Ministério do Tempo – 01×07 – Episódio 7
| 17 Fev, 2017

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Esta semana fizemos uma viagem pelo tempo dentro do próprio ministério! Névoa, uma personagem introduzida no episódio passado, revela-se esta semana a peça que faltava em alguns puzzles.

Um deles é o passado de Irene, que se cruza com Névoa em 1965, quando se preparava para se suicidar. A agente era infeliz em todos os aspetos da sua vida e foi Névoa que reconheceu o seu potencial e a levou para o Ministério, salvando assim a sua vida. Hoje em dia, Irene vive no século XXI com a sua parceira, que a pressiona para conhecer o seu local de trabalho e os seus colegas.

Vou ser sincera, aqui fiquei com tantas perguntas como respostas. Quer dizer, o Ministério tem uma série de restrições sobre viagens no tempo, alterar o passado e o futuro, mas Irene pode mudar-se de um século para o outro e levar uma vida normal? O que é que terá sido dito ao seu marido e família? Que ela morreu? Isso significa que Afonso poderá fazer o mesmo, visto que todos do seu tempo o consideram morto?

Mas continuando… a patrulha chega de uma missão e cruza-se com Irene, que vai até 1030, ao enterro de Névoa, onde se encontra com Salvador. Amélia, Afonso e Tiago ficam intrigados com o comportamento da agente e questionam Maria dos Prazeres, que lhes conta finalmente a história de Névoa. Este era um herói das guerras liberais, homem de confiança de Salvador e mentor de Irene, mas quando o seu filho adoeceu e a medicina do século XIX não foi suficiente para o salvar, Névoa implorou para o trazer para o século XXI, mas Salvador recusou, pois era contra as regras do Ministério. Névoa resolveu então criar uma revolta e tomar conta do Ministério com o objetivo não só de tratar o seu filho, mas de abrir as portas para que mais vidas possam ser salvas.

Névoa é derrotado e enviado para a prisão medieval de 1030, o seu filho falece e tudo o que o ex-agente tem em mente é descobrir quem o traiu e vingar-se, mas acaba por falecer antes de descobrir a verdade.

No fim do dia, Tiago leva Irene até um bar para a poder consolar pela perda de Névoa, mas os papéis invertem-se e é ela quem o aconselha a seguir em frente depois de reparar em duas mulheres que os observam. Tiago envolve-se com uma delas, mas no dia seguinte sente-se culpado e viaja até 2013, onde finge ter faltado ao trabalho para passar o dia com Mariana, que não suspeita de nada.

Nessa mesma noite, o corpo de Névoa é exumado e percebemos que a sua morte foi encenada. O ex-agente está vivo e quer vingança contra o Ministério. No dia seguinte todos falam sobre o roubo do corpo de Névoa e pedem a Amélia que procure Tiago, o único agente a não ser estar presente na sala. Amélia vai até ao apartamento do colega e descobre que este viajou para o passado, mas resolve fingir que não sabe de nada. Entretanto, Irene é afastada do caso de Névoa, pois Salvador descobriu que esta teve contacto com ele durante a sua viagem a 1030.

Em 2005, Névoa entra no Ministério e faz-se passar pelo Névoa do seu tempo. Entra no computador de Salvador e recruta diversos agentes que eram seus antigos aliados e foge para o século XIX. Momentos depois entra o verdadeiro Névoa e Maria dos Prazeres estranha a diferença entre ambos e envia um Fax a ela mesma em 2016.

No presente, a secretária entrega o fax a Salvador e a equipa rapidamente deduz o plano de Névoa: este vai viajar até 1862, ano em que a rainha Filipa de Lencastre, do século XIV, visita o Ministério, como se tornou tradição para que os monarcas conhecessem o maior segredo do nosso país. Névoa ameaça matar a rainha e impedir o nascimento do Infante D. Henrique, mudando assim de forma irreversível a história do país.

Em desespero, Salvador envia Amélia, Afonso e Ernesto para 1862, mas estes são imediatamente cercados e Afonso é ferido com gravidade. Irene, graças a uma dica de Amélia, encontra Tiago em 2013 e convence-o a abdicar de Mariana, pois os seus colegas de patrulha correm perigo. Dividido entre o amor e o dever, mas consciente que não poderá para sempre viver no passado, o paramédico deixa a amada e viaja com Irene até 1862.

