Vikings – 05×03 – Homeland
| 09 Dez, 2017

Publicidade

Nesta segunda semana da 5.ª temporada de Vikings houve breves visitas a Floki, tremendamente grato pela sua nova casa, que ele acredita ser o reino dos deuses (mas há que dizer também que a lucidez de Floki não está nos seus melhores dias); a Bjorn e Halfdan, prestes a chegar ao seu destino e com uma estratégia por decidir; e ainda a Finehair, regressado como um herói ao seu povo e trazendo consigo Astrid, que é agora parte do seu plano e que até parece disponível a alinhar nele, mas ainda está por confirmar a quem é ela leal nesta fase e a quem será futuramente. Mas o epicentro da ação foi mesmo Inglaterra, mais propriamente York, e aí sim, o episódio foi muito rico e com importantes avanços no desenrolar da história.

Homeland é o nome deste episódio, mas nem por isso temos Carrie Mathison em cena para resolver o conflito entre vikings… E se calhar até fazia falta!

O Rei Aethelwulf, acompanhado pelo seu braço direito, o bispo Heahmund, na luta contra os pagãos, marchou sobre York, pensando que teria pela frente uma defesa pouco cautelosa e desprotegida. O cenário com que se depararam foi exatamente o oposto. Ivar tinha a estratégia meticulosamente articulada, deixando-os rapidamente encurralados e encurtando expressivamente o número de adversários, entre ataques de flechas, valas “forradas” a dardos, fogo e finalmente combate corpo a corpo. E Ivar, apesar da sua deficiência, não se limita nunca ao controlo de bastidores, ele vai ao terreno e aqui há muito a elogiar no trabalho deAlex Høgh Andersen, que enche e domina qualquer cena, e cuja expressão dá uma intensidade e brutalidade que fazem de Ivar genuinamente temível. Ivar tem a vantagem de ser imprevisível, pois os seus adversários erradamente negligenciam o seu potencial devido à sua condição física. Acresce ainda que ele não parece ter medo de nada. Até num momento isolado do seu exército, desprovido do seu veículo de combate e à mercê da armada inglesa, ele consegue estar “por cima”, gritando ferozmente, com a cara coberta de sangue e aterrorizando os seus adversários com essa atitude. Claro que aqui poderemos dizer que é um pouco surreal os ingleses não terem atacado logo e acabado ali com a vida de Ivar. Aliás, neste episódio, a par desse momento, há outro também bastante surreal com as flechas a serem lançadas contra o grupo de Heahmund e com vários a serem atingidos, ainda que munidos de escudos, enquanto Heahmund avança sem proteção e não é atingido, talvez pela “vontade dos deuses”. Mas deixemos a ficção sê-la e prossigamos. Nesse momento em que Ivar estava à beira da morte, vemos mais uma prova do distanciamento e conflito entre irmãos, aqui demonstrado pela hesitação de Ubbe antes de fazer avançar os vikings que acabariam por salvar Ivar.

Ganha que estava a batalha para o exército dos filhos de Ragnar, a opinião sobre qual deveria ser o próximo passo divergia entre os irmãos. Se por um lado Ivar achava que a guerra não estava ganha e que deveriam continuar ao ataque, Ubbe, mais sensato e apaziguador, queria chegar ao seu objetivo de reivindicar as suas novas terras pela via do diálogo. Hvitserk parecia seguir a orientação de Ubbe e sem o consentimento de Ivar lá foram eles até ao acampamento cristão tentar a sua sorte. Ivar estava certo quanto ao próximo passo, a proposta dos irmãos foi rejeitada e tiveram ambos direito a “tratamento especial”, regressando a York com os rostos bem marcados para deleite de Ivar, que adorou estar certo e que aproveitou o momento para angariar a confiança da maioria do seu exército na sua legitimidade para liderar. E foi o princípio do fim da liderança composta pelos três irmãos. Ubbe está de regresso a Kattegat e, para seu espanto, os vikings que continuam consigo mal chegam para encher um barco. Mas o golpe mais duro ocorre a instantes da partida, quando Hvitserk abandona o barco para se juntar a Ivar. Confesso que gosto do lado sensato de Ubbe e da bravura e loucura de Ivar, ambos são fiéis àquilo em que acreditam. Quanto a Hvitserk, desceu uns pontos na minha consideração. Os futuros episódios revelarão quem tomou a decisão mais correta.

Uma coisa é certa, após os três primeiros episódios, Ivar claramente tomou o leme da série e está a encarnar por completo o legado de Ragnar, preenchendo o vazio que este deixou. E há um duelo que se começa a antecipar com grande expectativa, entre aquelas que são duas das personagens mais complexas e mais interessantes da série, Ivar e o bispo Heahmund. Com o regresso de Ubbe a Kattegat, também o seu reencontro com Lagertha é um ponto de grande interesse para a próxima semana.

André Borrego

Publicidade

Populares

estreias calendário séries março 2024

interview with the vampire

Recomendamos