A nova série da Netflix, The Crown, acompanha a princesa Elizabeth aos 25 anos, quando o rei está doente, o império inglês em declínio e o mundo político virado do avesso.

Nesta nova produção da Netflix temos a oportunidade de assistir ao clima presente em Inglaterra quando Elizabeth era ainda uma princesa; o rei a ser confrontado com a sua doença e a notícia de que tem pouco tempo para viver; Winston Churchill a lutar contra a maré para se manter como Primeiro-Ministro, enquanto forma uma amizade com Elizabeth.

É uma série com uma produção enorme e excelente por trás (nota-se ao longo do episódio todo), mas com mais ênfase no casamento de Elizabeth com Philip. Aliás, só o vestido que Elizabeth leva vestido custou 30 000 libras. O nível de detalhe e pormenor é impressionante e só por isso já vale a pena dar uma oportunidade a The Crown, mas, além disso, a qualidade de interpretação, a recriação de uma época histórica e difícil para Inglaterra e o que pudemos aprender sobre a vida da rainha são outros extras.

O matrimónio entre Philip e Elizabeth deve ser um dos principais focos da série, de todos os problemas que vai trazer a ascensão da mulher ao trono enquanto o homem fica para segundo plano, coisa que ele deixa bem subentendido numa das primeiras trocas de palavras entre ambos. Foi surpreendente, no entanto, que ela teve a hipótese de retirar obediência dos votos de casamento por ir-se tornar rainha, mas decidiu jurar obediência a Philip, talvez para amenizar a sua futura distinção de poderes.

Numa época em que a igualdade de género se tornou um foco e está mais perto de ser atingida que nunca, é importante e pertinente termos estas oportunidades que The Crown nos proporciona,  assistir à vida de uma mulher que ascendeu a uma posição de poder quando isto ainda era visto com maus olhos! A vantagem de uma série da Netflix é que se gostarem podem ver já toda de seguida. Não sei se será de uma só vez, mas que vou ver The Crown é garantido!

Raul Araújo