What We Do In The Shadows – Crítica da 2.ª Temporada
| 12 Jun, 2020
8.6

Publicidade

Mais uma série que está a passar ao lado de muita gente. Mas aqui não toleramos injustiças! Esta série é uma pequena pérola da comédia atual que não deve ser “discriminada” só pela sua premissa.

A 1.ª temporada trouxe de volta personagens que Jemaine Clement e Taika Waititi introduziram no filme homónimo de 2014. Um trio de vampiros que vive há uma centena de anos em Staten Island e que, mesmo assim, estão horrivelmente preparados para os tempos modernos. Há uma mistura entre situações contemporâneas (num dos episódios, o grupo pensa que vai ver uma Superb Owl, mas é uma festa de Super Bowl…) e o sobrenatural, com bruxas, trolls e claro, outros vampiros.

Nandor (Kayvan Novak) é um ex-conquistador que já não consegue fazer nada sem o seu familiar Guillermo (Harvey Guillén), que esconde uma afinidade hereditária por caçar vampiros. Laszlo (Matt Berry) é um extravagante mulherengo com um passado riquíssimo e a sua esposa Nadja (Natasia Demetriou) uma mistura de consciência do grupo e alguém que vê sobrenatural em situações mundanas. Há ainda Colin Robinson (Mark Proksch), um vampiro de energia que tira sustento em criar aborrecimento e frustração às suas vítimas. Há então aqui material para que os episódios nunca sejam repetitivos. Há piadas recorrentes mas o material nunca é reciclado porque a criatividade do argumento e a genialidade do elenco permitem que se dê muitas asas à imaginação. Às vezes literalmente.

A 2.ª temporada de What We Do In the Shadows não carrega a cruz de introduzir o conceito. Há callbacks e uma linha narrativa secundária, mas os episódios quase funcionam independentemente uns dos outros. Esta maturidade da série faz com que a série esteja ainda melhor porque há uma noção sobre o que resulta e não resulta. Há também cameos que acrescentam sempre imensa qualidade (Haley Joel Osment, Benedict Wong, Mark Hamill, Nick Kroll, Lucy Punch…) e até os efeitos especiais são mais e melhores.

Lembro-me que, após ver o piloto, tinha o receio que a piada fosse esmorecer rapidamente. Passados 20 episódios posso afirmar que Shadows está cada vez melhor e é uma das melhores da (minha) atualidade no mundo das séries. Uma comédia absurda, cheia de personagens “parvas”, ideal para os tempos que correm…

P.S. – Se o genérico não vos sair da cabeça, aceitem, faz parte do encanto!

Melhor Episódio:

Episódio 6 – On The Run – O melhor episódio da temporada foca-se em Laszlo, que é perseguido por Jim, um vampiro que está na ruína porque Laszlo não lhe pagou uma renda há 167 anos. Laszlo foge para a Pensilvânia (porque soa parecido com Transilvânia), qual testemunha num programa de realocação, e assume a identidade Johnny Daytona, cuja única diferença é o facto de usar um palito na boca, que o torna irreconhecível. Daytona torna-se gerente de um bar e apaixona-se pela equipa de vólei feminino local. No final Laszlo regressa a casa e percebemos que afinal só passou uma semana… isto é um exemplo perfeito do que é What We Do in the Shadows: absurda na simplicidade, genial na abordagem.

Personagem de Destaque:

Laszlo (Matt Berry) – Pela simples razão que protagoniza o melhor episódio da temporada, mas também poderia destacar Guillermo, que assume um papel de (ainda) maior destaque na temporada. Nunca é demais dizer que são todos fantásticos.

Vitor Rodrigues

What We Do In The Shadows - Crítica da 2.ª Temporada
Temporada: 2
Nº Episódios: 10
8.6
9.5
Interpretação
9
Argumento
7
Realização
9.5
Banda Sonora

Publicidade

Populares

estreias calendário posters grid dezembro

The Day of the Jackal Eddie Redmayne

Recomendamos