Killing Eve – Review da 2.ª Temporada
| 27 Mai, 2019

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Temporada: 2

N.º de episódios: 8

[Alerta de spoilers]

Killing Eve, uma produção da BBC America, chegou o ano passado até nós com uma 1.ª temporada que roçou a perfeição. Descobrimos quem era Eve (Sandra Oh), a agente do MI6 que vive obcecada por serial killers, e Villanelle (Jodie Comer), a assassina psicopata ao serviço de uma organização secreta de nome The Twelve. Eve e Villanelle desenvolvem entre elas uma relação onde vemos o amor, a obsessão, o fascínio e o perigo misturados com uma pitada de humor negro típico britânico.

Ao longo do primeiro ano, Eve e Villanelle são apresentadas uma à outra, desenvolvem a relação um pouco à distância, com um fascínio mútuo, onde a interação das duas acontece sobretudo já nos últimos episódios. Nesta 2.ª temporada, os novos produtores (a série muda de produtor todos os anos) construíram uma história que levou Villanelle a trabalhar lado a lado com Eve. Foi arriscada a escolha de as aproximar, sobre pena da série se tornar igual a tantas outras. Felizmente isso não aconteceu. Quando chegamos ao fim dos episódios percebemos que era o passo necessário para levar a série na direção certa, sem perder qualidade ou ficar equiparada a outros produtos.

A 2.ª temporada começa exatamente onde acaba a primeira. E nos primeiros episódios vemos Eve a lidar com a incerteza de ter ou não morto Villanelle, enquanto tem de enfrentar uma nova assassina, num caso que envolve um dos empresários de maior sucesso do mundo, Aaron Peel (Henry Lloyd-Hughes). Claro que Villanelle não está morta, mas vive para lutar pela sua vida sobretudo com o novo intermediário que os The Twelve lhe enviaram. Raymond (Adrian Scarborough) é mais duro que Konstantin (Kim Bodnia) e, sobretudo, não tem sentimentos de paternidade em relação a Villanelle. Já Eve lida com uma nova equipa, com problemas no seu casamento com Niko (Owen McDonnell) e com o facto de ter de admitir para si mesma que não consegue tirar Villanelle da cabeça.

Para mim, esta 2.ª temporada aprofunda a relação entre as duas. Ouvimos pela primeira vez Villanelle a admitir que ama Eve e esta a ter ciúmes de ver Villanelle com outras mulheres. É como uma dança constante, onde ambas se vão seduzindo. Todas as cenas entre as duas são deliciosas, onde todos os pormenores, todas as palavras, todas os olhares contam. E é isso que vai agarrando o público. Nunca vemos (e acho que nunca vamos ver) uma verdadeira cena romântica entre elas, mas os sentimentos que nutrem uma pela outra estão ali refletidos em todos os pormenores que referi. Mas tudo isto só é possível porque a química entre Sandra Oh e Jodie Comer é perfeita.

Uma nota ainda para o elenco secundário que já tinha brilhado na primeira, mas que nesta 2.ª temporada dá o retoque final num produto brilhante. Carolyn (Fiona Shaw), Konstantin, Kenny (Sean Delaney) e restantes, são cada vez mais importantes, sobretudo com os toques de humor, mas também porque se tornam personagens dúbias, sendo que não sabemos para quem trabalham ou quais são as suas reais intenções. Aliás, o ultimo episódio é pródigo em provar isso mesmo, a importância que podem ter nas decisões das personagens principais.

Killing Eve é, do meu ponto de vista, uma das melhores produções que existe no panorama televisivo do momento. O suspense mistura-se muitas vezes com o humor, as interpretações primorosas das protagonistas com um argumento genialmente escrito e os twists que vemos não são apresentados ao acaso, sendo inseridos numa história que agarra os espectadores constantemente. Quanto a nós, resta sofrer mais um ano até a 3.ª temporada nos vir dizer como vai continuar esta história de amor.

Melhor Episódio:

Episódio 7 – Não o mencionei no texto, mas umas das melhores coisas que Killing Eve apresentou esta temporada foi a personagem Aaron Peel. Peel é um empresário do mundo da tecnologia bem sucedido, mas, tal como Villanelle, é um psicopata obcecado pelo controlo. Neste episódio vemos a sua interação e interesse em Villanelle, que encontra em Peel alguém que lhe impõe um certo medo e fascínio. Além disso, há aquela deliciosa cena com Eve.

Personagem de destaque:

Villanelle – Os prémios não reconhecem (apenas os BAFTA este ano), mas eu não me esqueço de Villanelle. Jodie Comer tem um talento descomunal e a sua Villanelle é brilhante em tudo. Fria, calculista, engraçada, genial e prática. Villanelle é aquela personagem que rouba a cena constantemente. Se não for por mais nada, vejam a série só para conhecerem Villanelle. Com uma única fraqueza: Eve.

Catarina Lameirinhas

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