The Four Seasons (As 4 Estações) proporcionou-nos uma 1.ª temporada simpática, o que pode não parecer muito elogioso, mas que acho ser um adjetivo justo porque não é uma série muito marcante. No entanto, entretém e conseguiu deixar-me interessada nos dilemas dos seus personagens, embora nem todos os episódios me tenham feito ansiar pelo seguinte. Além disso, teve quatro cenários lindíssimos, cada um deles numa diferente estação do ano, o que foi ótimo em termos visuais. Houve ainda uma reviravolta de que não estava de todo à espera (e há algumas que se topam a léguas) e que ajudou a cimentar o tom dramático, que até achei mais presente do que o cómico. A série não é pesada, mas também não tem aquela aura típica de comédia e lida muitas vezes com temas complicados dos relacionamentos humanos nos seus mais variados tipos.
A casa do lago, que eu pensei que iria ser uma constante ao longo dos episódios, foi substituída por outros cenários não menos belos. O elenco funciona bem e tem química, mas nada de memorável. No entanto, os núcleos mais pequenos que eu esperava conhecer depois do primeiro episódio existiam mesmo, com destaque para Kate e Danny, e revelaram-se interessantes. Senti que a série andou meia perdida durante alguns episódios depois do piloto, mas depois conseguiu voltar a captar o meu interesse, que se manteve até ao fim. É o tipo de história que poderia ter adaptações em vários países, pois tem uma premissa que funciona facilmente.
A Netflix não se refere a The Four Seasons como uma minissérie, mas muitos sites assim lhe chamam. Na minha opinião, não precisa de qualquer continuação, tendo resultado bem assim.
Melhor episódio:
Episódio 5 – É o primeiro episódio passado no outono. A maioria das pessoas adora o verão, mas eu adoro a estética visual do outono (e do inverno também), que acho, de alguma forma, reconfortante. Jack, Kate e Danny estão de volta à faculdade que frequentaram e estão acompanhados pelo resto do grupo, mais Ginny, para assistir a uma peça de teatro da filha de Nick e Anne. A filha de Kate e Jack também anda na mesma universidade, por isso ficamos a conhecer todos os nomes que já tinham sido anteriormente mencionados. Algumas personagens encontram-se pela primeira vez e é constrangedor, mas isso estabelece uma necessidade de seguir em frente e de aceitar que algumas coisas mudam, mesmo que desejássemos que permanecessem iguais. Este quinto é também o episódio que me volta a deixar colada à série. Tem um gostinho a “walking down on memory lane” para vários dos personagens, uma nostalgia que passa para este lado do ecrã. Quase como quando ouvimos uma música que nos faz recuar 20 anos e que associamos a uma época feliz. Um dos casais passa por uma boa fase na relação, enquanto outro nem por isso, mas o mais interessante é que Ginny começa a cativar-me e comporta-se de uma forma muito digna, algo de que nem todos são capaz.
Personagem de destaque:
Kate (Tina Fey) – Estive para escolher Ginny, mas acaba por ser Kate a minha eleita. A personagem debate-se com algumas questões interessantes e acaba por ser relatable. Tina Fey não é uma atriz cujo trabalho acompanhe, mas gostei de a ver neste papel.