Outcast – 01×10 – This Little Light (Season Finale)
| 15 Ago, 2016

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O grande incêndio de Rome começa aqui.

Após dez episódios, chega-nos o season finale de uma das melhores estreias deste ano. Outcast teve tudo o que prometeu com momentos negros, de suspense, uma história cativante, grande desenvolvimento das personagens e muito mistério. E o final, como não podia deixar de ser, foi perfeito!

Apesar de achar que esta é uma série fenomenal, parece-me que o impacto no público e as audiências não foram tão grandes como se estava à espera. No entanto, agora que a 1.ª temporada terminou e foi um sucesso, muitas pessoas deverão pegar agora na série e, em 2017, no início da 2.ª temporada, já confirmada, a base de fãs deverá ser bem maior.

Se alguma dúvida ou esperança restava de que Mark se poderia safar (eu tinha os dedos cruzados para que isso acontecesse), a abertura do episódio arrasa qualquer hipótese disso. Numa cena arrepiante em que continuamos a seguir a experiência do início da possessão de Megan, com uma criatura que foi posta num corpo feito de carne que ela de todo não compreende e num mundo sobrelotado de estímulos, o suspense atinge o seu pico com as duas garotinhas fechadas no armário, à espera que o demónio as vá apanhar.

No geral, a série teve um ritmo lento que funcionou bastante bem para a construção da história e para aumentar o suspense. No entanto, neste episódio final vemos o ritmo ser acelerado juntamente com o bater do nosso coração e com as ações das personagens a tentar desesperadamente salvar aqueles que amam.

“If this battle is to be won, it can’t be won alone”, Anderson para Kyle. Esta dupla é levada ao limite das suas crenças e daquilo que estão dispostos a fazer por elas e, além disso, realmente mostram que trabalhando juntos até são capazes de ter uma hipótese contra as forças das trevas.

Também Giles se vê perante o seu maior desafio até à data, no que toca aos assuntos ligados ao reverendo. Quando Kyle e Anderson lhe aparecem à porta com Holly e Amber, alivia-nos saber que as crianças se safaram bem, mas os factos são que uma pessoa está morta e encobrir o homicídio não é coisa pouca. Mais uma vez somos lembrados que a conciliação entre o mundo conhecido e o sobrenatural não é fácil.

Aaron é uma personagem que apareceu sem aparentar ter grande valor, mas foi-se tornando cada vez mais odiável. Um puto mimado que levou ao extremo a sua rebeldia. Se forem como eu, depois de ele atacar a mulher de Giles e raptar Amber para a entregar a Sidney, desejaram que ele ardesse nos fogos do inferno (e não é que os desejos até se tornam realidade?).

A procura de Megan, por Kyle e Anderson, destacou-se não só por realçar os laços entre as duas personagens, mostrando como precisam uma da outra, mas também pelo resumo que foram fazendo sobre tudo o que sabem sobre os demónios. É normal que à primeira vista pareça que sabemos quase tanto agora como no início da temporada, mas não é bem assim:

  • quanto maior o tempo de possessão mais difícil se torna o exorcismo e passado um tempo é impossível recuperar a alma da pessoa possuída
  • tanto as criaturas como os oucasts são do mesmo sítio. E não só as criaturas sugam poder dos outcasts, como Sidney diz que precisa de Kyle para a Fusão
  • nas fases iniciais não gostam de luz, nem de ser tocados e não conseguem comunicar. Só com o passar do tempo se vão adaptando ao mundo, até que se conseguem integrar completamente
  • todos eles vêm como se estivessem a fugir de algo e chegam com medo. Ao início são como crianças (embora com força e poderes sobrenaturais) a aprender e preservam algumas memórias e sentimentos das pessoas que possuíram

Round 2: Kyle vs Sidney. Mais uma vez, o diabo tem a mão mais alta e consegue fazer Kyle ceder aos seus desejos. Levado para o armazém onde Kat e Paul acolhem os novos possuídos – nomeadamente Megan – e sendo preso juntamente com Amber, parece que os dois serviram como peões para os planos dos demónios e da iminente Fusão.

Mas esperem, ainda há esperança. “If that mockingbird don’t sing…” Anderson ao salvamento. A escolha de Anderson: a mala do Reverendo ou algo mais violento? Velhos hábitos ou uma nova maneira? Porrada neles todos é a solução! Com uma boa dose de exorcismos à base de murros e pancadaria, Anderson consegue libertar Kyle; Paul e Kat fogem, mas não sem levarem umas boas negras como recordação; Kyle manda um dos demónios de volta para o inferno e a Megan possuída que parecia que ia ser a derrota deles é derrotada por ninguém menos do que Amber. Pelos vistos, os poderes de outcast são hereditários e Amber expulsa o fumo preto de dentro da tia, salvando-a.

Não satisfeito com a vitória, Anderson procura erradicar o mal pela raiz e que melhor forma do que incendiar o próprio diabo? Rome ardeu, sim, mas foi o Reverendo que a pôs em fogo. O problema é que não era Sidney que estava em casa e Patricia diz que Aaron não voltou a casa… O que fará esta morte à consciência de Anderson?

Megan é salva e o homicídio de Mark é abafado, a história é contada como se tivesse tudo sido um acidente. Mas isto não correu bem da primeira vez, não deu resultado quando foram Kyle, Amber e Allison. Holly assistiu ao que aconteceu e Megan provavelmente irá começar a lembrar-se das coisas.

Com tantas perguntas, tanta gente por salvar e tantos fios por atar é estranho ver Kyle e Amber a decidir abandonar a cidade. Porém, isto demonstra exatamente aquilo do que a série trata, de Kyle a tentar a todo o custo salvar a sua família de um mundo que não faz sentido. Mas isto é se eles realmente conseguirem sair da cidade. O que tinham aquelas pessoas? Escandalizadas e indignadas por verem Kyle com a filha que supostamente está proibido por lei de visitar ou será que já não são propriamente pessoas, mas sim possuídos à procura de sugar o poder dos outcasts?

Chegando ao fim, Outcast destaca-se por uma escrita inteligente, atores extraordinários e um enredo original, e por tudo isso vai deixar saudades. Agora é aguentar até 2017. Os comics são uma excelente sugestão para saber mais desse universo e para preencher o vazio. Vemo-nos na próxima temporada. Até lá, cuidado com os sítios escuros!

Emanuel Candeias

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