Virgin River – Review da 4.ª Temporada
| 11 Ago, 2022
7.45

Publicidade

As histórias em torno de Virgin River estão de volta e, após uma 3.ª temporada em que tivemos poucas respostas quanto às narrativas deixadas em aberto na temporada anterior, e o último episódio ainda nos ter deixado mais histórias em aberto, finalmente tivemos algumas respostas/resoluções nesta 4.ª temporada de Virgin River.

Por fim, ficámos a saber quem disparou contra Jack (Martin Henderson) e algo que já suspeitava veio a confirmar-se: ele não é o pai dos filhos de Charmaine (Lauren Hammersley). Ainda que, ao contrário do que eu achava, não tenha sido Mike (Marco Grazzini) o autor do disparo, mas sim Vince (Steve Bacic), tio de Christopher (Chase Petriw), eu continuo a achar que é ele o pai dos filhos de Charmaine. Embora Mike não tenha feito nada propriamente suspeito nesta temporada, pelo contrário até se mostrou muito prestável, algo me diz que a personagem dele esconde alguma coisa. E agora que já foi provado que não foi Brady (Ben Hollingsworth) quem disparou contra Jack, alguém teve que colocar a arma no carro dele e eu continuo a suspeitar que tenha sido Mike. Para além disso, eu também acho que ele possa estar a trabalhar para Melissa Montgomery (Barbara Pollard), irmã de Nick (Keith MacKechnie), dona da Emerald Lumber, e a cabecilha por detrás da rede de tráfico de droga. Agora como é que Vince encaixa nisto tudo é algo para o qual ainda não tenho nenhuma teoria.

Relativamente a Jack, também ficámos a saber que é ele o pai da filha de Mel (Alexandra Breckenridge). Embora tenham tentado manter a dúvida praticamente até ao final, para mim não faria grande sentido o bebé ser de Mark (Daniel Gillies). Tendo em conta que estava a ser difícil para Mel ficar grávida ainda Mark era vivo, o processo que foi utilizado e o espaço de tempo em que foi feito, não seria muito plausível que o bebé fosse de Mark. No entanto, tive receio de que isso fosse acontecer, mas felizmente não aconteceu, o que me deixou bastante satisfeita.

Apesar de isto também ter sido uma das razões de desentendimento entre Jack e Mel, principalmente porque Jack não queria fazer o teste de paternidade, a relação deles também teve os seus altos e baixos muito derivado a terem explorado, e bem, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, questões envolvendo PTSD (Post-traumatic stress disorder) e luto, essencialmente pela morte do irmão, morte essa que Jack ainda não tinha inteiramente processado. Felizmente, Jack decide pedir ajuda e começa a ser acompanhado por um terapeuta, o que me deixou extremamente contente. Não só porque poderá incentivar outras pessoas a fazer o mesmo, mas também porque estava a ser difícil para mim acompanhar esses comportamentos autodestrutivos e o impacto que isso estava a ter na Mel. Por mais que tentasse compreender o lado de Jack, não conseguia impedir-me de ficar ligeiramente desapontada com as atitudes dele, principalmente quando mostrava relutância quanto a pedir ajuda.

Ainda em relação a Jack, este fez um negócio com Nick que me pareceu demasiado bom para ser verdade e, uma vez que ficamos a saber quem é a irmã dele e os negócios em que anda metida, tinha motivos para desconfiar. Talvez Nick nem tenha conhecimento desses negócios ilícitos, mas definitivamente que isso vai trazer problemas a Jack. Uma 5.ª temporada já está confirmada, pelo que estou curiosa para ver como é que esta narrativa se vai desenvolver.

Quanto a Doc Mullins (Tim Matheson), no final da 3.ª temporada, ficámos a saber que tinha um neto, Denny Cutler (Kai Bradbury), o que foi uma surpresa, quer para nós espectadores, visto que sabíamos que Hope (Annette O’Toole) e Doc nunca tinham tido filhos, e também nunca tinham sido mencionado outros relacionamentos que pudessem levar a suspeitar de algo assim; quer para o próprio Doc, uma vez que ele não tinha conhecimento de que Rose, a rapariga com quem teve um relacionamento na época da faculdade, tinha ficado grávida. Isto porque o último contacto que teve com ela foi por carta, em que esta lhe disse que tinha conhecido outra pessoa, não fazendo referência ao facto de estar grávida e, posteriormente, a irmã dela disse-lhe que Rose tinha morrido.

