[Contém spoilers]

Este episódio marca a estreia de Ellen Pompeo como realizadora em Grey’s Anatomy e fico contente que tenha sido com este Be Still, My Soul porque apesar de o centro do episódio ser Maggie e a mãe desta, não deixa de ser também close to home para Meredith. Também ela lidou com o declínio da saúde da mãe para depois a perder para a doença. A situação não é igual, mas é comparável. A relação que Maggie tem com Diane é muito mais próxima do que alguma vez foi a de Meredith e Ellis, mas talvez a recordação de uma boa jornada sirva de consolo a Maggie. Meredith não pode agarrar-se a isso, certamente.

Durante os 41 minutos de episódio (aproximadamente) acompanhamos o tratamento de Diane depois de ter sido descoberto que células do tumor original se tinham alojado no fígado. Discutem-se opções, mas Maggie discorda das opiniões dos médicos. Está demasiado preocupada em salvar a mãe para perceber que os tratamentos a que a vai sujeitar lhe vão fazer mais mal que bem. É exatamente isso que acontece e aquilo a que assistimos é a viagem de uma mulher que se quer despedir da filha, passando-lhe conselhos.

Maggie conta com o apoio dos amigos e colegas, de Richard, das irmãs (hei-de sempre referir-me a Amelia como irmã de Maggie). Acho que Diane rapidamente percebeu a importância que as pessoas daquele hospital passaram a ter na vida da filha e que, de certa forma, isso a pode ter consolado, sabendo que Maggie não ficará sozinha. Gostei do jantar em grupo e adorei quando Diane mencionou Ellis e ficou a descobrir que as cinzas dela tinham sido deitadas pelo ralo de um lavatório de desinfeção de um bloco de operações.

Estavam prometidas muitas lágrimas para este episódio. Não chorei, mas foi emotivo q.b. Foi-o na dose certa, até porque não conhecíamos Diane assim tão bem. É triste que tenha partido tão cedo, tão rápido, mas não deixou nada por dizer. Nada de verdadeiramente importante, pelo menos, ao contrário de Ellis. Maggie perdeu a mãe biológica sem nunca a ter conhecido, agora perdeu a MÃE, mas tem um sentimento de closure que Meredith nunca terá. E tem boas recordações de uma vida familiar feliz, com uma mãe presente e carinhosa. Vai ser difícil para Maggie lidar com isto, mas ela vai ficar bem. Meredith e Amelia vão certificar-se disso e Richard também estará lá para olhar por ela. E Maggie tem o pai verdadeiro, o pai de coração. Porque a biologia é um acaso, faz de alguém nosso pai e mãe, mas não nos torna uma família. O amor sim. Maggie perdeu a mãe, mas continua a ter uma família.

Este 18.º episódio revela-se um dos mais interessantes de uma temporada bastante mediana e traz de volta alguma da emotividade – embora não em toda a sua plenitude – que tanto caracteriza a série.

Diana Sampaio

Se ainda não conhecem os nossos parceiros de Grey’s Anatomy (Portugal), espreitem aqui!