Stranger Things – Review da 3.ª temporada
| 22 Jul, 2019

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Temporada: 3

Número de episódios: 8

Quase dois anos depois, Stranger Things voltou para nos abençoar os ecrãs, para nos trazer um sorriso à cara e nos deixar colados aos oito episódios. Confesso-vos que até tinha medo de ver a série. O fiasco de Game of Thrones ainda está bem presente na minha memória e duas séries favoritas arruinadas no mesmo ano era demais para o meu coração de seriólica.

Um ano após os eventos da 2.ª temporada, os nossos heróis estão prontos para um verão deveras atribulado. Tudo corria normalmente, com Eleven e Mike a poderem viver o seu romance pré-adolescente em pleno, Dustin a voltar do campo de férias, Nancy e Jonathan a fazer um estágio de verão no jornal de Hawkins e Steve a trabalhar na gelataria do centro comercial após não ter conseguido entrar em nenhuma universidade.

Uma das maiores diferenças entre esta terceira temporada e as duas anteriores é, sem dúvida, a dinâmica entre os rapazes, Dustin, Mike, Lucas e Will. Dustin regressou do campo e graças à sua antena percebeu que coisas estranhas estavam a acontecer outra vez, Mike e Lucas andam demasiados embrenhados nas suas vidas amorosas para reparar no resto do mundo e Will só quer continuar a ser criança e a brincar com os amigos. Claro que isto faz parte, honestamente podia ter sido feito de maneira a não ter vontade de revirar os olhos com as conversas de Mike e Lucas! Ou então sou uma velha rabugenta que não tem a mínima paciência para adolescentes. No entanto, Eleven e Max foram um mimo de se ver, a amizade a florescer, ver as duas a divertirem-se como duas miúdas devem fazer, a comprar roupa, a comer gelados, a rir. Eleven perdeu demasiados momentos da vida dela para os perder exclusivamente na marmelada com Mike. Precisa de amigos, amigas. De viver a vida ao máximo. Millie Bobby Brown e Sadie Sink têm realmente uma química incrível.
Se Eleven teve a pior história na segunda temporada (com aquele horroroso episódio 7), o mesmo não se pode dizer aqui. Ela salva o couro a todos bem mais do que uma vez, ainda tem de aturar o namorado e o pai e os monstros que não param de chegar! E devolvam os poderes à miúda!! Foi um twist mega interessante tirarem os poderes a Eleven, mas espero que a brincadeira acabe rápido.

Outra dinâmica que funciona sempre na perfeição é a de Joyce e Hopper. Todos nós adorávamos o Bob (aka Sam Gamgee), ele era a melhor pessoa do mundo e era doidinho por ela, mas por favor! Joyce e Hopper são almas gémeas, são uma equipa e os reis disto tudo. Seja a falar dos filhos (ai, o que sofreu Hopper por não saber o que fazer com a relação de Mike e Eleven!), da vida em geral ou a tentar perceber porque é que os ímanes caíam do frigorífico.

A dinâmica entre Hopper, Joyce, Alexei e Murray fica oficialmente como a segunda melhor equipa desta 3.ª temporada. Alexei conquistou-me à primeira vista, Murray já tinha sido hilariante na temporada anterior e continuou com o seu bromance em russo. Adorei como ele soube logo da tensão sexual entre Joyce e Hopper, mas a vida andava demasiado caótica para haver tempo para isso.

Jonathan e Nancy têm, surpreendentemente, a relação mais madura de toda a série. Mas pronto, haver drama em todos os casais da série também seria abusar! Gosto bastante de Nancy. É determinada, inteligente e corajosa. O ambiente masculino e muito machista do jornal abalou-a, mas não a deitou abaixo e foi até ao fundo da questão em relação ao comportamento estranho das ratazanas.

Para o fim deixei aquele que para mim foi o melhor grupo desta temporada. Os irmãos Duffer acertaram em cheio quando emparelharam Dustin e Steve na temporada passada e, como em equipa vencedora não se mexe, os dois passaram a temporada praticamente juntos, com Robin e Erica, que foram adições sensacionais ao grupo. Um quarteto pouco provável, mas que funcionou às mil maravilhas, tendo sido o seu ponto alto quando Steve e Robin estavam drogados e Erica e Dustin foram os seus babysitters. O momento em que Robin sai do armário para Steve foi outro momento alto da temporada. Uma mulher assumir-se lésbica nos anos 80 não é bem o mesmo que em 2019 (não esquecendo que ainda nos dias de hoje ainda há muitíssimo preconceito) e foi uma cena bonita e tocante. Só dá mesmo vontade de encher o Steve de beijocas!!

O Devorador de Mentes foi mais uma vez o grande vilão da temporada, tendo usado mais do que uma vítima para controlar (pobre Billy). Apesar de eu achar que os Duffer deviam começar a pegar noutras coisas e não em mais do mesmo, a verdade é que tem resultado. O exército era aterrador, a maneira como estavam possuídos e se desmembravam… A 3.ª temporada ganha em termos de coisas asquerosas. E desta vez teve inimigos humanos, os pobres dos russos que naquela altura (nem nunca, honestamente) não tinham as melhores das relações com os EUA.

A 3.ª temporada deixa-nos de coração partido com a partida de Hopper, de ele nunca poder ter o seu encontro romântico com Joyce. Claro que os créditos deixaram-nos com uma certa esperança de que o “americano” de quem falavam os russos era mesmo ele. Quero dizer… nas séries só acredito que alguém está morto se vir o corpo!!!!

Quarta temporada, chega rápido!!

Melhor episódio:

Episódio  8 – É o episódio que nos mantém de respiração suspensa o tempo todo, aquele que junta o grupo todo. É o episódio que nos faz chorar a rir com Dustin a cantar Never Ending Story com Suzie para conseguir uma equação. É aquele que nos faz chorar pela “morte” de Hopper, de ver El sofrer como nunca ao ler a carta do pai. É aquele que nos faz dizer adeus aos Byers. Joyce, após a morte do amigo, decide-se definitivamente a sair da cidade. Com ela, Will e Jonathan vai, como é claro, Eleven. Foi um final de temporada soberbo, emocionante e que nos deixa a salivar por mais.

Personagem de destaque:

Jim Hopper (David Harbour) – Olhem que esta foi difícil. Apaixonei-me perdidamente por Robin (interpretada por Maya Hawke, filha de Uma Thurman e Ethan Hawke), mas o Jim é o Jim. Jim é um pai do caraças, um polícia pouco ortodoxo, mas eficaz e esperto; um tipo que precisa de fazer ioga para controlar aquele raiva acumulada. Um tipo apaixonado pela colega da escola e que age como um puto adolescente com ela. David Harbour merecia uma mão cheia de Emmys pelo seu Jim. Vê-se que se entrega de alma e coração ao personagem. Volta, Jim, PLEASE!!

Maria Sofia Santos

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