[Não contém spoilers]

Bridge and Tunnel é um drama de comédia criado por Edward Burns (que também faz parte do elenco) que decorre em 1980 e segue a vida de um grupo de amigos recém-licenciados à procura de seguir os seus sonhos em Manhattan, mantendo ainda uma ligação emocional forte com as raízes na sua pequena cidade operária em Long Island. Cada personagem tem uma história única e dilemas que lhe dificultará a decisão de deixar a familiaridade de Long Island de modo a perseguir os seus sonhos.

Neste episódio piloto de Bridge and Tunnel ainda temos todo o elenco em Long Island, pelo que a passagem para Manhattan assumo que seja nos próximos episódios. Este fator poderá trazer à série algo mais interessante, espero. Digo isto porque o piloto não me convenceu. Tal como dito na sinopse, a série passa-se nos anos 80, pelo que todo o ambiente nos remete para essa época e para dramas adolescentes do género The O.C.. Admito que a série fez um bom trabalho quer com a banda sonora, vestuário e diálogos a remeter-nos para os anos 80, mas questiono-me quanto à relevância e ao impacto que uma série assim terá. Com tantas séries de qualidade e com propósito, não sei se esta consegue encontrar o seu lugar.

Acaba por ter um enredo previsível e superficial que nada acrescenta a outras histórias semelhantes que já vimos passar pelo pequeno ecrã. De facto, nem o próprio elenco se destaca, o que leva a vermos performances que entregam o mínimo a estas personagens. Se no início, estava entusiasmada por cada episódio ter apenas 25/30 minutos, agora concluo que pelo menos no piloto pareceu tudo bastante abrupto e que talvez os tradicionais 40 minutos encaixassem bem numa série de teor tão tradicional também.

O aspeto de que mais gostei neste piloto de Bridge and Tunnel foi, sem dúvida, a banda sonora. Ainda ainda, espero que os próximos episódios me surpreendam ainda mais neste campo. Sim, porque eu vou continuar a ver a série. Por vezes, necessitamos de coisas superficiais e leves. Garanto que esta série vos fará esquecer qualquer problema que possa existir no mundo, de tão oca que é.

Ana Leandro