Ministério do Tempo – 01×12 – Episódio 12
| 22 Mar, 2017

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Lisboa, 2016. Afonso sonha com a mulher e sobre o último encontro de ambos, quando é acordado com os gritos de Pacino, que recordava o suicídio do pai. No dia seguinte, o cavaleiro fica espantado com a torradeira e Pacino afirma que também mudou muita coisa desde os anos 80 e que, muitas vezes, até ele próprio fica surpreendido. Os dois falam sobre a fé e enquanto Afonso se diz muito religioso e crente, Pacino afirma que não acredita em nada disso.

No Ministério, Amélia, Pacino, Ernesto e Irene reúnem-se com Salvador que os informa que, durante as invasões francesas, em 1808, a irmã Maria de Santa Teresinha, a Madre Superiora de uma congregação forçada a prestar auxílio às suas forças invasoras, recebe a notícia de que Napoleão Bonaparte vai visitar o Forte da Graça e, sem aguentar o choque, morre com um ataque fulminante. Amélia desconfia das palavras do chefe, pois tem a certeza que Napoleão nunca chegou a visitar Portugal, mas Salvador informa-a que a presença do Imperador, para supervisionar os avanços do general Soldano, em Portugal foi um segredo guardado durante décadas pelo Ministério.  E, mesmo parecendo insignificante, esta visita tem consequências para o futuro: foi durante esta visita que a irmã Maria de Santa Teresinha convenceu Napoleão a perdoar três prisioneiros portugueses condenados à morte e, entre eles, Rodolfo Maia, antepassado do Capitão Salgueiro Maia, um dos heróis do 25 de abril.

Pacino, que viveu a Revolução, deseja partir de imediato, disposto a manter a história e o 25 de abril de 1974 intacto, mas a patrulha depara-se com um problema: não tem agentes que encaixem no perfil da Madre Superiora. É então que entra Maria dos Prazeres e Salvador acaba por conseguir persuadir a mesma a participar na missão. Com Afonso dispensado da missão, Pacino, Amélia e Maria dos Prazeres viajam para Elvas, 1808.

Disfarçados de membros da igreja, a patrulha é recebida por Rosa (Rita Figueiredo), a moça de recados, e a Irmã Flora (Cristina Cavalinhos) que partilham com eles que, apesar de terem sido bem tratadas, temem pelas suas vidas e pela dos prisioneiros. Maria dos Prazeres e Amélia são levadas aos seus aposentos, enquanto Pacino é guiado a outro lado do forte por Rosa e o seu caminho cruza-se com o do Marechal Ney (Philippe Leroux). O agente estranha a simpatia do francês, mas rapidamente percebe que este está interessado em si. Aqui novamente o uso do francês – misturado com o português, é verdade -, mas mostra o esforço da produção em adaptar-se às línguas diferentes que foram surgindo durante a história.

Entretanto, em 2016, Salvador sai apressado para uma reunião com Susana Meireles e deixa Irene no seu gabinete sob o pretexto de ir buscar a documentação relativa à missão. A agente aproveita para vasculhar a secretária do chefe e descobre que este está em contacto com Tiago e que sabe onde ele se encontra. Irene leva esta informação a Susana, que lhe agradece o esforço. Aqui percebemos que a relação de Susana e Irene é unidirecional e que ambas têm intenções diferentes: enquanto Irene nutre sentimentos pela outra mulher e apenas quer vingar a morte de Névoa, Susana manipula a agente para obter o que realmente quer – o controlo do Ministério.

Ernesto ajuda Afonso a ambientar-se à vida em 2016 e tenta dar-lhe uma mudança de visual, mas encontra um percalço quando sugere que o cavaleiro corte o cabelo. Apesar disto, Afonso mostra-se deliciado com as novidades, pois para ele parece surreal que com apenas um cartão de plástico ele consiga ter acesso ao seu dinheiro e pensa de imediato em adquirir uma mota.

Em 1808, Maria dos Prazeres fica em pânico quando descobre que terá de cantar um solo na Missa do Galo e Amélia tenta ajudá-la, mas descobre que a secretária, além de não saber falar latim, não sabe cantar. Mais tarde, Pacino visita os prisioneiros e o padre Vítor (Duarte Victor) pede ao agente que este reze a missa do Galo por ele, para seu horror. Neste momento, chegam Amélia e Rosa com água para os prisioneiros e a moça dos recados corre para as grades e troca juras de amor com um dos prisioneiros, que Pacino identifica como sendo Rudolfo Maia (Hugo Franco).

Em conversa com Amélia, Pacino percebe que esta não reparou na forma como Maia olhava para ela, apesar de estar comprometido com Rosa, e acaba por descobrir que a estudante nunca esteve com outro homem. A conversa dos dois é interrompida pelas tentativas de canto de Maria dos Prazeres. Nessa noite, a secretária aterroriza todos durante a missa ao tentar cantar e Pacino sente-se completamente perdido ao tentar rezar a missa, pois nem sequer é crente.

