A Small Light – Review da Minissérie
| 05 Jun, 2023
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Já te trouxe a review do episódio piloto da minissérie A Small Light, uma produção da National Geographic com estreia no Disney+, e hoje trago-te a minha opinião sobre a série completa.

Não me recordo ao certo que idade tinha quando li o Diário de Anne Frank pela primeira vez. Era nova, devia ter uns 11 ou 12 anos. A história de uma adolescente alegre, brincalhona e extrovertida, uma adolescente normal; um diário que falava da sua relação com a família, as dificuldades e desafios da adolescência, os amigos, gostos e primeiros amores. Podia ser um diário banal, mas não tem nada de banal nesta história. Esta é a história real de uma adolescente comum que teve de viver escondida dentro de uma pequena arrecadação com mais sete pessoas, tentando sobreviver às atrocidades nazis contra os judeus. Este diário tem tudo menos de banal e marcou-me para sempre.

A Small Light volta a trazer ao ecrã a 2.ª Guerra Mundial, a Alemanha, as atrocidades que os nazis cometeram contra os judeus, a história da família Frank e o seu esconderijo. Mas o que destaca esta séries das demais produções é que é feita na ótica de Miep e vemos um lado desta história que eu não conhecia.

E quem foi Miep? Miep (Bel Powley) foi secretária da Opekta, cujo dono era Otto Frank (Liev Schreiber). Ela era bastante jovem quando começou a trabalhar para Otto e a partir daí desenvolveram uma relação bastante próxima, quase como família. Foi também quem, no início das imposições nazis contra os judeus, aceitou, sem pensar um só segundo, ajudar a família Frank a esconder-se e a dar-lhes todo o apoio necessário durante o tempo que fosse preciso.

É importante destacar a parte de que Miep aceitou ajudar sem necessitar de ponderar, porque isto diz muito sobre a mulher incrível que era. Só uma pessoa incrível é que teria a coragem para apoiar e ir contra os nazis e, no processo, colocar em causa a sua própria sobrevivência. E é esta pessoa que A Small Light nos dá a conhecer.

A série não é uma ode à maldade de que o ser humano é capaz, nem à discriminação que se destacou nesta época. É, sim, uma ode à coragem, à bondade e ao amor pelos outros. É uma produção feita com uma sensibilidade tremenda. Não está feita para chocar e não achei que tivesse cenas dramáticas em excesso ou feitas para impressionar visualmente. Senti que esta produção foi feita com carinho e de forma a honrar Miep, os judeus e todos os que, tal como a nossa protagonista, optaram por ajudar e ir contra as ordens vigentes. Ainda assim, claro que me emocionei bastante pela história e pela realidade, sem necessidade de cenas explícitas.

A caracterização e a representação estão incríveis, todos os atores desempenham o seu papel na perfeição e achei os diálogos também muito bem elaborados.

Sinto que há uma certa reticência de algumas pessoas em verem a série por ser sobre o holocausto, que é um tema difícil e já muito abordado nos ecrãs. Se estás com essa dúvida, acho que devias ver, aconselho mesmo muito! Quer pela diferença na forma como escolheram conduzir este enredo, quer pela possibilidade de conheceres uma pessoa maravilhosa como Miep, quer pela qualidade de representação e caracterização de personagens.

O que retiro no fim desta minissérie não é o que me emocionou e fez chorar, é a demonstração de amizade verdadeira, de lealdade e de amor, a capacidade de rir quando se vive um verdadeiro pesadelo e de ver sempre um lado bom. Acho muito importante estas histórias não serem esquecidas e relembrarem-nos que somos todos iguais e que não devia existir lugar a discriminação, que infelizmente ainda existe! O holocausto é um de muitos exemplos que a história guarda e que retrata bem os efeitos que a discriminação tem.

Miep viveu 100 anos e dedicou-se a levar esta história para todo o mundo e a passar a mensagem de que todos somos importantes e todos podemos ter um papel bom para os restantes. “Even an ordinary secretary or a housewife or a teenager can, within their own small ways, turn on a small light in a dark room”.

Melhor episódio:

Episódio 6 – Boiling Point A tensão neste episódio aumenta e é nítido o sufoco em que todos vivem. É o episódio em que tudo começa a alterar-se e acaba da forma mais surpreendente.

Personagem de destaque:

Jan Gies (Joe Cole) – Se não tivesse já destacado o papel de Miep Gies, a minha escolha recairia sobre ela, mas Jan merece este destaque. Jan é marido de Miep e foi mais um dos corajosos que ajudou muitos de forma totalmente altruísta. Ele e Miep formam um casal maravilhoso e muito unido, sendo claramente as peças principais desta história.

Temporada: 1
Nº Episódios: 8
10
10
Interpretação
10
Argumento
10
Realização
10
Banda Sonora

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