A storyline de Denny focou-se essencialmente num possível romance com Lizzie (Sarah Dugdale) e na possibilidade de estar a enganar Doc. Apesar de nos ter sido indicado que ele ajudou a liquidar a dívida do avô referente à clínica e de sabermos que sofre de uma doença terminal, ainda me questiono como é que não fizeram um teste de ADN a fim de saber se ele era efetivamente parente de Doc. Nos tempos que correm, e tendo em atenção que ele tinha comportamentos suspeitos, tais como mexer no armário dos medicamentos, ter na sua posse medicamentos que não lhe foram prescrito, e andar a mexer em documentos financeiros relativos à clínica, não consigo perceber como é que em momento nenhum decidiram fazer-lhe um teste de ADN, confiando assim cegamente no que lhes foi dizendo.

Relativamente a Preacher (Colin Lawrence), confesso que o desenvolvimento dado à narrativa em torno de Christopher ficou um pouco aquém das minhas expectativas. Não só porque esta não acompanhou a intensidade dada às situações apresentadas no último episódio da 3.ª temporada (algo que acontece frequentemente em Virgin River e que me incomoda cada vez mais, isto é, recorre-se muito à utilização de cliffhangers que depois são facilmente dissipados/esquecidos no/s episódio/s seguinte/s), mas porque também não faz grande sentido.

Foi-nos indicado, nesta 4.ª temporada de Virgin River, que Paige (Lexa Doig) foi para uma casa de apoio à vítima. Ora, não teria sido mais inteligente, e seguro, ter levado o filho com ela em vez de o ter deixado com Preacher? Tanto é que, efetivamente, Christopher acabou por ser encontrado e levado pelo tio. Portanto, se a intenção dela era deixar o filho em segurança, não foi grande ideia. Já para não falar que, tendo em atenção as duas primeiras temporadas, não me parece mesmo algo que a personagem faria. Eu compreendo que este tipo de desenvolvimento funcione melhor para criar suspense e drama, mas não sendo algo muito plausível, acaba por perder o efeito que pretende. Era preferível ela ter-se entregado à polícia ou então Vince ter vindo atrás de Preacher a fim de lhe extrair informações relativas ao paradeiro de ambos.

Fora isso, e um ou outro momento, no geral até apreciei bastante esta 4.ª temporada de Virgin River, sendo que estou bastante curiosa para saber o que a quinta nos reserva. Apesar de referir sempre o quão maravilhosa considero que seja a fotografia e a banda sonora da série, não podia deixar de o referir novamente, principalmente porque nesta temporada ainda conseguiram sobressair/impressionar-me mais (algo que não pensava que fosse possível). Isso, aliado a uma história que, mesmo com algumas falhas, não deixa de ser cativante, para além de que consegue abordar temas pesados e emocionantes, mas sempre de forma leve, fazem com que continue a querer ver Virgin River.

Melhor episódio:

Grilled (Episódio 3) – Ainda que tenha um ou outro momento mais cliché, se há coisa que Virgin River faz bem é abordar temas pesados, mas sem sobrecarregar o espectador. É impossível, com tantos temas que são abordados, não nos identificarmos/revermos de alguma maneira com o que nos vai sendo mostrado. Isso foi o que aconteceu neste episódio em particular, quando Doc diz o seguinte a Mel: “O luto nunca se torna mais leve. Simplesmente habituamo-nos a carregar o peso.” É raro uma frase conseguir resumir tão bem o sentimento perante o luto, mas é precisamente isso que acontece. O peso de ter perdido alguém não desaparece efetivamente, nós é que nos habituamos a suportar essa dor. Sem sombra de dúvida que esta citação se tornou uma das minhas favoritas e, por essa razão, não poderia escolher outro momento de destaque que não este.

Personagem de Destaque:

Lizzie (Sarah Dugdale) – Apesar de também me ter passado pela mente escolher Brady ou Brie, não só pelo desenvolvimento que têm vindo a sofrer, mas em especial pela forma como, através deles, foi abordada a questão da violação, acabei por decidir escolher Lizzie (inclusive já tinha pensado em escolhê-la na temporada anterior). É verdade que não era muito fã dela na 2.ª temporada, mas a personagem tem vindo a sofrer um excelente desenvolvimento e nesta temporada isso viu-se ainda mais. De alguém mimado, Lizzie passou a alguém que cuida das pessoas, ajuda a tia na roulotte e ainda começou a trabalhar no bar de Jack. Para além disso, temos também toda a história dela com Ricky (e o quanto sofreu com isso) e agora com Denny. Resta-nos esperar para ver o que a 5.ª temporada lhe reserva, mas eu estou com expectativas altas quanto à sua personagem.

Temporada: 4
Nº Episódios: 12
7.45
7
Interpretação
6.5
Argumento
8.5
Realização
8.5
Banda Sonora

Publicidade

Populares

estreias calendário séries março 2024

9-1-1 fox life

Recomendamos