Legends of Tomorrow – 01×10 – Progeny
| 11 Abr, 2016

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Depois do ataque de Chronos/Mick Rory à Waverider e de Ray, Sarah e Kendra se verem separados da equipa por dois anos, esta semana Legends of Tomorrow vê novamente a equipa reunida. Porém, quando pensávamos que o salto temporal para 2147 finalmente iria clarificar a premissa da série, colocar um ponto final em Vandal Savage, tal não aconteceu. Progeny revelou-se teoricamente um filler. Apesar do episódio não ter acrescentado muito ao conflito global, teve alguns momentos memoráveis.

Esta semana a equipa lançou-se na perseguição de Vandal Savage para Kasnia Conglomerate em 2147 e encontram-no a orientar um adolescente, Per Degaton (Cory Gruter-Andrew), que Rip descreve como sendo o equivalente a “um jovem Hitler”. Degaton é famoso por libertar o vírus Armageddon, que mata centenas de milhares de pessoas e prepara o mundo para a conquista de Savage. Enquanto a equipa debate se mata ou não uma criança pelo bem maior, Ray toma conhecimento de alguns detalhes acerca da sua linhagem e de como a sua tecnologia Atom foi modificada para matar.

A questão de quando matar é justificado e que tem sido explorada em comics, filmes e mesmo em séries, não é nova. No entanto, este dilema moral em particular é novo para Legends e mais sombrio do que qualquer coisa que a série já tenha abordado, ainda mais quando o possível alvo é uma criança. Como Rory diz: matar uma criança “não é lá muito heroico”.

A narrativa do episódio tenta constantemente enfatizar o quanto os nossos heróis querem ser bons e mesmo a atração de salvar o seu filho não é suficiente para Rip cruzar essa linha. Este dilema poderia ter tido alvo de discordância por parte de uma ou outra personagem, contudo todos se comportaram exatamente como esperado. Embora Rip estivesse frio e calculista, Sara defendeu o perdão e Stein e Ray pregaram a não-violência. Ao passo que Snart ainda está a processar as implicações de não ter morto o seu companheiro e amigo Rory.

No final, a decisão de deixar Degaton vivo, depois de Rip ter uma conversa séria com o rapaz, transmitiu a mensagem que o episódio pretendeu. No entanto, outras questões se levantam. Para mudar consideravelmente a linha temporal não poderiam ter mantido o adolescente preso ou mandá-lo para outra linha temporal? Fizeram isso com Rory. E em ambas as opções salvavam Degaton da morte confirmada às mãos de Savage e, mais importante, o mundo (embora mera possibilidade). Mas também neste caso em particular, Legends of Tomorrow mostrou que não pretende entrar na escuridão, apesar de tal decisão ter apressado o apocalipse num bom par de anos, como consequência da interação com a linha temporal. E não podia, uma vez mais deixar passar, a continuação da fraca caraterização de Vandal Savage. Resta perguntar, para quando pretendem fazer o upgrade ao vilão?

Quando chegam a 2147, Ray (ou devo dizer, Dr. Hannibal Lecter) deparou-se com algo chocante, uma surpresa muito desagradável: a sua tecnologia Atom foi modificada para criar robôs de policiamento autónomo que trazem o terror em vez de paz. Depois de investigar o laboratório de onde estes robôs vinham, Ray descobre que existe uma estátua dele no complexo e que a guia da visita, Rachel Turner (Jewel Staite) aparenta ser a sua cinco vezes bisneta (não sei como dizer). Quando Ray começa a pensar que teve um filho quando deixou Starling City e que é o responsável por tudo aquilo, Rachel revela-lhe o contrário. Afinal a linhagem direta de Rachel vem do irmão gémeo de Ray e foi este que fundou aquela empresa e, consequentemente transformou a tecnologia Atom em algo assustador.

Assim como Ray esconde os seus supostos problemas de paternidade de Kendra, ela está a esconder os seus flashbacks de Ray. Kendra lembra-se do tempo, não muito longínquo (1920), em que ela e Carter eram casados e tinham o seu filho, Aldus. O flashback, da história do casal, finalmente retrata o sobressalto que era viver, sempre com medo que Savage os viesse matar a qualquer instante. Resultado esperado, Kendra fica insegura com a sua situação com Ray, no entanto, reafirma que é com ele que quer estar. Com Carter tão presente nos flashbacks, é quase seguro dizer que vamos vê-lo novamente num futuro alternativo.

Mas o ponto alto do episódio vai para o confronto de corações, ou devo dizer de punhos, entre Snart e Rory. A fim de meter um ponto final na situação entre eles ou, se quisermos, para Snart se redimir do amigo, este entra na cela do seu antigo companheiro com o intuito de só um sair vivo. Mas surpresas acontecem e quando Rory apenas precisava de mais um soco para matar Snart, o seu coração amolece, os punhos baixam e a cabeça arrefece. Rory e Snart, após minutos de enorme tensão, resolvem colocar o que os separou de lado. E é graças a isto que a equipa toma conhecimento de algo muito grave: o Time Master estão a mandar os caçadores atrás da equipa e, segundo Rory, eles são implacáveis, com um único objetivo: aniquilar Rip Hunter e toda a equipa.

No geral, Progeny foi um episódio muito medíocre, embora não terrível, mas foi praticamente filler. No contexto global não avançou absolutamente nada com a premissa da série. A caraterização do futuro foi fraca e pouco focada, o conflito com o bebé Hitler foi pouco conseguido e voltamos a ser obrigados a assistir, mais uma vez, ao romance de Ray e Kendra.

Fernando Augusto

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