Soulmates – 01×01 – Watershed
| 05 Out, 2020

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[Não contém spoilers]

Chegou hoje ao AMC a série antológica Soulmates, que ocorre depois de 2023, num futuro onde é possível fazer-se um simples teste para descobrir a alma gémea. Ao ser uma antologia, em cada episódio será apresentada uma história nova, mas que terá sempre como base as consequências da existência do teste, mostrando o que este pode provocar nas pessoas e nos seus relacionamentos. Assim, neste primeiro episódio de Soulmates, Watershed, conhecemos Nikki e Franklin, que já estavam juntos há quinze anos, mas que começam a ter dificuldades quando a dúvida de saberem efetivamente se são ou não a alma gémea um do outro começa a interferir na estabilidade do casal.

Apesar da premissa geral de Soulmates ser interessante – mais especificamente a de existir um teste que nos diz quem é a nossa alma gémea, e as problemáticas que podem advir disto – a verdade é que Watershed não me conseguiu despertar muito o interesse, nem convencer muito. Achei o episódio bastante mediano, não tendo havido nada que me tivesse feito gostar efetivamente dele nem da história que estava a ser retratada.

Uma vez que um dos escritores da série é Will Bridges, conhecido por Black Mirror e Stranger Things, esperava-se algo bastante melhor. É certo que se sente ali uma ligeira vibe de Black Mirror – pelo menos fui-me lembrando bastante dessa série ao longo do episódio -, mas Watershed fica muito aquém do expectável. Esperava acabar o episódio, como muitas vezes aconteceu com Black Mirror, e ficar a pensar tempos infinitos naquilo que tinha acabado de ver. A maneira como eles conseguiam pegar em algo aparentemente bom, e não muito longe da realidade, e mostrar tudo o que poderia dar errado, fazia com que fosse impossível ficar indiferente ao que nos era mostrado e deixava a nossa mente bastante ocupada a debater todas aquelas questões.

Mas o certo é que isso não aconteceu. Para ser bem sincera, eu achei a história bastante banal, a ponto de considerar que inserir a questão do teste na narrativa pouca diferença fazia, sendo que quase não teve impacto nenhum. É verdade que existir a possibilidade de descobrirmos a nossa alma gémea, ainda para mais estando com alguém, pode mexer com a nossa mente, não digo o contrário. Ver todos ao nosso redor a recorrer a esse teste e aparentemente a viverem bastante felizes certamente que nos gera dúvidas relativamente a se a pessoa que temos ao nosso lado é ou não a certa ou se existe outro alguém destinado para nós. E acredito que a tentação de o fazer iria ser bastante grande. Contudo, uma situação semelhante à que aconteceu com a Nikki e Franklin poderia acontecer sem que a causa fosse a existência do teste. Eles poderiam muito bem sentir dúvidas e ver a sua estabilidade abalada sem que isso se devesse ao teste. Quantos não são os casais que passam por isso no dia a dia? Talvez tenha sido por esse motivo que o episódio não só não conseguiu prender a minha atenção, como também não me fez pensar sequer duas vezes sobre o que tinha acabado de ver.

Se a série não fosse de antologia, certamente que Soulmates iria para o fim da minha lista de séries a ver (isto porque eu não consigo desistir de uma série, pelo que mais tarde ou mais cedo saberia que a iria acabar por ver). No entanto, uma vez que é, vou ver os restantes episódios, conforme forem saindo, e só espero que sejam muito melhores do que Watershed, pois se assim não for, considerarei que afinal não valeria muito a pena ver Soulmates.

No nosso país, a série estreia no dia 11 de novembro, no AMC Portugal.

Cármen Silva

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