Séries que deixei pelo caminho
| 20 Ago, 2016

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Que atire a primeira pedra quem nunca desistiu de uma série, pelos mais variados motivos. Arrastamento das temporadas, morte de personagens favoritas, perda de qualidade, falta de tempo, etc! Com tantas séries à espera para serem vistas, é difícil não preterirmos algumas que já não nos dão o prazer de outros tempos.

Nunca fui muito de desistir de séries, mas tive cinco casos em particular que já não aguentava mais. Qual é a piada de ver uma série por ver? Certo, confesso que existem séries especiais, os “nossos bebés”, que nunca abandonaremos mesmo que fiquem menos boas. Por exemplo, acho que seria física e emocionalmente incapaz de desistir de ver Game of Thrones, Outlander, Orphan Black Sense8. Há mais, claro, mas estas são as mais importantes para mim agora. São as minhas companheiras, o meu refúgio, e já trato as personagens por “tu”.

Portanto, aqui vão as cinco séries que me fizeram desligar sem nunca mais (vá, mais ou menos) olhar para trás.

[AVISO: Se nunca mais lerem uma crónica ou uma review minha é porque os meus colegas do Séries da TV foram bater à minha porta e me assassinaram por estar a criticar sem dó nem piedade as séries favoritas deles. Obrigada pela atenção, foi um prazer!]

Grey’s Anatomy

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Falar em Grey’s Anatomy ainda me deixa irritada. Ao contrário das abaixo, chegou a ser a minha favorita. Comecei a vê-la com a minha mãe há anos e anos atrás quando era transmitida na RTP 2. Tratámos de comprar os DVD e eu ia-me deliciando com os dramas no Seattle Grace. Sempre foi capaz de provocar emoções fortes e a primeira vez que chorei a sério a ver uma série foi quando Denny Duquette faleceu. Mas depois também tinha aquelas cenas engraçadas, os casos médicos e achava hilariante toda a gente naquele hospital andarem a dormir uns com os outros! Até à sexta temporada acompanhei Grey’s religiosamente. Via sempre o novo episódio mal estivesse disponível. Mas depois… Bom, o meu divórcio com a série bebé da Shonda arrastou-se por dois anos. Fiquei triste quando a Addison se meteu a andar para Los Angeles, mas ao menos tinha Private Practice para acompanhar. Mas quando Katherine Heigl anunciou a saída da série logo quando a personagem de T.R. Knight morrera (mas quem é que podia apontar o dedo ao ator por querer sair quando não teve nem uma história de jeito durante toda a quinta temporada?), fiquei de pé atrás. Izzie Stevens era a minha personagem favorita, apesar de saber que devo ser das poucas a ter tal preferência. Contudo, lá ia vendo. Com menos entusiasmo, mas continuei. Até ao final da oitava temporada, quando mataram as minhas duas últimas personagens favoritas, Lexie e Mark. Foi demais. Sem Addison, George, Izzie, Mark e Lexie, apenas me restava Cristina como favorita. Não era, de todo, o suficiente para me manter (aliás, ela tratou de se pirar umas temporadas depois), especialmente quando toda a gente naquela série me passou a irritar solenemente. Desliguei completamente da série. Desde aí que nunca mais vi nenhum episódio e a raiva é tanta que mudo logo de canal quando a apanho a dar na FoxLife.

Arrow

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Em termos de ódio, Arrow vem logo a seguir a Grey’s. As razões são diferentes, mas Arrow tornou-se tão intragável que desliguei daquela telenovela de pseudo super-heróis a meio da 4.ª temporada. Aquilo já não era para mim. Na 1.ª temporada, Arrow entrou com toda a força no pequeno ecrã e basicamente iniciou a moda das séries de super- heróis. Boas cenas de luta, uma história intrigante que era fiel à banda desenhada ao mesmo tempo que tinha vida própria, flashbacks pertinentes e interessantes. Até dava para ignorarmos o facto de a CW ter ido buscar todo o elenco a uma agência de modelos qualquer. No entanto, a coisa começou a descambar na 3.ª temporada, com a introdução da Liga dos Assassinos e com o início de “Olicity”. Foi também aqui que as personagens começaram a morrer e a desmorrer. Literalmente, as únicas pessoas pertinentes a morrer foram Moira Queen e Tommy Merlyn e a lista de cadáveres chegou a ser extensa. Agora parece que Laurel Lance vai voltar também, visto Katie Cassidy se ter tornado regular em todas as séries do canal (o que deve ter que ver com o que aconteceu no último episódio de The Flash) por isso não sei bem o que vai acontecer. Neste caso em particular nem me importo, visto ter achado uma autêntica palhaçada terem morto a personagem. Laurel era horrível ao início, mas, estranhamente, foi-se tornando numa das melhores da série. Enquanto ela melhorava, os outros pioravam. Já não consigo suportar os choramingos de Oliver por causa de Felicity. Já não consigo suportar Felicity também e ela chegou a ser a minha favorita. O romance deles tinha tudo para ser uma coisinha discreta e fofa, mas ganhou tanto protagonismo na história que se tornou insuportável. Não há paciência para tanto drama. A história de Damien Darhk ficou bem aquém das expectativas e os flashbacks tornaram-se peso morto na série.
Mas como tudo o que na CW tenha audiências é renovado, Arrow lá ganhou uma 5.ª temporada. Eu juro que ainda tentei acompanhar, porque assisto a The Flash e a Supergirl e os crossovers acontecem mais do que uma vez por temporada, mas não consigo perder tempo a ver uma série que foge à premissa principal em prol de agradar aos espectadores adolescentes.

