Precisamos de falar sobre… Mercy
| 01 Mar, 2017

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Não gosto de acompanhar muitas séries ao mesmo tempo porque não gosto de acumular episódios e ter coisas em atraso, mas em certas alturas fico sem nada para ver. É aí que procuro alguma série já terminada, preferencialmente com poucas temporadas, para me entreter durante uns tempos. Bem, eu adoro séries médicas e ando com umas saudades loucas de Orange Is the New Black, portanto… Comecei a ver Mercy, que tem Taylor Schilling como protagonista e Kate Mulgrew no papel de mãe dela.

Schilling dá vida a Veronica Callahan, uma enfermeira que voltou do Iraque obviamente afetada com a experiência. Veronica é uma personagem fantástica! É incrivelmente engraçada, impulsmercy_veronica_taylor_schillingiva, com pouco respeito pela autoridade, emocionalmente imatura, mas bastante generosa e uma excelente profissional. Se Piper Chapman é passada da cabeça, Veronica é bastante pior em certos sentidos, mas é muito fácil gostar dela. Está muito longe de ser perfeita, mas é incrivelmente humana, as decisões que toma (algumas incrivelmente erradas) parecem ter uma razão de ser. Bem, e se há justificação para uma pessoa ser um bocado transtornada, uma estadia no Iraque certamente é um bom motivo. Muito sã voltou ela! E depois Veronica parecia ser aquele tipo de pessoa que, sem querer, atraía problemas! É preciso ter muito azar para se estar no local de um assalto à mão armada e dentro de um edifício prestes a cair!

mercyQuando partiu para o Iraque, Veronica era casada com Mike. Lá envolveu-se com outro tipo, um médico chamado Chris Sands, mas Mike também a traiu. O pior é quando Chris decide vir atrás de Veronica para New Jersey e lhe baralha os sentimentos todos. Ela gosta dos dois e tem dificuldade em escolher. Mike traiu-a, mas foi só um caso, no geral é um tipo bastante porreiro. Confesso que a minha preferência recaía sobre ele.

O elenco não está completo sem os três amigos de Veronica, todos enfermeiros mercytambém: Sonia Jimenez, uma mulher muito confiante com medo de compromissos; Chloe Payne, novata no hospital, uma jovem verdadeiramente boa e idealista; e Angel Garcia, um tipo prático e simpático. Há ainda o Dr. Harris e uma série de outras personagens relevantes para o funcionamento do hospital e tudo encaixa muito bem. A única coisa de que não gostei foi do plot relativo ao personagem de James Van Der Beek – de quem não sou fã – e que só me fazia recordar a história de The Mob Doctor. Mercy pode não ser a série mais extraordinária deste mundo, mas em termos de apresentação de casos médicos saiu-se muito bem.

Aqui não conhecemos uma doença ou condição rara a cada episódio, nada de exótico. A maioria dos casos eram problemas comuns, que são familiares à maioria das pessoas, e muito mais credíveis por isso. Aquela necessidade que as séries médicas parecem ter de nos deixar de boca aberta com casos bizarros já perdeu a piada. Destaco uma das pacientes mais importantes da série, interpretada por Kelly Bishop de Gilmore Girls, de quem Sonia se tornou enfermeira pessoal, e ainda um caso de violência doméstica com Erika Christensen de Parenthood. É sempre agradável rever caras conhecidas de outras séries!

Mas o melhor núcleo é mesmo a família de Veronica, em que cada elemento é mais doido do que o outro. Os pais dela gostam imenso de beber (tudo bem, são escoceses, está-lhes no sangue). Aliás, este gosto pela bebida passou claramente para os genes de Veronica! Os seus três irmãos também são uns cómicos e um deles é Michael Cernus, que também faz de irmão da personagem de Schilling em Orange Is the New Black.

Foram 22 episódios que passaram rápido e dos quais gostei muito. Só tive pena que a série tivesse terminado em ‘aberto’, embora esse pormenor não me tenha estragado o percurso. Não é daquelas séries em que fosse imperativo ter um final, mas também não teria sido desagradável saber como a história acabava. Fogo, e gostei mesmo daquele casaco de cabedal da Veronica!

Diana Sampaio

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