Good Omens – Review da 1.ª temporada
| 17 Jun, 2019

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Temporada: 1

Número de Episódios: 6

[Contém spoilers]

Good Omens é a adaptação televisiva da obra literária Good Omens: The Nice and Accurate Prophecies of Agnes Nutter, Witch, da autoria de Neil Gaiman. Na história da 1.ª temporada de Good Omens somos levados a mais uma versão da chegada do Apocalipse e dos esforços que duas entidades opostas, um anjo e um demónio, levam a cabo para impedirem que a humanidade veja o seu fim.

São capazes de reconhecer o nome do autor de outro livro e série: American Gods. Tal como esta, Good Omens decorre num ambiente muito próprio, talvez seja uma marca do escritor (se alguém tiver lido os livros, por favor chegue-se à frente). Como disse na review do piloto, apesar de ser uma premissa demasiado utilizada tanto nos pequenos como nos grandes ecrãs, a verdade é que Gaiman, que também fez parte da produção no cargo de produtor executivo, consegue transformar a narrativa em algo super interessante e que entretém.

Apesar de não ser crente nem religiosa, o tema sempre me cativou e dou por mim muitas vezes a ver séries (normalmente históricas) que se focam nesta questão do Todo Poderoso e tudo o mais que lhe está inerente. Talvez seja por não compreender como podem as pessoas ser tão cegas em relação a algo inventado por nós, humanos. Mas esta é uma conversa para outro dia. Good Omens passou a fazer parte da minha lista “a ver” a partir do momento em que foi anunciada a produção. A sinopse agradou-me logo e quando se soube que seriam David Tennant e Michael Sheen a protagonizar a série já não havia volta a dar. São ambos excelentes atores, mesmo. Poderia continuar esta review só a falar do talento destes dois, mas acho que já deu para perceber.

A premissa desta 1.ª temporada de Good Omens está esgotadíssima, não há como o negar. Mesmo para quem não sabe muito sobre o cristianismo, a saga do Apocalipse está na ponta da língua. Contudo, a produção levou-a a outro patamar. Introduziu a comédia e um ambiente muito típico, raro nas séries e difícil de conseguir. Devo dizer que ri muitas vezes e com vontade ao longo dos seis episódios. Crowley e Aziraphale formam uma dupla provável, sim, provável, mas surpreendem-nos uma e outra vez.

Ainda que o foco da narrativa seja a chegada do Dia do Juízo Final e o impedimento de o Anticristo acabar com tudo e todos, a verdade é que as atenções fogem sempre para a dupla anjo/demónio, e ainda bem. São eles que fazem desta série um sucesso, é a sua interação que prende ao ecrã, são os seus diálogos que nos fazem ansiar pelo próximo episódio. E tudo isto se deve às prestações de Tennant e Sheen.

As restantes personagens também têm o ar da sua graça e todas preenchem um lugar importante na história. Gostei de Anathema (Adria Arjona), da sua caracterização, da sua fixação nas previsões da antepassada e da relação com Pulsifer (Jack Whitehall). A seguir à dupla principal, esta talvez seja a personagem que gostei mais. No lado oposto, a que gostei menos foi Adam Young. Não sei se se deveu à interpretação do jovem Sam Taylor Buck ou mesmo só pelo ar de “pão sem sal” do personagem. Acho que a amiga do Anticristo, Pepper (Amma Ris), tinha muito mais personalidade e até que teria sido interessante ver uma rapariga no papel de filha do Diabo.

Uma das minhas partes preferidas da série foram as “viagens” pelo tempo de Crowley e Aziraphale desde o Jardim de Éden até ao presente. Adorei vê-los passar os seis mil anos ao lado um do outro e gostei especialmente das tendências de moda de Crowley. David Tennat, you’re rocking that ginger hair! A banda sonora também está de louvar! Claro que a banda preferida de Crowley só poderia ser os Queen. Cada música foi inserida no momento perfeito e completou, sem dúvida, a série. Outra coisa que me fez ter momentos absolutos de fangirling foram todas as menções a Doctor Who! Desde Arthur Young chamar Doctor a Crowley logo no primeiro episódio, a este estar a escolher outro planeta onde viver e ver-se um poster de Gallifrey no fundo. Não sei se foram propositadas ou não, mas de qualquer das formas amei que estivessem presentes.

Melhor Episódio:

Episódio 1 – Apesar de todos os seis episódios estarem excecionalmente bons, tenho de destacar o primeiro como o meu preferido. Foi aquele que nos apresentou as personagens e a história e o que ditou o tom e o ambiente da narrativa. Tinha grandes expectativas para esta série e o episódio piloto não me dececionou, aliás, deixou-me ainda mais entusiasmada com a série e grata pelo tempo que esperei pela estreia.

Personagem de Destaque:

Crowley (David Tennant): A minha escolha não poderia ser outra. Admito que em parte se deve ao facto de ser uma fã enorme de Tennant e do seu trabalho em Doctor Who, mas o restante tem tudo a ver com o que fez em Good Omens. Não consigo imaginar mais ninguém no papel e tenho até alguma dificuldade em expressar o porquê de Tennant ter feito uma prestação tão perfeita. O personagem em si também não podia ser melhor. Encara tudo com um filtro sarcástico o que, na minha opinião, torna a vida bem melhor. Os debates internos entre o ter de ser mau e o querer ser bom, mas não o poder mostrar, fazem de Crowley uma das melhores personagens que já tive a oportunidade de conhecer.

Beatriz Caetano

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