que passam a correr. Estive sempre a temer que tudo descambasse e numa ansiedade enorme até ao final. Não acho que é uma história que daqui a uns anos recordarei, mas acho que pelo que já referi merece muito ser vista em maratona numa tarde chuvosa de domingo.

Melhor episódio:

Episódio 5 – Grimy Friend – Acho que foi o episódio de reviravolta em que as peças do puzzle começam a fazer sentido e os níveis de ansiedade atingem o topo.

Melhor personagem:

Josh (Brandon Micheal Hall) – Conhece Becky no primeiro episódio e acaba por servir de pilar para ela, apoiando-a quase de uma forma incondicional. Gostei muito desta personagem, que não é parte do grupo principal, mas que em todos os episódios tem um momento de destaque e faz muito sentido.

Temporada: 1
Nº Episódios: 6
8.05
8
Interpretação
8.5
Argumento
8
Realização
7
Banda Sonora

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