Las Chicas del Cable – Review da 5.ª Temporada (Parte 2)
| 10 Jul, 2020

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Temporada: 5

Número de episódios: 10

[Contém spoilers!]

A série da Netflix Las Chicas del Cable chegou ao fim. Mais uma série fenomenal e muito bem conseguida pelos nuestros hermanos. A parte final começa no capitulo 38, com o episódio Poder. Esta é sem dúvida uma série para quem gosta de drama e de verdadeiras séries de época, que relatam acontecimentos históricos, e que envolvem as personagens em redor desses mesmos acontecimentos.

Esta quinta e última temporada teve início em fevereiro e terminou agora em julho com cinco episódios finais. Na primeira parte desta quinta temporada, e após a morte de Ángeles abate-se a guerra civil sobre Espanha e Lidia vê-se numa teia de acontecimentos sem precedentes.

É importante aqui mencionar que nos primeiros episódios desta segunda parte facilmente andamos às aranhas com o que está a acontecer, pois é uma série com um passo acelerado, muita coisa acontece num episódio de 40 minutos e não se pode dizer que o resumo dado pela Netflix tenha sido satisfatório.

Para contextualizar, Lidia está presa há sete meses. Francisco, Carlota, Marga, Sara/Óscar e Sofía têm-na procurado e feito de tudo para a resgatar, mas só agora se deram conta que Lidia está num centro de reeducação dirigido por Doña Carmen. A grande vilã de todas as temporadas mantém-se firme, rancorosa, violenta e impossível de matar. Não é fácil manter um antagonista forte durante cinco temporadas, o que é facto é que nesta última parte os “golpes” nas protagonistas foram idênticos aos que tinham sido dados anteriormente, tornando a storyline um pouco monótona para o espectador.

Enquanto Lidia esteve enclausurada, as amigas continuaram a sua vida (sem nunca deixar de tentar salvar Lidia); Sara e Carlota trabalham para um jornal, e Marga e Sofia continuam a trabalhar na Companhia Telefonica. A vida de Marga mudou muito, pois supostamente perdeu o marido e está sozinha e grávida; no entanto, todos sabemos que Pablo está vivo e encontra-se escondido devido ao mandato de captura que existe em nome dele e do irmão gémeo Julio ambos desertores e considerados inimigos do regime.

Infelizmente, Julio acaba por morrer quando Marga confia em Isidro e conta que Pablo afinal não morreu. Marga é presa e acaba por ir parar ao mesmo centro de reeducação de Lidia, que nessa mesma noite teve a oportunidade de escapar com a ajuda de uma das guardas da prisão e de Francisco. Enquanto tudo isto se passa, Sara encontra-se perdida, não se reconhece a si própria devido a tudo o que passou nos últimos tempos e acaba a relação com Carlota. E este é o início do fim.

Um ponto positivo deste fim de temporada foi o destaque dado a Elisa. Após a morte de Carlos tudo indicava que não iam alongar a personagem de Elisa, mas aparece e está melhor que nunca, comparativamente a Francisco que começou a perder protagonismo, quando entrou em coma, tendo vindo a tornar-se uma personagem cada vez mais passiva ao longo da história.

Las Chicas del Cable é, como já referi uma série de drama, com boas interpretações, com um bom argumento, no entanto a morte de Carlos (uma das personagens principais), foi tratada com demasiada leveza e desprezo; assim como todo o argumento em redor de D.ª Carmen, que já esteve à beira da morte, sem exagero, centenas de vezes, e há sempre uma reviravolta e ela não morre. Estes últimos cinco episódios serviram também para passar a mensagem que tinha vindo a ser desenvolvida pelos argumentistas ao longo da série, e tendo em conta os tempos de mudança que vivemos mesmo nos dias de hoje, percebemos a importância deste tipo de argumentos em que a palavra liberdade é e deve ser o centro de tudo. Foi também interessante ver que foi Lidia que desencadeou a história de Las Chicas Del Cable quando decidiu escrever as suas memórias.

Devemos ter em conta que a parte final começa a ficar interessante no terceiro episódio Dolor, com toda a ação que acontece entre Lidia fugir, Marga ser presa, e logo de seguida Carlota e Sara, são encarceradas também; Elisa acaba por formar uma aliança com Lidia que meteu na cabeça que quer salvar todas as mulheres do centro. O plano não corre bem e Elisa acaba por ser morta pelo mesma mão que matou o irmão. Esta personagem não merecia este desfecho, mas era a única forma de abrir os olhos de D.ª Carmen, e dar-lhe mágoa por todas as atrocidades que tinha feito até aqui. O amor pelos filhos venceu o rancor que tinha a Lidia e acabou por ajudar a libertar as presas.

Até este momento todos os acontecimentos eram típicos desta série. Sem querer desvendar o final, pode dizer-se que foi um desfecho bastante agridoce para todos os fãs, mas compreensível, pois não sei se poderia acabar de outra forma. No entanto, sente-se que foram feitos cinco episódios apressados, para se poder dar um final à série, que acabou por ficar aquém das expectativas.

Melhor episódio:

Episódio 3 – Capitulo 40 “Dolor”Este é o episódio escolhido não só por ter sido o melhor desta última parte da série: por toda a acção, momentos dramáticos e cruciais que teve assim como a interpretação excelente de todas as protagonistas, mas também pelo seu título. A dor sempre esteve presente ao longo das cinco temporadas de Las Chicas del Cable. Todas elas sofreram até ao fim protegendo-se sempre umas às outras. É triste, porque Elisa, acaba por ter um desfecho infeliz, e era aquela personagem que ninguém dava nada por ela estava. Agora tinha revirado a sua vida estava a praticar o bem; só que o seu lado mais fraco e frágil levou a melhor.

Personagem de destaque:

Marga (Nadia de Santiago) Foi sem dúvida um character development sem precedentes. A Marga da primeira temporada não era a mesma Marga da quinta temporada. O crescimento, a modelação do pensamento da personagem que foi ficando cada vez mais aberto, forte, mais confiante e atento. A cena mais emocional e vencedora deste final foi protagonizado por Marga, que dá à luz ao seu bebé na enfermaria da prisão e que se sente fraca e com medo e desta vez não se apoia só nas amigas mas sim em Pablo que é a ajuda preciosa para que tudo corra bem. Claro que Lidia/Alba vai sempre ser a personagem mais forte e mais característica desta série, o que é facto é que nestes últimos episódios mostrou-se imatura e um pouco egoísta, com atitudes desnecessárias, permitindo a Marga ficar com o merecido destaque.

Margarida Rodrigues Pinhal

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