Moon Knight conseguiu, pelo menos, um grande marco na estreia no Disney+, com este The Goldfish Problem, algo que não acontecia desde Wandavision: quando rolam os créditos finais não sabemos o que nos espera. É refrescante, já que na maior parte das vezes a Marvel é demasiado “mostra, diz e explica como se fôssemos muito burrinhos”.
A vida de Steven transporta-nos para um sentimento de Groundhog Day, em que é notória uma rotina dominada pela indiferença e aborrecimento, com a “excitação” do sofrimento causado pela insónia e Transtorno dissociativo de identidade. Apesar de na maior parte do tempo o pobre Stephen encarar o mundo com otimismo, quando finalmente quebra na mesa do restaurante, sentimos a sua dor. Esse mérito é de Oscar Isaac, que claramente se divertiu bastante com este papel e com a oportunidade de fazer algo diferente sem nunca esquecer que é um ator de topo.
Agora vou ser um pouco mesquinho e apontar algo que provavelmente só me afetou a mim: achei bastante forçada a quantidade de expressões britânicas que Oscar Isaac martelou no seu Scotty. Acho que não lhe escapou mesmo nenhuma! O sotaque em si não é espetacular (como acontece com qualquer ator americano), mas usar toda a panóplia de expressões disponível roçou a paródia. Os efeitos especiais durante a perseguição nos Alpes também não são os melhores. Veremos como serão nos restantes episódios!
Em contrapartida, o piloto tem, provavelmente, uma das melhores aberturas de sempre. Aquela bizarria, além de nos arrepiar a espinha quando Arthur enfia os pés nas sandálias, diz o suficiente sobre a personagem sem precisar que esta abra a boca.
É complicado dizer já o que podemos esperar da temporada, porque na verdade nem sei para onde caminha, assim como é impossível opinar sobre o elenco quando a maior parte ainda não apareceu. Parece-me no entanto claro que sempre que o público não sabe ao que vai, acaba por gostar mais do produto final do que quando a história é a esperada e/ou os personagens são mais do que conhecidos. A receção positiva ao episódio é prova disso e mesmo eu sou “vítima” disso.
As séries apresentadas até ao momento, tradicionalmente desiludem no final, por isso mantenho as reservas. No entanto, dois atores de classe mundial como protagonista e antagonista (Ethan Hawke), boas cenas de ação (mesmo que o mais excitante não nos seja mostrado) e intriga suficiente para lamentarmos não haver já um segundo capítulo para ver… no que a pilotos diz respeito, é o que se quer e era difícil começar de forma mais forte.
Não é fácil nesta altura do campeonato injetar alguma novidade e frescura num Universo tão expandido como este, mas parece-me que Moon Knight será mais uma personagem obscura que a máquina de Feige conseguirá colocar no palco principal. Caso contrário seria um enorme desperdício do talento de Isaac. Vamos rezar à Enéade inteira que Moon Knight seja a exceção à regra e acabe tão forte como começou.
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