Black Bird – Review da Minissérie
| 05 Ago, 2022
9.15

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Hoje, dia 5 de agosto, estreia o último dos seis episódios de Black Bird, uma minissérie de true crime da Apple TV+. Black Bird é baseada no crime de Larry Hall, que violou e assassinou diversas raparigas, e na missão que ofereceram a Jimmy Keene (Taron Egerton) em troca da sua liberdade. Foi dado a Jimmy a possibilidade de ser transferido para a prisão de máxima segurança para prisioneiros com problemas mentais, onde Larry estava preso, e teria de descobrir o local onde Larry tinha enterrado os corpos das raparigas. O primeiro episódio estreou dia 8 de julho e fiquei presa a esta história, visto que tenho um gosto especial por séries baseadas em histórias reais e, tendo à mistura suspense e doença mental, está criada a combinação perfeita.

Além da história do crime e da investigação envolvida, a minissérie Black Bird mostra o lado da doença mental e como esta pode ser uma verdadeira prisão e um problema para a sociedade. É um tema que eu aprecio bastante e esta série espelha bem que nada é preto e branco.

Recentemente li um livro, em nada relacionado com esta série, em que umas das personagens dizia que não existiam pessoas más. O que existe são pessoas que cometem atos errados. Lembrei-me desta afirmação em várias cenas de Black Bird. É fácil dizer que Larry é um homem mau, rotulá-lo como um assassino que não merece liberdade nem compaixão. No entanto, não consegui deixar de sentir pena de Larry e tentar pensar em como poderá ser o futuro dele e a forma de integrá-lo na sociedade, se é que existe alguma forma possível. Não estou a tentar desculpar as atrocidades que ele cometeu, não há qualquer desculpa possível, mas acho que é importante analisar o contexto em que ele cresceu, as experiências de vida que teve e os problemas que existem na mente dele. Ele já vive numa prisão dentro da sua cabeça, existirá alguma cura para este tipo de distúrbios mentais? Existirá alguma forma de integrar estas pessoas na sociedade? E será que, existindo, conseguirão realmente ser pessoas livres? 

Todas estas divagações e constatações que fui experienciando só foram possíveis porque a representação é muito boa. Não achei que algum ator estivesse a destoar e tivesse tido um mau desempenho. Tenho de destacar o trabalho de Paul Walter Hauser, que dá corpo a Larry Hall e que faz uma interpretação incrível. O ator conseguiu captar a essência da personagem muito bem, achei mesmo um trabalho excelente! A forma como interage com os outros, o olhar dele, a forma de falar… O melhor ator na série, sem dúvida.

Jimmy Keene escreveu um livro em 2010 com o nome In With the Devil: A Fallen Hero, A Serial Killer, and a Dangerous Bargain for Redemption, onde conta a sua experiência com Larry Hall. O livro já entrou para a minha lista de futuras leituras. Espero perceber como é que se consegue viver com sanidade depois de uma experiência destas. Se ainda não começaste a ver Black Bird, aconselho muito esta experiência.

Melhor episódio:

Episódio 5 – The Place I Lie É um episódio em que senti tensão o tempo todo. Começa a acontecer uma reviravolta e senti que Jimmy se começa a transformar enquanto pessoa e que a sua “carapaça” começa a estilhaçar-se.

Personagem de destaque:

Lauren McCauley (Sepideh Moafi) – É a detetive que, em conjunto com Brian Miller, investiga o caso de Larry. Uma profissão dominada por homens, mas onde ela domina. Adorei ver as interações e a relação que acaba por construir com Jimmy. É uma mulher confiante, dominadora e forte, mas também consegue demonstrar sensibilidade como só as mulheres conseguem. Adorei Lauren desde o início.

Temporada: 1
Nº Episódios: 6
9.15
9.5
Interpretação
9
Argumento
9
Realização
9
Banda Sonora

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