Que atire a primeira pedra quem nunca desistiu de uma série, pelos mais variados motivos. Arrastamento das temporadas, morte de personagens favoritas, perda de qualidade, falta de tempo, etc! Com tantas séries à espera para serem vistas, é difícil não preterirmos algumas que já não nos dão o prazer de outros tempos. Nunca fui muito de desistir de séries, mas tive cinco casos em particular que já não aguentava mais. Qual é a piada de ver uma série por ver? Certo, confesso que existem séries especiais, os “nossos bebés”, que nunca abandonaremos mesmo que fiquem menos boas. Por exemplo, acho que seria física e emocionalmente incapaz de desistir de ver Game of Thrones, Outlander, Orphan Black e Sense8. Há mais, claro, mas estas são as mais importantes para mim agora. São as minhas companheiras, o meu refúgio, e já trato as personagens por “tu”.
Portanto, aqui vão as cinco séries que deixei pelo caminho.
Grey’s Anatomy
Falar em Grey’s Anatomy ainda me deixa irritada. Ao contrário das abaixo, chegou a ser a minha favorita. Comecei a vê-la com a minha mãe há anos e anos atrás quando era transmitida na RTP2. Tratámos de comprar os DVD e eu ia-me deliciando com os dramas no Seattle Grace. Sempre foi capaz de provocar emoções fortes e a primeira vez que chorei a sério a ver uma série foi quando Denny Duquette faleceu. Mas depois também tinha aquelas cenas engraçadas, os casos médicos e achava hilariante toda a gente naquele hospital andarem a dormir uns com os outros! Até à sexta temporada acompanhei Grey’s religiosamente. Via sempre o novo episódio mal estivesse disponível. Mas depois… Bom, o meu divórcio com a série bebé da Shonda arrastou-se por dois anos. Fiquei triste quando a Addison se meteu a andar para Los Angeles, mas ao menos tinha Private Practice para acompanhar. Mas quando Katherine Heigl anunciou a saída da série logo quando a personagem de T.R. Knight morrera (mas quem é que podia apontar o dedo ao ator por querer sair quando não teve nem uma história de jeito durante toda a quinta temporada?), fiquei de pé atrás. Izzie Stevens era a minha personagem favorita, apesar de saber que devo ser das poucas a ter tal preferência. Contudo, lá ia vendo. Com menos entusiasmo, mas continuei. Até ao final da oitava temporada, quando mataram as minhas duas últimas personagens favoritas, Lexie e Mark. Foi demais. Sem Addison, George, Izzie, Mark e Lexie, apenas me restava Cristina como favorita. Não era, de todo, o suficiente para me manter (aliás, ela tratou de se pirar umas temporadas depois), especialmente quando toda a gente naquela série me passou a irritar solenemente. Desliguei completamente da série. Desde aí que nunca mais vi nenhum episódio e a raiva é tanta que mudo logo de canal quando a apanho a dar na Fox Life.
Arrow
Em termos de ódio, Arrow vem logo a seguir a Grey’s. As razões são diferentes, mas Arrow tornou-se tão intragável que desliguei daquela telenovela de pseudo super-heróis a meio da 4.ª temporada. Aquilo já não era para mim. Na 1.ª temporada, Arrow entrou com toda a força no pequeno ecrã e basicamente iniciou a moda das séries de super- heróis. Boas cenas de luta, uma história intrigante que era fiel à banda desenhada ao mesmo tempo que tinha vida própria, flashbacks pertinentes e interessantes. Até dava para ignorarmos o facto de a CW ter ido buscar todo o elenco a uma agência de modelos qualquer. No entanto, a coisa começou a descambar na 3.ª temporada, com a introdução da Liga dos Assassinos e com o início de “Olicity”. Foi também aqui que as personagens começaram a morrer e a desmorrer. Literalmente, as únicas pessoas pertinentes a morrer foram Moira Queen e Tommy Merlyn e a lista de cadáveres chegou a ser extensa. Agora parece que Laurel Lance vai voltar também, visto Katie Cassidy se ter tornado regular em todas as séries do canal (o que deve ter que ver com o que aconteceu no último episódio de The Flash) por isso não sei bem o que vai acontecer. Neste caso em particular nem me importo, visto ter achado uma autêntica palhaçada terem morto a personagem. Laurel era horrível ao início, mas, estranhamente, foi-se tornando numa das melhores da série. Enquanto ela melhorava, os outros pioravam. Já não consigo suportar os choramingos de Oliver por causa de Felicity. Já não consigo suportar Felicity também e ela chegou a ser a minha favorita. O romance deles tinha tudo para ser uma coisinha discreta e fofa, mas ganhou tanto protagonismo na história que se tornou insuportável. Não há paciência para tanto drama. A história de Damien Darhk ficou bem aquém das expectativas e os flashbacks tornaram-se peso morto na série. Mas como tudo o que na CW tenha audiências é renovado, Arrow lá ganhou uma 5.ª temporada. Eu juro que ainda tentei acompanhar, porque assisto a The Flash e a Supergirl e os crossovers acontecem mais do que uma vez por temporada, mas não consigo perder tempo a ver uma série que foge à premissa principal em prol de agradar aos espectadores adolescentes.
