Maratonas de verão para todos os gostos
| 19 Ago, 2017

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No início do verão, fiz uma crónica com sugestões de comédias, mas agora decidi alargar o leque de opções e fazer uma nova crónica com séries de vários géneros e para todos os gostos para verem durante esta época de calor, que ainda nos deverá acompanhar durante mais algum tempo. Assim, fujam do sol nas horas mais perigosas, entretenham-se enquanto as aulas não começam ou enquanto desfrutam das férias laborais com umas séries.
Alcatraz
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No ano de 1963, mais de duzentos presidiários e cerca de 50 guardas prisionais desapareceram da prisão de segurança máxima de Alcatraz sem deixar rasto. Então, o governo decidiu esconder a verdade, inventando uma história acerca da falta de condições de segurança no estabelecimento para justificar o seu encerramento. Sobre os presos, disse-se que foram transferidos para outras instalações. Até aqui, nada de muito estranho! Só que, na atualidade, esses presos voltam a aparecer, sem nada terem envelhecido, e o governo parece estar ciente desse reaparecimento antes mesmo de acontecer. Assim sendo, uma unidade especial secreta tem como tarefa encontrar e capturar de novo os presidiários, para evitar que cometam crimes. A história vai alternando entre flashbacks do passado e os acontecimentos presentes, mas tenho que ser sincera e dizer que não me lembro se a série tem um final que explica todo o mistério. No entanto, há séries que mesmo que não tenham um final conclusivo conseguem ser interessantes e esta é-o.
Brothers & Sisters
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Se gostam de dramas familiares, esta poderá ser a série ideal para vocês. A história centra-se nos Walker, uma família que vive a perda de William, o patriarca, e tem de lidar com uma série de segredos que vêm à tona, enquanto gerem a Ojai Foods, a empresa da família. Nora é a mãe, sempre presente e carinhosa; Sarah e Tommy, dois dos filhos, têm as suas próprias famílias e estão à frente da Ojai Foods; Kitty é politicamente conservadora; Tommy é advogado e gay e Justin, o mais novo, mas também já adulto, regressou recentemente de uma comissão no Afeganistão e debate-se com problemas de droga. Ao núcleo principal juntam-se muitas outras personagens, nomeadamente ligadas ao passado de William, e vários temas relevantes como a adoção gay, a utilização de barrigas de aluguer, política e cancro são abordados. Brothers & Sisters é uma série sobre pessoas, sobre relações humanas, com drama e cujo principal tema é a vida.
House
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House dispensa apresentações, mas não posso deixar de a mencionar numa crónica sobre séries que recomendo. Como fã de séries médicas, tenho curiosidade por este tema no geral, mas neste caso estamos perante uma das melhores do seu género. Em termos clínicos, os casos são sempre (ou quase sempre) muito interessantes e resolvidos com recurso a métodos pouco ou nada convencionais. Isso deveria ser sempre uma parte importante de uma série médica, mas a verdade é que, na maioria, o enredo se perde em dramas pessoais. Não há nada de errado nisso, mas House não se destaca dessa forma. É claro que há espaço para as vidas dos personagens, mas não em exagero. A série vive muito do seu lado mais científico, da forma cínica como o protagonista encara os outros, mas ainda há espaço para uma série de personagens muito mais likeable e fáceis de gostar do que House. Hugh Laurie tem aqui o grande papel da sua carreira!

