Channel Zero: The Dream Door – 04×01 – Ashes on My Pillow
| 30 Out, 2018

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O que seria dos filmes e das séries de terror/horror sem uma cave ou um sótão assombrados? Parece que estas assoalhadas das casas estão condenadas a viver para sempre com esta sina. E nesta nova temporada de Channel Zero esta é uma premissa importante, o mote para a restante temporada. Já tinha tido a oportunidade de escrever sobre a 1.ª temporada e, sinceramente, andei afastada das temporadas dois e três e eis que me vem “cair nas mãos” a review desta quarta da série antológica. Confesso (creio já o ter dito antes) que sou fã de tudo o que é terror, deixa-me com uma sensação inexplicável, ou diria, inexplicavelmente boa. Apesar da estranheza do que disse, tenho a certeza que há quem se reveja nas minhas palavras.

Quero com isto dizer que nos dias que correm já pouco ou nada nos surpreende no mundo do terror, muitas das vezes quase que conseguimos adivinhar os passos seguintes das personagens ou o que vai acontecer a seguir, ou seja, tudo o que vemos nos dias de hoje está carregadinho de clichés e o mesmo acontece com esta nova temporada de Channel Zero, mas isto não significa que não seja bom, porque se for bem feito é sempre bom.

Baseada em Hidden Door, conto escrito por Charlotte Bywater, Channel Zero traz-nos, desta vez, The Dream Door. Um jovem casal, Jillian e Tom , recém-casados, mudam-se para a casa onde Tom viveu toda a vida, uma prenda da mãe para os noivos. Entre remodelações e desempacotar das caixas, acodem imediatamente à cave quando ouvem um barulho e, no meio da desarrumação, surge-lhes um cão. Esta era a altura em que todos julgávamos que fosse um gato, mas, surpresa, um ponto para a série! O casal decide ficar a tomar conta do animal. Tom fica extremamente surpreso quando se desloca até à cave e se depara com uma porta azul, numa parede onde nunca tinha existido absolutamente nada, e ele sabe do que fala, já que cresceu naquela casa.

E agora ficamos com uma curiosidade extrema. Quem não se sente curioso sobre o que poderá estar por detrás de uma porta que surge misteriosamente numa parede de uma cave? Por entre diversas maneiras de tentar abrir a porta, que tem maçaneta mas não tem fechadura, o amigo do casal usa uma caçadeira e finalmente abrem a bendita porta, para descobrir que dá acesso a uma escadaria bem grande, que por sua vez vai levá-los a outra porta. Esta última, também azul e com uma marca de tinta de uma mão mesmo no centro, parece indestrutível, já que tentam de tudo para a abrir e nada.

Cada vez mais curiosos com o que se passa ali (eles e nós, claro), deslocam-se até casa do vizinho que, pela lógica, será onde termina o caminho da cave. O vizinho muito simpático e prestável mostra-lhes a sua própria cave para que vejam que não há de nada suspeito. A bem dizer até há, pois tinha que haver um vizinho agradável, que mora sozinho porque está a estudar para tirar o doutoramento. De desconfiar, não? Ainda para mais nota-se que nutre uma certa empatia para com Jillian. A jovem já aborrecida com a porta indestrutível e toda esta situação, e ainda a ajudar a isto tudo a relação com o marido que já conheceu melhores dias, numa tentativa que se poderá considerar parva, decide bater à porta. Mas ao virar as costas para se ir embora não se apercebe que batem de volta. Já estávamos à espera desta, mas não deixa de ser super creepy. Mais tarde, Jillian decide colocar a sua mão sobre a marca de tinta na porta e eis que a porta abre (quem não se lembraria de fazer isto antes?). Quando a porta abre há uma imensa escuridão, já que, sendo um cliché, a lanterna de Jillian começa a falhar, mas, quando recupera a luz, vê-se num dos cantos daquela sala escura uma figura de um homem de costas para ela, que se vira e começa a correr de uma forma muito estranha em direção a ela e sai de casa.

Absolutamente assustada, recebe apoio do marido e da polícia, mas pensam sempre que fosse alguém que estaria lá para roubar. Sabemos identificar a estranha figura como sendo uma figura criada por Jillian enquanto criança, o palhaço contorcionista. Com o aumentar dos problemas entre o casal, na noite seguinte ao sucedido, Tom decide sair de casa. Acho isto tão exagerado, principalmente após os factos que vivenciaram na noite anterior!

E agora vem a melhor parte do episódio. Jillian sai de casa numa tentativa de conversar com o amigo do marido sobre este. Enquanto estão a ter uma conversa exaltada, vemos uma coisa que para mim é espetacular, a ação centra-se nas personagens principais da cena, mas vemos num dos cantinhos uma mão que subtilmente subtrai de uma mesa de trabalho uma chave de fendas. Os intervenientes, ao mesmo tempo que discutem, deslocam-se para uma outra parte da casa. Aqui acho um exagero que estejam a discutir cada um de um lado de uma porta, completamente afastados, mas isto permite que Jason, o amigo, seja atacado pelo Pretzel Jack, o palhaço contorcionista.

Uma curiosidade, o ator que interpreta Pretzel Jack, Troy James, já participou no programa America’s Got Talent. Aconselho que deem uma espreitadela ao vídeo que está disponível no Youtube, para que possam apreciar aquilo que Troy é capaz de fazer com o corpo; até num momento como aquele o que faz é assustador. Este, como que num acesso de fúria, espeta repetidamente a chave de fenda e Jason tenta-se defender, sem sucesso. Jillian assiste a tudo em estado de choque e quando pede ao palhaço para que pare, este fá-lo imediatamente, como se respondesse aos seus comandos. Pretzel Jack, perante a aflição da jovem, começa a fazer palhaçadas, piruetas incluídas, como que numa tentativa de fazer Jillian rir ou para se sentir aliviada. Toda esta cena desde o ataque do palhaço, me deixou literalmente boquiaberta porque está realmente bem feita, sangue por todo o lado e um palhaço com o ar mais assustador de sempre a fazer palhaçadas; quem é que tem vontade de assistir a uma cenas destas? Um combo de uma sala ensanguentada, um corpo e um palhaço assassino a fazer coisas normais de palhaço? No, thank you.

Fiquei com muita vontade de ver o resto. Andará o Tom realmente a trair Jillian? Mas o que interessa isso quando a rapariga vive um dos momentos mais assustadores da sua vida?

É de ver, ainda para mais numa altura destas, por ocasião do Halloween. É uma boa aposta!

Ana Galego Santos

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