Watership Down – Review da Minissérie
| 15 Jan, 2019

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Minissérie

N.º de Episódios: 4

Diria que para uma geração de pessoas mais velhas ou de amantes de literatura, o título Watership Down deve trazer à memórias alguns pesadelos e medos criados pela terrível narrativa do romance de 1972 de Richard Adams que também teve uma adaptação cinematográfica em 1978, bastante polémica e marcante.

O final de 2018 trouxe de volta esta história pelas mãos do realizador, Noam Murro e escrito por Tom Bidwell. Ao contrário do que acontece noutras adaptações, esta nova versão trazida pela BBC e pela Netflix vai escondendo um pouco o lado macabro e sangrento que outras adaptações, como o filme, fizeram. Para quem não está familiarizado com a história, esta segue um grupo de coelhos que optam por se revoltar e deixar o seu habitat depois de um deles ter sonhado com a destruição daquele lugar. Eles partem então em busca de um novo lugar para viver.

Esta adaptação da Netflix foi dividida em quatro parte e reuniu um elenco de estrelas como James McAvoy como o líder relutante Hazel, Nicholas Hoult na voz do irmão mais novo de Hazel, chamado Fiver, John Boyega de Star Wars como o  Bigwig e o famoso Doctor Who Peter Capaldi a fazer o papel da divertida gaivota. Na minha opinião, as interpretações estão excelentes e a personalidade e características de cada personagem, de cada coelho, fica bem exposta. Existe uma ligação criada entre eles e nós público. Acabamos por torcer por eles e quase que estamos no meio da aventura. É engraçado, e talvez poético até, perceber algumas características nossas como a coragem, a bravura, a audácia em personagens que são coelhos. A própria camaradagem entre eles é uma lição para nós, humanos. Outro aspecto que eu gostei nestas personagens é que elas não procuram ser perfeitas, têm os seus defeitos e qualidades e isso torna-se bem real de ver, ao contrário de muitas personagens humanas que nos são apresentadas noutras narrativas.

O ponto mais negativo nesta adaptação é, na minha opinião, a animação um pouco bacoca da série. Para começar, os coelhos parecem uma mistura de vários tipos de animais. Têm características de lebres, cães e por aí fora tornando difícil de “acreditar” que são coelhos. O pêlo é um exemplo disso. O nível de CGI de hoje em dia deveria ser capaz de algo mais realista. Outra questão que me incomodou foi a luz. A série tem um iluminação fraca o que não compreendo bem. Percebia se fosse no sentido de explorar o lado mais macabro da história, mas nem isso me convence, parecendo apenas que eles ficaram num meio termo entre uma animação de coelhos corajosos e uma animação terrifica de morte e sangue. Bem, basicamente, fica muito confuso.

Apesar deste ponto mais negativo, só posso recomendar que vejam a série. São quatro episódios a explorar o conto de Richard Adams. Para uns será um reviver da história e para outro será um primeiro encontro com a mesma. Uma coisa é certa, não voltarão a olhar para os coelhos da mesma forma que olhavam antes.

Melhor episódio:

Episódio 4 – No meio de apenas quatro episódios será difícil escolher um até porque a ideia que dá é que esta adaptação é um longo filme dividido em quatro episódios. Por isso, teria de optar ou pelo primeiro episódio por nos apresentar a narrativa e as personagens, ou pelo último por ser o clímax da história. Fico estão pelo episódio quatro que dá esse final à narrativa.

Melhor personagem:

Hazel – Aqui escolho Hazel talvez por ser aquele com quem mais me identifico e no fundo, todos nós procuramos algum tipo de identificação no que vemos. O que é familiar atrai mais. O lado de coragem e bondade de Hazel fazem-me gostar dele embora pense que todas as personagens estejam bem desenvolvidas e fáceis de abraçar.

Carlos Real

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