A 2.ª temporada de Silo, da Apple TV+, comprovou aquilo que a primeira já tinha apresentado: é televisão no seu melhor, uma grande produção, sem dúvida. Foi perfeita? Não, mas mesmo assim vale bem a pena a jornada.
A temporada começa a ferver, com tudo o que seria de esperar depois do final bombástico da anterior. Com a saída heroica (para os de baixo) e problemática (para os do topo) de Juliette (Rebecca Ferguson), tudo ficou em polvorosa, com uma revolução prestes a acontecer. E assim passam os primeiros episódios, cheios de ação e movimentações verticais. Depois, o ritmo acaba por abrandar e entra-se numa espécie de guerra fria, com manobras de bastidores de ambos os lados, mas sem reais avanços, o que torna os episódios do meio algo monótonos. Esta inércia a meio da temporada é um dos dois fatores que impedem que seja ainda melhor. O outro é a parte em que Juliette está fora do Silo, que acaba por se arrastar. É verdade que a sua ausência foi essencial, pois espoletou tudo o que se passou lá dentro, mas a série sofreu com isso, até porque tudo o que ela descobriu fora só se tornou relevante no final. Estar dez episódios a construir para que só no fim faça sentido parece contraproducente. A única vantagem disso foi o destaque que outros personagens tiveram.
Bernard (Tim Robbins), naturalmente, ficou no centro da trama, mas também Lukas (Avi Nash) teve um papel fundamental, ajudando a aprofundar a história do Silo e a perceber melhor o que realmente está em jogo. Isso tornou a série ainda mais interessante, pois nem tudo pode ser ação, e uma boa dose de mistério numa história destas é sempre bem-vinda. Do lado da ação, destaco o xerife Billings (Chinaza Uche), que já se tinha afirmado na 1.ª temporada, mas que agora reforça o seu estatuto como a pessoa mais correta daquele lugar, e a dupla Shirley (Remmie Milner) e Knox (Will Merrick), que protagonizam alguns dos momentos mais empolgantes nesse departamento. Já do lado de Juliette, o seu interminável vai-não-vai tornou-se cansativo. O plano para conseguir voltar a entrar arrastou-se demasiado e os personagens que a acompanham nessa jornada, embora relevantes como uma sombra do possível futuro do Silo “original”, poderiam ter sido comprimidos num episódio de ritmo mais acelerado.
Mas pegando nisso, o último episódio… o que foi aquilo?! Tudo o que faltou na parte do meio da temporada apareceu aqui em abundância: descobertas, momentos tensos, reviravoltas e um momento completamente fora da caixa e surpreendente. O que isso significa para o futuro da série ainda é cedo para dizer, mas que deixou água na boca para o que aí vem, sem dúvida! Já desde a 4.ª temporada de Stranger Things que não me lembrava de estar tão entusiasmado a ver uma season finale. Parecia que estava lá e até me deu saudades de Lost, que era exímia a acabar temporadas.
No geral, esta 2.ª temporada de Silo foi boa. Sofreu de problemas de ritmo a meio, mas continua a ser uma das séries mais interessantes da atualidade, pela premissa, pela abordagem e pela qualidade da produção.
Bernard Holland (Tim Robbins) – Bernard sempre acreditou que estava um passo à frente de todos, mas a verdade é que apenas reagia quando as coisas não aconteciam como ele previa. A sua arrogância, a crença de que era a pessoa mais inteligente do Silo e o facto de subestimar os outros acabaram por ser a sua ruína. Cada decisão que tomou foi impulsionada pela convicção de que controlava o jogo, mas, no final, pagou um preço alto por essa ilusão de domínio, mostrando que, no Silo, ninguém está verdadeiramente no comando.
Melhor Episódio:
Episódio 10 – Into the Fire – O último episódio foi uma autêntica avalanche de acontecimentos. Depois de uma temporada marcada por altos e baixos, a série entregou um final à altura, onde tudo se encaixou e explodiu num clímax inesquecível. Descobertas inesperadas, tensões no limite e uma viragem narrativa que deixou qualquer um de boca aberta. Foi um daqueles finais que fazem esquecer os problemas que vieram antes e que renovam completamente o entusiasmo para o que vem a seguir.
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