Crimes Submersos – 01×01 – Episódio 1
| 21 Jan, 2022

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Estreou hoje na RTP1 o primeiro episódio de Crimes Submersos, série coproduzida pelo canal público português e pela sua congénere espanhola, a RTVE. Trata-se de um thriller que começa quando, no seguimento de um período de seca extrema no sul da Península Ibérica, algumas povoações, que tinham sido inundadas há décadas para dar lugar a barragens, voltaram a emergir das águas.

Este é um excelente ponto de partida que chama também a atenção para a problemática da seca e das questões ambientais, mas a série debruça-se sobre uma investigação policial relacionada com o aparecimento dos restos mortais de duas pessoas precisamente num local, de nome Campomediano, que anteriormente se encontrava submerso. Uma das primeiras cenas, com o avô e a neta a deslocarem-se até ao sítio que tinha sido a casa dele durante tanto tempo e que já fora também o lar da família em gerações anteriores, é capaz de ter sido a minha preferida do episódio, porque puxa àquele lado sentimental e da saudade que é tão nosso.

A partir daí, a investigação começa a rolar e somos introduzidos a um vasto leque de personagens, entre eles elementos da polícia, um jornalista e pessoas ligadas à gestão da barragem de Campomediano, entre outras. Confesso que um elenco muito vasto raramente é do meu agrado, pois acaba por haver sempre demasiadas histórias, ainda que interligadas, mas aqui compreendo que fosse, de facto, uma necessidade. Temos então um núcleo de personagens espanhóis e portugueses que, até aqui, têm estado sobretudo do seu lado da fronteira, mas que acredito que se irão “misturar” mais com o avançar da narrativa. Em relação ao elenco, tenho que louvar a qualidade dos sotaques dos nossos atores, que não se atrapalharam nada a falar espanhol. Aliás, há também que tecer elogios gerais em termos de interpretação, pois todos têm interpretações sólidas e convincentes, mas quero destacar a Daniela Yanes de Elena Rivera, uma polícia jovem e muito determinada que tem todo o potencial para ser a “alma” da série.

Há duas coisas muito positivas que a série conseguiu fazer: criar uma história que me prende a atenção enquanto espectadora (embora ache que 1h de episódio é sempre demasiado) e levantar suficientemente o véu em relação ao que se pode esperar daqui para a frente para nos fazer voltar para mais. Gostava que tivéssemos a oportunidade de conhecer um pouco do que era a vida em Campomediano, o que aconteceu àquelas pessoas que tiveram de sair de lá e, claro, quero perceber de quem são aqueles restos mortais e quem são os responsáveis pelos crimes. Já há dedos apontados para lados diferentes, mas ainda é muito cedo para fazer apostas.

Se perdeste o episódio, podes sempre vê-lo na RTP Play. Vale a pena espreitar!

Créditos da imagem: Armanda Claro – Coral Europa

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