Os dois abrem caminho aos tiros e encontram Afonso às portas da morte e a rainha, sua mãe, aia e um outro funcionário do Ministério que tinham sido feitos reféns. A mãe de D. Filipa critica Portugal e os seus perigos, mas a rainha impõe-se, prometendo fazer o possível para proteger o Ministério.

Névoa foge para 2016 e agride Salvador para tentar descobrir quem foi que o traiu, mas este recusa-se a falar. O ex-agente obriga Maria dos Prazeres a pesquisar no computador quem foi promovido depois da sua prisão e surgem dois nomes: Ernesto, que Névoa exclui imediatamente pois os dois já não tinham uma relação de amizade, e Irene. Cego de raiva, Névoa deixa o ministério disposto a vingar-se daquela que considerava uma das suas pessoas de confiança.

Irene, Ernesto e a patrulha regressam a 2016 e Irene descobre que Névoa já sabe da sua traição e que raptou a sua namorada, Maria, para se vingar. Os dois encontram-se no telhado onde se tinham conhecido. Névoa confronta Irene e obriga-a a revelar a verdade a Maria, que fica bastante confusa. Irene pede perdão e diz a Névoa que este tinha perdido a noção do que era importante e que esta só estava a fazer o que ele lhe tinha ensinado: a defender o Ministério. Névoa diz que passou anos obcecado com a sua vingança e que agora não é capaz de o fazer. De seguida salta para a morte. Irene tenta consolar Maria.

Este foi sem dúvida o ponto alto do episódio, mas que ficou aquém das expectativas. Além da culpa de Irene ser óbvia, pois era a única pessoa próxima o suficiente deNévoa para fazer esta traição ter impacto, a interpretação de Andreia Diniz foi muito branda para a intensidade que pedia o momento. João Lagarto (Névoa) adaptou-se muito bem à situação, apesar de a falta de cumplicidade com Diniz ter retirado impacto daquele que poderia ter sido um dos melhores momentos de Ministério do Tempo até hoje.

Salvador repreende Irene e Tiago devido à sua imprudência e Afonso por se ter recusado a ficar internado. O cavaleiro diz que gostaria de agradecer à pessoa que doou sangue para o salvar e sente-se ofendido quando sabe que foi Amélia, por esta ser mulher, e Tiago diz que espera que ele tenha absorvido um pouco da inteligência da estudante, acabando por desvalorizar o machismo.

No final, Irene e Tiago conversam e ambos afirmam que é difícil regressar para uma casa vazia todas as noites, mas a agente diz que o trabalho do Ministério compensa, pois é importante manter a história do nosso país intacta. Enquanto isso, Ernesto é incumbido de fazer com que a aia de D. Filipa de Lencastre mantenha silêncio sobre o Ministério e decide levar as duas ao cinema para lhes mostrar uma das maravilhas do século XXI.

Adorei esta mudança de rotina. Esta pequena viagem no interior do ministério e descobrir mais sobre as outras personagens. Maria dos Prazeres torna-se aos poucos uma das minhas favoritas e espero que mais para a frente se possa descobrir mais sobre a vida da secretária de confiança de Salvador.

Apesar de gostar de ver um novo desenvolvimento nas história de Tiago e Mariana, acho que se deveria dar um fim nesta história ou pelo menos uma reviravolta (quem sabe um encontro entre os dois Tiagos?). O luto e inconsequência de Tiago são repetitivos e apesar de nos últimos episódios não termos tido a presença de Mariana, pouca falta ou diferença fez. Sou mais apologista do desenvolvimento das relações entre a equipa ou, já que estamos a viajar pela vida fora do Ministério, que tal mais um bocadinho de Afonso?

Tenho a dizer que depois de analisar bem este episódio e rever os anteriores, apercebi-me de uma coisa: não é também o lema de Mafalda Torres usar as portas para algo mais? Não é por isso que ela tem um grande problema com o Ministério? Mafalda acha que milhares de vidas poderiam ser salvas se o Ministério deixasse de ser um segredo e abrisse as portas para todos, assim como Névoa. Afinal não é apenas Mafalda contra o Ministério, existem outras pessoas que lutam contra este secretismo. E vocês de que lado estão?

P.S.: Camões (Luís Vicente), senti saudades!

Beatriz Pinto

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