Outlander – 01×16 – To Ransom a Man’s Soul (Season Finale)
| 01 Jun, 2015

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01x16 - To Ransom a Man's Soul

01×16 – To Ransom a Man’s Soul

Com Claire fora de perigo das mãos do Capitão Jack Randall, Jamie cede a uma tortura intensa e atroz do militar que parece estar a quebrar aos pedacinhos a sua alma. Nisto, Jamie é resgatado pelos seus compinchas, numa demonstração bem engraçada de força com alguma paródia à mistura. As cicatrizes e feridas no corpo do jovem estão com mau aspeto, mas a ferida emocional parece ser ainda maior do que todas as dores que sente. Ao conseguirem salvá-lo da prisão, Claire e o resto da companhia levam-no para um convento onde este possa repousar e ganhar as suas forças; o problema é que Jamie parece não estar recetivo a melhorar, assim que nos vamos embrenhando na horrorosa tortura por que passou.

O final de temporada da série da Starz, que se revelou um dos mais viscerais exercícios de televisão do momento, é violento o suficiente para nos fazer tapar os olhos umas quantas vezes. A magnífica captura de câmara de Anna Foerster, que vai gradualmente intensificando as cenas de tortura do pobre Jamie, não poupa a ninguém uma revolta miudinha. Para quem se revoltou (desnecessariamente e estupidamente) com a cena de violação de Sansa Stark em Game of Thrones, encontra aqui então a nova “cobaia” para expelir toda a raiva e indignação. Outlander é um registo forte e intimista que, não só coloca os seus atores em situações moralmente complexas e difíceis, como leva o público a testar os seus limites espirituais. Muitos irão achar que “To Ransom a Man’s Soul” é homofóbico, mas poucos irão ser aqueles que encararão o realismo visual como uma marca inconfundível de qualidade da série. Esqueçam Joffrey Baratheon, Ramsey Bolton e todos aqueles que habitam os pesadelos, porque Jack Randall enfia-os a todos num bolso.

A narrativa é incansável e a história de Outlander vai sofrendo uma evolução positiva à medida que caminha para o desenlace. As obras de Diana Gabaldon encontram na sua versão televisiva, um extraordinário retrato que se mostra infalível nas suas temáticas controversas e explícitas. É uma viagem romântica de um casal que, embora tenham as suas diferenças, todos os momentos mais árduos da sua jornada levam-nos a estarem ainda mais próximos um do outro. Anna Foerster na realização, a banda-sonora caprichada de Bear McCreary e a fotografia intensa de Martin Fuhrer aliados à escrita forte e livre de clichés dos seus criadores, tornam este episódio num dos melhores do ano. E se Outlander começou por se enquadrar nos contos-de-fadas, o desenvolvimento gradual da sua narrativa leva-a ainda mais além, completando uma viagem épica em terras escocesas e que termina maravilhosamente numa fábula de terror. O elenco é mais que competente e cai, desde o início, nas boas graças do público que durante uma semana espera ver o que eles prepararam para o episódio seguinte. Ao testar os limites dos seus atores, a equipa de Outlander consegue aproximar o espectador das personagens, provocando um turbilhão de emoções no mesmo.

Esperemos que a série mantenha a sua natureza explícita e argumento rico na próxima temporada e, se o fizer, estamos perante algo que é mais do que uma simples série de televisão e que ultrapassa a qualidade de muitas que estão no coração de fãs por todo o mundo.

Nota: 10/10

Jorge Lestre

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