7 Razões para ver… Rectify
| 05 Ago, 2015

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Provavelmente nunca ouviram falar de Rectify, mas não é por acaso que aparece em quase todas as listas de “séries que ninguém vê, mas devia ver”. Esta é a primeira série original do canal SundanceTV e conta com os mesmos produtores de Breaking Bad. Ray Mckinnon, o criador e argumentista da série, já ganhou um Óscar com uma curta-metragem em 2002, mas também é conhecido por trabalhos de representação em séries como Sons of Anarchy e Deadwood. A primeira temporada de Rectify estreou em 2013 e tem apenas seis episódios, a segunda tem dez, a terceira arrancou dia 9 de julho e já foi garantida uma quarta.

Vou então enumerar as 7 razões para ver Rectify:

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  1. O enredo

Rectify conta a história de Daniel Holden, condenado por violar e assassinar a sua namorada do secundário há 19 anos atrás. Contudo, após passar quase duas décadas no corredor da morte, Daniel é libertado quando novas provas de ADN o ilibam do crime. De regresso a casa, ele tem que se adaptar a novos membros da família e novas tecnologias que apareceram enquanto esteve preso. A ação desenrola-se numa pequena cidade da Georgia – daquelas onde toda a gente se conhece – e neste caso, os habitantes não ficam nada contentes com a libertação de um suposto assassino.

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  1. A família

Daniel depara-se com um meio familiar completamente diferente quando regressa a casa. Durante a estadia no corredor da morte, o seu pai faleceu, a sua mãe voltou a casar e teve um filho do novo marido, que agora é adolescente. O padrasto já tinha um filho, Teddy, aproximadamente da idade de Daniel, que juntamente com a mulher também se tornam membros novos da família. A mãe dele é uma mistura de dor e alegria. Daniel está de volta a casa, mas ninguém sabe realmente como agir com ele. A irmã mais nova, Amantha, tem uma relação muito próxima com Daniel, tendo dedicado grande parte da sua vida a tentar iliba-lo (até o namorado é o novo advogado do irmão). O pai de Daniel era dono de uma garagem de pneus, onde trabalhava o agora padrasto, que passou a gerir o negócio. Teddy também trabalha lá e achava que mais tarde seria ele a herdá-la. Com Daniel em liberdade, Teddy tem um certo ciúme e vê os seus planos estragados. O que ele não vê é que Daniel está longe de ter algum interesse na garagem. Outro facto que não ajuda nada a relação entre Daniel e Teddy é a mulher dele, Tawney ter uma afinidade fora do vulgar com Daniel.

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  1. Atores fantásticos

Apesar de nenhum ator principal ser bastante conhecido, não deixam de ser brilhantes. Começando no protagonista, Aden Young, que dá vida a Daniel Holden. Não o conhecia, mas fiquei encantada com ele. Ele é extraordinário e transmite-nos o que sente apenas com o olhar. Nós temos medo por ele, simpatizamos com ele, choramos com ele e no fundo não sabemos se ele realmente é culpado (nem ele próprio sabe). Abigail Spencer é uma força da natureza no papel de Amantha, a irmã super protetora de Daniel e quem lutou mais pela libertação do irmão, acreditando sempre que ele é inocente. Clayne Crawford interpreta Teddy, o meio-irmão ciumento de Daniel. Adelaine Clemens é a doce Tawney, a mulher de Teddy, que cria um laço forte com Daniel. Por fim, Johnny Ray Gill, interpreta Kerwin, o colega de cela de Daniel, que aparece nos flashbacks. No geral, todo o elenco trabalha tão bem em conjunto que parece que filmam a série há muitos anos.

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  1. Emoção

Esta é provavelmente a série mais emocional que vejo. Daniel agora é livre, mas não se livrou da solidão ou da suspeita que o persegue depois de 19 anos preso numa divisão minúscula. Ele é o retrato da inocência, um estranho num novo mundo. Ele perdeu completamente a capacidade de se relacionar socialmente com o próximo e vê-lo a tentar adaptar-se ao mundo moderno é hipnotizante.

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  1. Mistério

Será que Daniel cometeu o crime ou não? Esta dúvida acompanha-nos durante toda a série. Daniel é um personagem muito estranho – claro que isso pode ser uma consequência de ter passado 19 anos no corredor da morte – mas ele próprio diz, em várias ocasiões que é uma má pessoa. Apesar de ter confessado o crime há 19 anos atrás, vamos conhecendo outros possíveis culpados, que também estiveram presentes no local do crime. Também vemos Daniel aos 17 anos, depois de horas de interrogação a ser pressionado para confessar. Já para não falar que Daniel estava sob o efeito de drogas e a memória dele dos acontecimentos não é certa. Só a partir da segunda temporada se focam nesta questão de Daniel ter ou não cometido o crime, questão que tem atormentado o próprio Daniel ao longo dos anos (a primeira temporada é apenas sobre a aclimatização de Daniel à sua nova vida).

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  1. Flashbacks

Daniel passou 19 anos na prisão e essa experiência é uma grande parte de Rectify. Ao longo da série vamos vendo flashbacks e sonhos de Daniel. A maioria deles envolvem o “vizinho” do corredor da morte, Kerwin. A interação entre eles é maravilhosa e dá-nos a conhecer um pouco melhor a mente de Daniel. Eles até acabam por se tornar amigos.

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  1. Cinematografia

Esta foi a última razão escolhida para ver a série, mas não quer dizer que seja menos importante. A ação decorre em Griffin, na Georgia e é repleta de campos verdes que parece que não têm fim, florestas com riachos e cascatas, árvores enormes isoladas e ruas desertas, com casas familiares, cada uma com o seu jardim e cercas de madeira (tipicamente americanas). Rectify é uma obra de arte, onde todas as cenas são deslumbrantes e encaixam na perfeição com a banda sonora. A série tem um andamento extremamente vagaroso, mas nunca é entediante, mesmo quando há pausas entre diálogos, ou cenas onde simplesmente não há diálogos. Há imagens que valem mais que mil palavras…

Ana Velosa

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