Vikings – 06×07 – The Ice Maiden
| 20 Jan, 2020

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[Contém spoilers]

“Farewell, Lagertha, Queen of Kattegat, Mother of Norway”.

Aquilo que ficou a faltar no episódio passado de Vikings foi-nos dado neste. Foi um episódio parado do ponto de vista de ação, mas dado o teor do que decorreu nem poderia ter sido de outra forma, não teria feito sentido. The Ice Maiden esteve a explodir de emoção do início ao fim numa despedida que, para mim, foi das melhores que já vi no mundo das séries. Fez jus à personagem e deixou no espectador o sentimento de finalidade e de ter conseguido dizer adeus para sempre.

O grande foco do episódio foi, como é óbvio, o funeral da Shieldmaiden mais famosa da Escandinávia e arredores, e ainda bem. A sua morte no episódio anterior deixou-me um pouco desiludida, como referi, ainda que tenha sido tal e qual como a profecia o previu. Contudo, todos os minutos dedicados às várias personagens mais próximas de Lagertha para que se pudessem despedir, assim como todas as homenagens, deixam em mim a sensação de que a produção cumpriu o seu dever.

No que toca a este aspeto, a realização do episódio desviou-se enormemente daquilo que a série costuma apresentar. Creio que posso afirmar que o sobrenatural ou a divindade foi finalmente assumida a 100%. Sempre tivemos de certo modo um elemento sobrehumano, o Seer, mas nunca aprofundaram verdadeiramente o seu papel e a sua origem. A Valkyrie/Angel of Death vem mudar este paradigma. As Valkyries, aquelas que, enviadas por Odin, escolhem aqueles merecedores de entrarem em Valhalla, são uma das grandes lendas da mitologia nórdica que nunca tinham sido abordadas na série até agora. Tenho a dizer que é uma pena, porque acho que é uma adição espetacular. Isto se souberem trabalhar bem a personagem. Veremos.

Toda as cenas relacionadas com o funeral tiveram um sentimento etéreo, como se a história decorresse num limbo entre os vivos e a morta, tal como aquele em que Lagertha era suposto encontrar-se durante o decorrer das cerimónias, a aguardar a sua ascendência a Valhalla. Ela realmente merecia o melhor e o maior funeral que a Noruega já viu, assim como Ragnar também o mereceu e não teve. Toda a cinematografia foi pensada ao detalhe, o visual, o som, a transmissão de emoções em cada cena. É verdade que também houve alguns momentos de fazer levantar a sobrancelha, como o sacrifício humano (a sério que para ser sacrificada ela teve de ter relações sexuais? Gostava de saber porquê!) e Torvi a voluntariar-se (não entendi mesmo esta sua vontade. Percebo que estivesse de luto pelo filho e por Lagertha, mas ela tem uma filha, está grávida e tem ao seu lado uma pessoa que a ama. Ainda bem que Gunnhild teve mais senso do que ela), mas de modo geral toda a envolvência prendeu o espectador e transportou-o para aquele porto gelado para dizer adeus a Lagertha.

Alexander Ludwig teve uma das suas melhores performances, se não mesmo a melhor, no discurso de despedida da mãe de Björn. Foi impossível conter lágrimas e não reviver vários momentos entre os dois. Björn Lothbrok é filho de duas das maiores figuras vikings da História e ele sabe disso e Ludwig fez transparecer todos esses sentimentos nas suas expressões faciais, no tom da sua voz, nas palavras que proferiu. Conhecendo-o como conheço não creio que Björn deixará Hvitserk passar impune mesmo sendo seu irmão.

E aquele que foi o melhor momento do episódio: a ascendência de Lagertha. Vê-la passar as várias fases da sua vida, desde o atual para quando a conhecemos – uma simples agricultora, ao lado do seu grande amor. E agora poderão ficar juntos para sempre. Pelo menos é isso que eu, a grande parte de nós, fãs, e as personagens da série esperamos. Fiquei na esperança de que Travis Fimmel fosse fazer uma última aparição especial, mas não se concretizou. Ainda!

E Lagertha à parte, tivemos um pequeno momento com Harald e Olaf que me continuam a confundir e a aborrecer (mas Peter Franzén, o ator que dá vida a Finehair, canta super bem os cânticos vikings. Gostei dessa parte.). Despachem de uma vez por todas este plot, porque assim não pode continuar. Noutras regiões geladas houve ainda tempo para um bocadinho de Ivar e do seu plano para derrubar Oleg, que começa cada vez mais a tomar forma. Espero que também esta história avance e que Ivar invada Kattegat para que eu possa voltar a odiá-lo (estranhamente, nesta primeira metade da temporada, uma das personagens que mais gostei de ver no ecrã foi precisamente aquela de que sempre menos gostei).

Beatriz Caetano

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