The Serpent – 01×01 – Episode 1
| 16 Jan, 2021

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[Não contém spoilers]

A nova série da BBC One, The Serpent, estreou no passado dia 1 de janeiro e conta-nos a perturbadora e bizarra história de como Charles Sobhraj (Tahar Rahim), um serial killer e vigarista, assassinou e roubou pelo menos 12 turistas ocidentais ao longo da chamada hippie trail na década de 1970. O seu destino é conhecido, mas não o irei revelar para não trazer dissabores a quem nunca ouviu falar deste caso.

O início do episódio não faz prever o que irá acontecer e como este irá acabar (mas é quase sempre assim com serial killers, não é verdade?). O casal principal, interpretado por Tahar Rahim e Jenna Coleman, parece ser bastante amistoso e compreensível com o sofrimento dos outros. Tanto ela como ele têm claramente um charme inerente e a cada passo que dão, a filmagem torna-se mais suave e elegante, mas é claro que isto não se poderia manter assim ao longo do episódio, porque senão estaríamos a ver outro tipo de série.

A dinâmica de gato e rato entre o assassino, Charles Sobhraj, e Herman Knippenberg (Billy Howle), um diplomata rebelde que segue os seus instintos contra a vontade dos seus superiores, é também um ponto interessante e que será seguramente desenvolvido ao longo dos restantes episódios.

Para além de alternar entre estes dois contextos, The Serpent foi, nestes 50 e poucos minutos, também oscilando constantemente entre diferentes períodos separados por apenas alguns meses, mas tudo foi fluido e percetível, dando até uma narração mais dinâmica e desconcertante dos acontecimentos. Tudo está bem, mas repente já não está.

Como podes ler, os acontecimentos que aqui nos foram apresentados tinham inevitavelmente de ter personagens fortes e marcantes, que transmitem sentimentos, mas ao mesmo tempo não se sabe bem o que estarão a pensar ou a sentir e assim aconteceu (pelo menos do meu ponto de vista).

Uma coisa que também achei interessante – e ao contrário de tantos outros dramas de crimes verdadeiros – foi que The Serpent não teve medo de dar história e nome às suas vítimas na vida real, de lhes dar tempo de antena e personalidade. Até parece que elas têm a possibilidade de controlar o desenrolar dos acontecimentos. É, de certa forma, uma maneira que os criadores arranjaram para elas poderem dizer adeus ao mundo.

É pena que com tanto destaque que foram dando a outros personagens, o principal ficou aquém do esperado. Ainda não foi feita grande coisa com ele. Ainda não conseguimos entender totalmente como ou o porquê de os seus seguidores acreditaram nele tão prontamente. O charme está lá, mas ainda não foi o suficiente para termos sequer a menor ideia de como este homem (na vida real) fez o que fez. Mas havemos (assim espero) de chegar lá.

Apesar do primeiro episódio começar com um ritmo lento não deixes que isto afete a tua vontade em ver a série. Se pressionaste play é porque gostas deste tipo de séries ou então porque andas à procura de algo novo e esta pode ser a tua série de início de ano: um bom crime com um começo emocionante para uma história que se avizinha terrível. Estamos ‘só’ perante um homem que em tempos foi o mais procurado da Interpol, com mandatos de prisão em vários continentes.

A Netflix obteve os direitos globais da série, não tendo ainda uma data prevista para a estreia.

Filipe Tavares

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