The Walking Dead
“Vê The Walking Dead! A sério, vê, não te vais arrepender!”, “É uma das melhores séries que andam por aí!”. Ouvi estas palavras vezes e vezes sem conta das bocas de amigos meus ao longo dos anos. Como a euforia era tanta, lá acabei por arranjar um bocadinho para assistir ao episódio piloto. Não puxou muito por mim, mas fui vendo, fui vendo… cheguei ao final da segunda temporada e perguntei se aquilo era uma espécie de Breaking Bad, se melhorava com o decorrer das temporadas. A resposta foi que as primeiras temporadas são as melhores de toda a série. Oi? Como assim? Eu devo ser extraterrestre no que toca a esta série pós-apocalítica, porque nunca entendi bem de onde vinha toda a febre. Os cenários eram já aborrecidos que chegue (sim, não se esperava muito mais depois de o mundo ter acabado), mas ao menos que a história e as personagens fossem interessantes o suficiente para me prenderem à atenção. A série não é má por assim dizer, mas perde por ter um mau protagonista. E para combinar, a mulher dele é igualmente irritante (o que é uma pena, visto eu adorar o papel da atriz em Prison Break). Em geral, não há assim ninguém que me prendesse a atenção. Talvez Daryl (que é o favorito dos fãs, segundo me parece) e Beth. E mais, os walkers só aparecem cada vez que o rei faz anos. Não odeio a série nem nada que se pareça, só que foi uma desilusão tão grande e sinto que é tão sobrevalorizada que me tirou totalmente a vontade de continuar a ver.
New Girl
Aqui está uma série que começou muito, muito bem e que descambou de tal maneira que uma pessoa já mal se lembra de quando era boa. Comecei a assistir à comédia de Zooey Deschanel assim que saiu e agradou-me logo. Jess a viver numa casa com três homens era hilariante e dava sempre situações engraçadas. Contudo, por volta da terceira ou quarta temporada, New Girl tornou-se uma autêntica palhaçada. As personagens sempre tiveram personalidades peculiares, mas os produtores decidiram torná-las ainda mais estranhas e com histórias sem ponta por onde se pegar. Winston e o gato, por exemplo. A sério, não entendo, não entendo. Cheguei a rir-me mais do ridículo que a série se tornou do que pelas cenas em si. New Girl parou, pura e simplesmente, de ter piada. Ainda houve uns episódios que se safaram, mas de resto era para esquecer. Muitos episódios nem um sorriso me arrancavam. Tudo bem que não é a primeira e certamente não será a última série de comédia a perder qualidade (nem todas podem ser Friends e Seinfield), mas ao menos How I Met Your Mother ainda demorou umas seis temporadas a ficar mais fraquita. New Girl ficou péssima logo na quarta temporada. E, por incrível que se pareça, foi renovada para a 6.ª temporada. O porquê ninguém sabe, mas a Fox continua a apostar nela.
Black Sails
Digam-me lá que série é que existe na televisão agora sobre piratas? Pois é, nenhuma (que eu tenha conhecimento, claro). Daí Black Sails ter merecido a minha atenção. Era uma temática pouco tratada e ainda por cima baseava-se em piratas reais (como Charles Vane, Anne Bonny e Jack Rackham) e na obra A Ilha do Tesouro do escocês Robert Louis Stevenson. Tinha tudo para ser uma excelente série, em teoria. O personagem principal até é filho da magnífica Maggie Smith! De qualquer das formas, Black Sails é como The Walking Dead para mim. Não é uma série má, é só chata. Numa série de piratas uma pessoa espera ver assaltos no mar, tesouros, sangue, ação e rum! Porém, Black Sails revelou-se numa série mais política. Sim, piratas a preocuparem-se mais com burocracias do que a fazerem-se ao mar e procurar as maravilhas que lhes oferecem (neste caso, roubam). A personagem que ainda era mais perto daquilo que esperava era Charles Vane, mas perdia mais tempo a andar atrás da terrível Eleanor Guthrie e ficou sem navio e tripulação logo na primeira temporada. Tenho de dizer que, quando eles realmente içavam as velas valia mesmo muito a pena, mas nem uma mão cheia de episódios em alto mar existem.
Este site usa cookies para melhorar a experiência do usuário.Cookies são pequenos arquivos de texto colocados no seu computador pelos sites que consulta. Os sites utilizam cookies para ajudar os usuários a navegar com eficiência e executar certas funções.
Cookies Estritamente Necessários
Os cookies estritamente necessários permitem a funcionalidade central do website. Este site não pode ser utilizado corretamente sem os cookies estritamente necessários.
If you disable this cookie, we will not be able to save your preferences. This means that every time you visit this website you will need to enable or disable cookies again.
Cookies de Terceiros
Este site usa cookies de terceiros para o bom funcionamento do site, para o desenvolvimento de informação estatística e mostrar publicidade direcionada através da análise de navegação. Ao aceitar, ajuda-nos a melhorar o nosso site.
Please enable Strictly Necessary Cookies first so that we can save your preferences!