Huff
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O protagonista desta série é Huff, um psiquiatra, embora esta não seja propriamente sobre casos psiquiátricos ou sobre medicina, mas mais sobre um homem que vê a sua vida virada do avesso quando o suicídio de um paciente adolescente, no seu próprio gabinete, o faz perceber que não pode ajudar toda a gente. Isto afeta-o de tal forma que o mergulha numa verdadeira crise de meia-idade. A sua própria família também não ajuda, com uma mãe demasiado opinativa e que se mete em tudo; uma mulher algo caprichosa e um irmão com problemas mentais. É uma série autêntica, sobre pessoais reais, com defeitos e qualidades, mas com a pitada de loucura de que certas séries necessitam para trazer algo de novo e excitante. De destacar a storyline de uma paciente bipolar, Melody, que é particularmente dramática e interessante.
Mildred Pierce
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Esta minissérie é uma adaptação de um livro com o mesmo nome que conta com caras bem conhecidas como Kate Winslet e Evan Rachel Wood nos papéis principais. Mildred é uma mulher muito à frente do seu tempo que, ao separar-se do marido, decide abrir o seu próprio negócio, um restaurante, em 1929, em plena Grande Depressão. A vida não é fácil para esta mulher, que tem que cuidar das duas filhas, mas o destino ainda haveria de lhe pregar uma ‘partida’ mais dolorosa, proporcionando-lhe uma grande perda, e os anos seguintes não se avizinham muito mais fáceis, já que a sua relação com Veda, a filha mais velha, as irá marcar a ambas, provando que nem sempre o amor gera amor e que faz parte da natureza humana ser-se mau e egoísta.
Parenthood
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Há séries com alma, séries que nos tocam o coração e Parenthood é uma das poucas que o conseguem fazer tão bem. Aqui temos os Braverman, uma família igual a tantas outras, constituída pelo casal Camille e Zeek e pelos seus quatro filhos adultos, alguns deles já com famílias constituídas. Aqui não há grandes segredos nem reviravoltas para além daquelas que a vida real reserva a todos nós e é precisamente a capacidade de ser tão real que torna esta série especial e nos deixa com vontade de nos integrarmos também no seio desta família. Julia, Crosby, Kristina e Drew são alguns dos meus preferidos, mas todo o núcleo familiar é especial e traz algo de importante à história. Quer seja a matriarca, que mostra que mesmo quando já se é avó ainda se pode ir atrás dos sonhos de juventude, mesmo que isso signifique pormos os outros em segundo plano pela primeira vez em décadas; Max, que dá a conhecer a luta de se ser uma criança com síndrome de Asperger e os obstáculos de qualquer pai para educar uma; Adam, que se vê desempregado e se sente frustrado pela incapacidade de tomar conta da família financeiramente; Julia e Joel, o casal que mostra que nem a mais perfeita das relações é inabalável. A homossexualidade, a inevitabilidade da doença, da morte, da velhice, do sofrimento, o divórcio e a adoção são mais alguns dos temas abordados numa série que tem a capacidade notável de mexer com as emoções e com um episódio final tão bom que nunca esquecerei.
Rules of Engagement
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Rules of Engagement pode não ser muito conhecida, mas é uma pena, porque os personagens são mesmo engraçados e as situações em que estão envolvidos também, mas sem serem absurdamente parvas, erro que muitas séries cometem. No centro da trama está um grupo de amigos: Jeff e a mulher Aubrey, Adam e a namorada Jennifer e ainda Russell. Os dois casais vivem no mesmo prédio e costumam reunir-se no The Island Diner para comer e conviver. Jeff tem um humor mordaz e irónico, é o tipo de homem que se aborrece com facilidade com os assuntos dos outros e que adora desporto. Aubrey gosta que os outros gostem dela e está constantemente em disputas amigáveis com o marido onde tentam apurar qual dos dois está certo e quem está errado. Adam é simpático, mas demasiado inocente (e um pouco burro também) e facilmente ‘manipulado’ por Jennifer, que é alvo de piada pelo seu passado algo promíscuo. Mas ninguém é mais promíscuo do que Russell, que tem menos sucesso com as mulheres do que seria capaz de admitir.
Sex and the City
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Só dá para desfrutar verdadeiramente de Sex and the City se a encararem como uma comédia leve e algo fútil. Na sua altura, pode ter sido algo revolucionária e diferente de tudo o que se tinha feito, mas não considero que seja um marco da televisão. Nem pouco mais ou menos. No entanto, Sex and the City, mesmo com os seus defeitos, é divertida e viciante, com algumas personagens fortes. Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte são amigas, quatro mulheres independentes que gostam de se juntar para beber cosmopolitans, falar sobre as suas carreiras e relações (ou aventuras) amorosas. Carrie é apaixonada por moda e trabalha como colunista; Samantha é a relações públicas que tem todos os homens que quer aos seus pés; Charlotte é romântica, sonhadora, e trabalha numa galeria de arte; enquanto isso, Miranda tem uma visão cínica das relações amorosas e concentra-se no seu emprego de advogada. A série, por vezes, entra em campos mais sérios, com tentativas de plots mais dramáticos, mas a minha opinião é de que se sai claramente melhor como comédia.
The Divide
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Esta série só ajuda a solidificar a minha opinião de que o sistema legal e a dita ‘justiça’ às vezes não têm nada de justo! No entanto, não quero aqui revelar-vos em que medida, porque isso estragaria o interesse da série. Tudo começa quando uma estagiária de uma organização sem fins lucrativos, a Innocence Inatiative, começa a investigar o caso que envolveu o assassinato de uma família negra há cerca de dez anos. Dois homens foram condenados pelo crime, mas Christine, movida por questões pessoais, acredita que houve erros na condução da investigação que levou à prisão daqueles homens. Verdades e alianças escondidas são reveladas, o certo e o errado parecem confundir-se… Os oito episódios são centrados neste único caso e para quem, como eu, sente algum fascínio por casos legais complicados, esta será uma boa série. O enredo começa bem, muito bem, mas perde um pouco do seu fôlego e não tem um desfecho propriamente definitivo, mas também não deixa um sentimento de frustração. Talvez tenha pecado pelo cancelamento precoce, porque a história tinha potencial e aborda questões muito relevantes.
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 The Mob Doctor
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Grace é uma jovem residente de cirurgia que, por causa de dívidas contraídas pelo irmão mais novo, se vê obrigada a prestar os seus serviços como médica à máfia. Assim, ela balança o trabalho no hospital com as suas atividades ilícitas, que tenta esconder o mais possível. Curiosamente, esta dualidade na vida de Grace resulta bastante bem em termos de enredo, trazendo um elemento diferente a um género de série que já foi muito explorado. Pessoas do passado da médica voltam a cruzar-se com ela no presente e dão um ritmo mais empolgante à história. É fácil simpatizar com Grace, mas ela não é a típica protagonista insossa e sem graça e algumas das suas escolhas ao longo da trama revelam-se surpreendentes. Confesso que o final da série também me surpreendeu positivamente, uma vez que, em certa medida, fugiu aos clichés habituais.
Querem partilhar algumas das vossas maratonas de verão? Terminadas ou ainda por fazer, partilhem!

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