The Bastard Executioner – 01×03 – “Effigy/Delw”
| 25 Set, 2015

Publicidade

Bruxas, cobras, anjos e mais tortura apimentam a 2.ª semana de The Bastard Executioner.

Após o que, de uma forma geral, foi considerado um piloto longo e um pouco confuso, para aqueles que tinham esperança de que The Bastard Executioner pudesse vir a ser algo interessante e cativante, é obrigatório verem este novo episódio!

O que começou com uma decapitação na semana passada tem que continuar agora com um trabalho bem mais sangrento e obscuro na vida do novo carrasco. E assim, com a ajuda de Anora e de corpos de animais mortos, Wilkins começa a treinar as novas técnicas que precisa de adquirir para o seu novo ofício. Apercebemo-nos também que, ainda bem que Wilkins tem ao seu lado o filho do anterior carrasco porque, sem ele, ficaria meio perdido nas ferramentas que precisa de utilizar. A devoção que vemos, tanto pelo filho como pela mulher do ex-carrasco, é meio arrepiante, mas tendo em conta o que foi mostrado da maneira como este os tratava, não é de estranhar que existam sérios problemas psicológicos naquela família.

Para quem estava habituado a Sons of Anarchy, é provável estabelecer uma comparação entre a relação da bruxa e Wilkins e a corrupção de Jax por Gemma, tudo em nome do destino. E, neste enquadramento, é intrigante que o Wilkins deposite tão rapidamente tanta confiança nesta personagem tão misteriosa da qual não sabe quase nada.

Ao longo do episódio, podemos ainda descobrir um pouco mais sobre Wilkins e a sua infância. Vemos que ele é deixado em pequeno com monges, onde aprende a lutar, e certamente que é deixada uma pista de que ele será de facto um filho bastardo. Entretanto, esta semana vemos ainda cobras, muitas cobras. Seja num corpo mutilado e abandonado no meio do mato, nas visões de Wilkins ou na gigante coleção de cobras mortas que Anora possui na “cave”. Mas o que é que significam estas cobras? E as visões? Onde se enquadra toda esta magia?

Em relação á história principal, esta foca-se no “castigo da semana” e nas fidelidades de Wilkins. Uma jovem rapariga é capturada quando os rebeldes atacam uma caravana, e isto vem desencadear uma resposta pela Baronesa. Ao contrário do marido, percebemos que a Baronesa Aberffraw, que é gaulesa, está interessada em perceber as razões que levam a esta revolução e a tentar achar uma resolução pacifica, chegando a afirmar que quer marcar um encontro com o líder dos rebeldes, The Wolf. Este ponto é interessante, não só por ficarmos a conhecer a natureza (mais simpática no meio de tanta brutalidade) da Baronesa, mas também porque aprofunda a história sobre o domínio da Inglaterra sobre o País de Gales. Já Wilkins, confronta-se não só com um problema ético de torturar uma menina tão nova, como também de equilibrar as suas duas identidades e alianças (entre a Baronesa e The Wolf).

Enquanto isso, Toran e Wilkins seguem com o seu objectivo principal, e conseguem ganhar alguma confiança no seio dos ingleses e desvendar mais um dos intervenientes no massacre das suas famílias. Mas será que Wilkins vai aguentar esta farsa até ao fim, sem chacinar, antecipadamente, o homem que ele pensa ser responsável pela morte da mulher?

 Quem não fica muito contente com o avançar da relação entre Wilkins e a Baronesa é Milus. As intenções deste aparente vilão continuam no escuro, e não sabemos como ele pretende alcançar o poder agora que o barão está fora de cena (terá ele uma mente tão afiada como o Mindinho de Game of Thrones?). É certo que ele estava habituado a ser ouvido pelo antigo barão, mas nem a Baronesa parece tão suscetível aos seus conselhos, como Wilkins também parece estar no caminho. Será interessante vermos no futuro como se irá desenvolver esta rivalidade entre Wilkins e Milus, e até que ponto Wilkins está disposto a aceitar curvar-se segundo os caprichos de Milus. Outra pergunta que se põe é, sabendo Milus que Wilkins é um rebelde, o que espera alcançar ao mantê-lo por perto?

Quanto ao castigo, graças a Wilkins e à Baronesa, a rapariga acaba por ser poupada e apenas é executado um “Olho por olho, nariz por nariz” (a banda sonora aquando das punições é um ponto forte). Seria ainda interessante se a rapariga permanecesse por perto, para podermos observar as repercussões que isto terá em Wilkins.

Pontos a considerar: The Bastard Executioner ainda tem que acertar bem o seu ritmo, de modo a presentear-nos com uma narrativa mais fluída e momentos ricos em caracterização das personagens, drama histórico e contexto político e religioso, sem nos parecer demasiado massudo; a relação entre Wilkins e os seus companheiros deve ser mais explorada, para perceber o que os unia antes do sentimento de vingança; neste tipo de séries históricas, os cenários costumam impressionar, e normalmente há um realce de cenas com paisagens de nos deixar de boca aberta, infelizmente, aqui parece não haver essa preocupação.

Emanuel Candeias

Publicidade

Populares

calendário estreias posters maio 2024

dead boy detectives poster netflix pt

Recomendamos