The Walking Dead

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“Vê The Walking Dead! A sério, vê, não te vais arrepender!”, “É uma das melhores séries que andam por aí!”. Ouvi estas palavras vezes e vezes sem conta das bocas de amigos meus ao longo dos anos. Como a euforia era tanta, lá acabei por arranjar um bocadinho para assistir ao episódio piloto. Não puxou muito por mim, mas fui vendo, fui vendo… cheguei ao final da segunda temporada e perguntei se aquilo era uma espécie de Breaking Bad, se melhorava com o decorrer das temporadas. A resposta foi que as primeiras temporadas são as melhores de toda a série. Oi? Como assim? Eu devo ser extraterrestre no que toca a esta série pós-apocalítica, porque nunca entendi bem de onde vinha toda a febre. Os cenários eram já aborrecidos que chegue (sim, não se esperava muito mais depois de o mundo ter acabado), mas ao menos que a história e as personagens fossem interessantes o suficiente para me prenderem à atenção. A série não é má por assim dizer, mas perde por ter um mau protagonista. E para combinar, a mulher dele é igualmente irritante (o que é uma pena, visto eu adorar o papel da atriz em Prison Break). Em geral, não há assim ninguém que me prendesse a atenção. Talvez Daryl (que é o favorito dos fãs, segundo me parece) e Beth. E mais, os walkers só aparecem cada vez que o rei faz anos. Não odeio a série nem nada que se pareça, só que foi uma desilusão tão grande e sinto que é tão sobrevalorizada que me tirou totalmente a vontade de continuar a ver.

New Girl

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Aqui está uma série que começou muito, muito bem e que descambou de tal maneira que uma pessoa já mal se lembra de quando era boa. Comecei a assistir à comédia de Zooey Deschanel assim que saiu e agradou-me logo. Jess a viver numa casa com três homens era hilariante e dava sempre situações engraçadas. Contudo, por volta da terceira ou quarta temporada, New Girl tornou-se uma autêntica palhaçada. As personagens sempre tiveram personalidades peculiares, mas os produtores decidiram torná-las ainda mais estranhas e com histórias sem ponta por onde se pegar. Winston e o gato, por exemplo. A sério, não entendo, não entendo. Cheguei a rir-me mais do ridículo que a série se tornou do que pelas cenas em si. New Girl parou, pura e simplesmente, de ter piada. Ainda houve uns episódios que se safaram, mas de resto era para esquecer. Muitos episódios nem um sorriso me arrancavam. Tudo bem que não é a primeira e certamente não será a última série de comédia a perder qualidade (nem todas podem ser FriendsSeinfield), mas ao menos How I Met Your Mother ainda demorou umas seis temporadas a ficar mais fraquita. New Girl ficou péssima logo na quarta temporada. E, por incrível que se pareça, foi renovada para a 6.ª temporada. O porquê ninguém sabe, mas a Fox continua a apostar nela.

Black Sails

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Digam-me lá que série é que existe na televisão agora sobre piratas? Pois é, nenhuma (que eu tenha conhecimento, claro). Daí Black Sails ter merecido a minha atenção. Era uma temática pouco tratada e ainda por cima baseava-se em piratas reais (como Charles Vane, Anne Bonny e Jack Rackham) e na obra A Ilha do Tesouro do escocês Robert Louis Stevenson. Tinha tudo para ser uma excelente série, em teoria. O personagem principal até é filho da magnífica Maggie Smith! De qualquer das formas, Black Sails é como The Walking Dead para mim. Não é uma série má, é só chata. Numa série de piratas uma pessoa espera ver assaltos no mar, tesouros, sangue, ação e rum! Porém, Black Sails revelou-se numa série mais política. Sim, piratas a preocuparem-se mais com burocracias do que a fazerem-se ao mar e procurar as maravilhas que lhes oferecem (neste caso, roubam). A personagem que ainda era mais perto daquilo que esperava era Charles Vane, mas perdia mais tempo a andar atrás da terrível Eleanor Guthrie e ficou sem navio e tripulação logo na primeira temporada. Tenho de dizer que, quando eles realmente içavam as velas valia mesmo muito a pena, mas nem uma mão cheia de episódios em alto mar existem.

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