O Mundo de The 100: Livro vs. Série
| 02 Abr, 2016

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[Pode conter spoilers]

Se há algo de que gosto mais do que séries é de livros. Por vezes há séries que não me despertam a curiosidade, mas cujos livros gostava de ler e The 100 é um desses exemplos! Quando estreou na CW soube imediatamente que não fazia o meu género, ainda por cima sendo centrada em adolescentes. No entanto, quando o primeiro livro da saga me veio parar às mãos não tardei em atirar-me à primeira página.

Numa grande parte das vezes, os livros são inegavelmente melhores que as séries. De certa forma são mais ‘puros’, sem condicionantes como os cancelamentos, a popularidade dos atores e/ou dos personagens, além de que nenhum autor tem de se livrar de uma personagem porque a pessoa que a interpreta quer dedicar-se a outras coisas. Não há uma preocupação tão grande em fazer com que os personagens sejam alguém com quem podemos identificar-nos… Resumindo, muito antes de existirem filmes e séries, eram os livros quem nos contava histórias, mas já chega de divagações!

Quando comecei a ler Os 100 não sabia muito bem o que esperar. Conhecia mais ou menos as linhas gerais da história, mais pelo que já ouvi sobre a série do que por outra coisa, mas estava mais ou menos às ‘escuras’. Em quatro dias li o livro, são menos de 300 páginas e a escrita é fluída. Ao início, fez-me lembrar um pouco The Hunger Games, na medida em que é uma versão diferente do nosso mundo, com miúdos a serem punidos pelas leis severas que vigoram.

Aqui temos um grupo de cem criminosos que é mandado para a Terra numa missão para descobrir se o planeta é novamente habitável depois do Cataclismo. Só que, na verdade, muitos deles não são verdadeiros criminosos, limitaram-se a violar leis que nunca deveriam ter sido leis. Então, em vez de serem executados quando atingissem a maioridade, os jovens foram mandados nesta missão, que poderia perfeitamente ter resultado na morte de todos. Pela primeira vez desde que nasceram, vêem-se num mundo de liberdade, embora numa espécie de lugar inóspito, é certo.

A forma como o livro apresenta a sua narrativa é relativamente interessante, alternando momentos presentes com cenas anteriores que têm relevância para compreendermos melhor a background story dos personagens. No entanto, não senti ligação a nenhum em particular, embora tenha gostado de Clarke e admire a coragem de Glass em fazer tanta coisa que viola a lei. Aquela rapariga é uma verdadeira trouble maker!

A história em si também não é, de todo, desinteressante, mas acho que falha um pouco na medida em que não conseguiu deixar-me aquele ‘bichinho’. Fiquei ligeiramente curiosa por saber como é que se vai desenrolar este encontro do nosso grupinho com os outros humanos, mas não o suficiente para querer já pegar no próximo livro.

No entanto, a curiosidade fala mais alto e, não tendo ido ler o próximo volume, decidi ir espreitar as personagens da série para poder associar uma cara aos nomes e reparei que alguns dos elementos principais do livro não constam da adaptação televisiva. Então decidi ver também o pilot de The 100, para ter um ponto de comparação.

Eu sei que as adaptações não têm que ser uma cópia fiel do produto original e basicamente o primeiro livro corresponde aos acontecimentos do episódio piloto, embora haja muita coisa a acontecer doutra maneira e personagens novos. Também achei que a série tinha mesmo aquele fator ‘adolescente’ que no livro não é tão marcante.

Consigo perceber que a história seja mais apelativa da forma como é contada na série, houve realmente partes que me agradaram, mas o episódio piloto avança demasiado depressa, não permite muita margem de manobra para as coisas amadurecerem. No entanto, em termos futuros, acho que a história da forma como é contada no livro poderá ter mais interesse. Também nos livros os personagens têm sempre uma profundidade que é difícil alcançarem no ecrã.

De qualquer das formas, estava à espera de ter gostado mais – tanto do livro como do episódio piloto – do que de facto gostei. Talvez esteja a perder a paciência para dramas adolescentes.

Diana Sampaio

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