The Walking Dead: World Beyond – Review da 1.ª Temporada
| 14 Dez, 2020

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[Contém spoilers]

The Walking Dead: World Beyond é o segundo spin-off de The Walking Dead, que está prestes a terminar. Havia algumas expectativas para a nova aposta, mas a probabilidade de TWDWB seguir as pisadas da irmã Fear the Walking Dead eram elevadas. A esperança que poderá ter existido depois do primeiro episódio depressa se desvaneceu com os seguintes capítulos e chego ao final da primeira de duas temporadas totais segura de que mais valia não terem avançado com esta produção.

Como referi na review do piloto e também na da 5.ª temporada de FtWD, o objetivo destes spin-offs deveria ser o de explicar o apocalipse e não o de copiar a história principal, mudando simplesmente as personagens. Já percebemos: depois do fim do mundo é difícil fazer escolhas humanas e a sobrevivência fala mais alto do que os valores éticos e morais que nos foram ensinados, mas por favor elucidem-nos de como raio surgiram os zombies!

Contudo, eis que além de uma nova versão das histórias que já vimos nas duas séries anteriores, temos uma espécie de remake teenager. World Beyond poderia encaixar-se perfeitamente na The CW, visto que lá é que estão os dramas adolescentes e os atores sem uma pinga de talento. Sim, apercebo-me de que posso estar a ser dura, mas é a verdade. Ver estes dez episódios foi dos maiores sacrifícios que fiz nos últimos tempos. Os diálogos não têm sumo, as personagens não têm química, as prestações são medianas, na melhor das hipóteses, e nem as cenas de “ação” têm ponta por onde se lhes pegue. Quase conseguia sentir os meus olhos a bater na nuca de cada vez que os revirava (o que aconteceu muito).

Mas vamos aos factos: diria que 90% dos fãs do universo que começaram a ver World Beyond fizeram-no porque a entidade que levou Rick no helicóptero era supostamente um dos focos centrais do spin-off. Pelo menos, eu sei que foi essa a razão que me levou a ver. Contudo, e claro que há sempre uma contradição, esse plot parece ter ficado esquecido no meio de uma viagem de um grupo de adolescentes pelos EUA com a intenção de chegarem a Nova Iorque para salvarem o pai das duas miúdas (uma viagem que, a pé, leva cerca de 17 dias a fazer).

O que sabemos em concreto sobre a tal Civic Republic Military ou sobre aquela que parece ser a sua líder, Elizabeth Kublek? Nada. Só sabemos que operam algum tipo de pesquisa científica e que dispõem de recursos militares, tendo alianças com algumas comunidades como a de Omaha, onde Iris e Hope viviam, Campus Colony. Parece ser uma espécie de “nós damo-vos segurança e vocês dão-nos conhecimento”, nomeadamente as mentes brilhantes que possam habitar nestes locais.

Se no parágrafo anterior está aquilo que deveria ter guiado os dez episódios da 1.ª temporada de World Beyond, a verdade é que tudo isto ficou para segundo ou terceiro plano. As coisas tornaram-se minimamente interessantes quando se descobriu que Huck é filha de Elizabeth, mas confesso que acharia muito melhor se a sua filha fosse a rapariga que apareceu no quinto episódio da 6.ª temporada de FtWD (talvez até seja, quem sabe).

Sei que esta review já vai longa, mas não posso deixar de apontar de forma mais objetiva as más interpretações de grande parte deste elenco. As duas personagens que se safam minimamente, a meu ver, são a de Felix – interpretado por Nick Tortorella – e de Elton – interpretado por Nicolas Cantu. Deve ser difícil, enquanto ator, trabalhar com um guião que por si só já não é grande coisa, mas podia haver algum tipo de destaque. Os diálogos são desprovidos de qualquer emoção. A minha única reação a ver a série é revirar os olhos.

E, para terminar, deixo o desabafo final: ainda bem que The Walking Dead: World Beyond só vai ter duas temporadas. A sério. Se fosse um número indeterminado de temporadas, acho que não passava desta. É uma pena um universo que ainda tem tanto por explorar continuar a ser usado para o mesmo. Percebo perfeitamente as pessoas que soltam um longo suspiro ou exclamam “O quê?! Mais uma?!” quando sabem que as séries existentes são renovadas ou surgem novas. Vou continuar a defender TWD com unhas e dentes, porque a série melhorou imensamente depois da saída de Rick, mas não tenho argumentos a favor para os dois spin-offs. Espero apenas que a próxima temporada de World Beyond, que já tem data de estreia marcada para o final de 2021, traga então algumas respostas com o reencontro de Hope e do pai Leo.

Melhor Episódio:
Episódio 8 – The Sky Is a Graveyard – A escolha foi difícil, uma vez que nenhum episódio foi verdadeiramente bom. Contudo, tendo de eleger um, opto por aquele em que se descobre a farsa de Huck. Foi aqui, passados oito episódios, que a série conseguiu despertar em mim algum tipo de reação que não a de aborrecimento e me fez tirar os olhos do telemóvel (sabemos que uma série tem pouco interesse quando passamos grande parte do tempo a fazer scroll, não é?).

Personagem de Destaque:
Elton Ortiz (Nicolas Cantu) – Como referi anteriormente, Elton e Felix foram as duas únicas personagens que se destacaram minimamente. Opto por Elton. Não sei muito bem porquê, na verdade. Talvez seja o seu ar engraçado com o fato ou a sua falta de habilidade para lidar com o mundo exterior e o apocalipse. As cenas em que carrega 50 mochilas e 30 tachos a chocalharem (coisa que com toda a certeza não atrairia zombies) tiveram o ar da sua graça e sempre há qualquer coisa nele que o destaca das outras três personagens adolescentes.

Beatriz Caetano

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