Brockmire – 01×01 – Rally Cap (Pilot)
| 09 Abr, 2017

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Imaginem por momentos que estão a ouvir um relato de um grande jogo da primeira liga de futebol em Portugal e, de repente, o comentador, pelo meio da descrição das jogadas, vai aos poucos, e em crescendo, introduzindo um desabafo acerca do facto de ter encontrado a mulher a traí-lo no próprio dia. No mínimo estranho, não? Pois bem, é o mote para este Brockmire, uma comédia bem original.

Hank Azaria, que dispensa apresentações, produz e protagoniza esta série que deriva de pequenas curtas de animação que passaram no site “Funny or Die”. Hank desempenha o papel de Jim Brockmire, conhecido comentador de jogos da principal liga de basebol americano e que se tornou ainda mais conhecido através do seu desabafo durante um jogo. Brockmire revelou que tinha chegado a casa para surpreender a sua mulher com um ramo das suas flores preferidas e encontrou-a rodeada de homens nus, sendo que ela tinha um “strap-on” e estava a penetrar o vizinho do casal (sorry pela imagem visual, mas não há um jeito subtil de descrever a situação). A reação de Brockmire foi levar uma garrafa de whisky para o relato desse dia e, quando o álcool começou a fazer efeito, as suas palavras começaram a ganhar um tom filosófico e a descrição das jogadas foi sendo acompanhada pelos pormenores sórdidos desta revelação. O momento foi do mais hilariante possível e, a certa altura, os espectadores já não ligavam nada ao jogo, mas estavam completamente focados na história de Brockmire. Seguiu-se uma conferência de imprensa que a par deste relato se tornou viral. E isto foram apenas os primeiros 5 minutos da série!

Em seguida saltámos 10 anos no tempo. Como seria de esperar, Jim havia sido despedido e chegava agora a um potencial novo emprego como comentador de jogos de ligas amadoras. Brockmire, sendo um homem que não percebia nada de computadores e internet, não fazia a mínima ideia da visibilidade que os seus vídeos tinham tido. A verdade é que todos o reconheciam e as suas frases e a sua história viraram um “provérbio” por muitos repetido.

Jim esperava ter uma produtora, um regresso aos grandes palcos, mas a sua equipa de emissão resumia-se a ele e a um jovem com bastantes seguidores nas redes sociais e algum jeito para a informática. Também no que toca ao clube local, a mudança foi de 80 para 8, com as grandes lendas que relatava a serem trocadas por um grupo de pessoas com excesso de peso, ou excesso de idade, ou sem talento nenhum para a coisa. Para além do jovem Charles, Hank divide o protagonismo da série com Amanda Peet, uma cara familiar dos filmes de comédia, que interpreta Jules, a responsável por este convite de emprego e a pessoa que o conseguiu convencer a aceitar este novo cargo, com oferta de bebida grátis pelo meio.

Hank está muito engraçado na personagem, notando-se um trabalho de sotaque bastante interessante, o que não é total surpresa, não fosse Hank Azaria responsável por dar voz a muita personagens de The Simpsons. Os seus relatos facilmente nos arrancam umas gargalhadas e uns “apupos” por parte dos jogadores da equipa, que nem se conseguem concentrar. Por parte de Charles e Jules, parece que há muito espaço para que a sua química com Jim possa crescer e tornar o núcleo mais sólido.

São episódios leves e de pouco mais de 20 minutos que funcionam muito bem para nos animar e nos fazer rir um bocado. O piloto foi exemplo disso mesmo e a série foi desde cedo bem recebida, tendo inclusivamente sido renovada ainda antes da estreia. No meu caso particular, fiquei com vontade de assistir aos restantes 7 episódios.

André Borrego

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