No dia seguinte, Amélia ajuda Rudolfo Maia na cela e ele tenta seduzi-la, mas é ouvido por Rosa. Esta vai até ao confessionário onde Pacino ouve as suas lamentações e descobre que esta já se encontra grávida de Maia. O agente começa a festejar, mas a jovem informa-o que pretende abandonar a criança e tornar-se freira. Pacino consegue demovê-la dessas intenções e promete ajuda-la. Quando este sao do confessionário, Rosa agradece-lhe e abraça-o.

Nesse momento, Maria dos Prazeres é informada que os franceses exigiram às freiras 20 mil francos e, revoltada, enfrenta o Marechal Ney, afirmando que se recusa a pagar. O confronto de ambos atrai a atenção de várias pessoas e Amélia e Pacino correm para tentar amenizar a situação, mas este momento é interrompido pela chegada de Napoleão (Durval Lucena). Ao enfrentar o Imperador francês, Maria dos Prazeres desmaia e é enviada para o seu quarto e proibida de sair do mesmo. Sem outra opção, Amélia liga a Salvador e informa-o que vão optar pelo plano B: ajudar os prisioneiros a escapar. O chefe resolve enviar Afonso em seu auxílio.

O cavaleiro disfarça-se de comerciante que viaja para o Forte para entregar a Napoleão alguns bens, mas é intercetado pelas tropas francesas que dizem que vão ficar com tudo e ainda o vão acusar de roubo. Revoltado com a falta de patriotismo, Afonso ataca os soldados e acaba na cela com os outros prisioneiros, para desespero de Amélia e Pacino.

Pacino vai até à cela e informa Afonso que Amélia tem um novo plano e é intercetado por Maia, que pede para se confessar. O agente concorda e durante a confissão é confrontado pelo prisioneiro que sabe que Rosa o abraçou. Pacino perde finalmente a calma e acaba com a farsa: informa Maia que ele, Amélia e Afonso estão infiltrados para os poderem salvar. Maia acalma-se e concorda em colaborar.

Com um sinal de Amélia, o padre Vítor finge um ataque cardíaco e todos gritam por socorro, mas quando o guarda abre a cela, Pacino deixa-o inconsciente. Rosa aceita ajudar os prisioneiros a fugirem pelos tunéis subterrâneos e conta a Maia que espera um filho dele.

Enquanto isso, Maria dos Prazeres é convocada perante Napoleão e resolve enfrentá-lo: informa-o que a congregação não tem dinheiro para pagar aos franceses e que sabe muita coisa sobre ele. Com o ego inflamado, Napoleão aceita esquecer o dinheiro se a Irmã o ensinar a cozinhar arroz de cabidela, pois a sua mulher, Josefina, tem uma grande paixão por Portugal. Maria dos Prazeres concorda e durante o dia que passam juntos a secretária e o imperador travam uma amizade: Napoleão conforta a Madre Superiora por um suposto desgosto de amor e Maria dos Prazeres dá-lhe conselhos para conseguir manter viva a chama do seu casamento.

À noite, a patrulha reúne-se e a secretária informa-os que conseguiu que Napoleão perdoasse os prisioneiros, para desespero de Amélia e Pacino. A estudante liga para Afonso, que atende discretamente, e diz que eles têm de regressar imediatamente. Após uma breve discussão, o cavaleiro consegue convencer os companheiros de fuga a voltar.

No dia seguinte, são todos libertados sob ordem de Napoleão. Rosa e Rudolfo Maia partem para Freixo de Espada à Cinta e a patrulha volta satisfeita para o presente. Maria dos Prazeres está ansiosa para contar ao chefe do sucesso da missão, orgulhosa do seu desempenho. Mas ao chegarem ao gabinete deparam-se com Susana Meireles, que se apresenta como a nova Secretária Geral do Ministério – na ausência da patrulha, Susana conseguiu uma autorização do Ministro, depois de lhe apresentar várias provas da suposta incompetência do chefe, que dispensa Salvador das suas funções. A patrulha fica chocada.

Apesar de este não ter sido um dos melhores episódios do Ministério, foi sem dúvida o mais cómico até agora, o que ajudou a descomprimir da tensão acumulada das semanas anteriores e para nos preparar para o que aí vem. Carla Andrino foi absolutamente fantástica como Maria dos Prazeres e as suas cenas com Napoleão de fazer chorar de tanto rir, sem falar das suas tentativas de “canto” que levavam Amélia ao desespero.

Ângelo Rodrigues também esteve bastante engraçado como padre. A cena do confessionário com Rosa mereceu uma ovação em pé e aquele “três avé marias e estamos quites!” foi das melhores saídas de um personagem nesta série! Perdi-me de riso com as suas tentativas de se adaptar à personagem e mal posso esperar por outras viagens dele!

Outra cena que merece nota máxima foi o makeover de Afonso por parte de Ernesto. A série, o homem que veste praticamente todos os dias o mesmo fato a dar conselhos de moda? Eu não sou nenhuma estilista, mas acho que aquele conjunto não assentava muito bem com o estilo de Afonso.

Relativamente a este final, não foi nada de que eu não tivesse à espera. Desde o início que percebi as intenções de Susana: o seu objetivo não era conseguir justiça, mas sim o controle do Ministério. O porquê é agora a grande questão! Mais uma vez, Ministério do Tempo responde às nossas perguntas, mas cria mais questões!

Beatriz Pinto

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