One Piece – Review da 1.ª temporada
| 04 Set, 2023
8.55

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One Piece acompanha a história de Luffy, um pirata com o sonho de ser o rei dos piratas. Para tal, parte numa jornada, sem barco nem tripulação, e vai-se desenrascando à medida que os desafios aparecem. Esta série é baseada numa manga e num animé que já contam, respetivamente, com 1091 capítulos e 1074 episódios. Esta review vai abordar eventos que ocorreram durante a 1.ª temporada de One Piece sem entrar em spoilers sobre o que se irá passar. Caso queiras ver a review apenas do primeiro episódio, lê aqui.

O grande desafio do live-action de One Piece era fazer o que todos os restantes live-actions falharam até agora: trazer uma energia fiel ao conteúdo original sem cair no ridículo ou exagero. É com muita surpresa, mas agrado, que considero que este One Piece da Netflix conseguiu. Claro que alguns momentos são um pouco cringe quando vemos pessoas reais – em formato de animé não tanto – a fazer certas coisas, mas One Piece é mesmo assim e esta adaptação manteve-se fiel fazendo poucas alterações ao material original, mas as que foram feitas, na sua maioria, compreendem-se e facilitam a adaptação.

Esta temporada teve quatro arcos: a introdução a Luffy e o resgate a Zoro, realizado por Marc Jobst; aquele em que viajam até à aldeia de Usopp, realizado por Emma Sullivan; o arco de Baratie, quando recrutam Sanji, realizado por Tim Southam; e, por fim, o meu arco favorito de East Blue, o de Nami e Arlong Park, realizado por Josef Wladyka.

As personagens:

O core de One Piece é, e será sempre, a relação entre a tripulação de Luffy. Por isso era crítico que o casting fosse bem feito e conseguissem transmitir a mesma energia. Esta é a parte em que a série está melhor. Iñaki Godoy como Luffy transborda a mesma ingenuidade e excitação que a sua personagem deve ter; Emily Rudd como Nami também esteve bastante bem, especialmente nos últimos dois arcos onde puxaram mais por ela; Jacob Romero como Usopp é uma personagem irritante, o que só mostra que está muito bem entregue (já no animé, quando Usopp é introduzido é um pouco irritante, mas a boa notícia é que há esperança mais para a frente); Zoro (Mackenyu) e Sanji (Taj Skyler) individualmente estão muito parecidos, Zoro com a sua atitude de quem é demasiado fixe para querer saber e Sanji sempre a cortejar mulheres, mas a relação de um com o outro está perfeita. Uma picardia constante, mas no final do dia respeitam-se. Apesar de não ser parte da tripulação, quero dar um destaque a Jeff Ward como Buggy. Sempre que tinha cenas roubava as atenções todas. Foi incrível!

O enredo:

A história de One Piece é relativamente simples, só se vai é complicando quanto mais perto de encontrar o tesouro estamos. Um pirata, Luffy, quer encontrar o tesouro de que todos os piratas estão à procura e quem conseguir será considerado o rei dos piratas. Primeiro, Luffy consegue um barco, o Going Merry, e uma tripulação. Numa 2.ª temporada, caso haja, iremos em direção ao Grand Line, a linha que separa o East Blue de outros oceanos com piratas mais fortes. É suposto ser uma história divertida, com a sua quantidade de nonsense e momentos de emoção. Esta temporada teve tudo isso. Gosto particularmente que tenham usado o efeito elástico de Luffy também para momentos cómicos e não só para momentos de ação. As histórias de background de cada personagem estão muito bem contadas e sempre foram dos melhores momentos de One Piece, em destaque as de Sanji e o arco de Nami.

Realização/Efeitos:

Não é fácil adaptar animés a live-actions, mas tendo em conta o baixo padrão que temos de produções como Fullmetal Alchimist ou Death Note, esta adaptação está bastante boa. Os efeitos estão feitos de uma forma credível que não cria vergonha alheia ao ver e não fogem a usá-los quando deviam. As cenas de batalhas estão bem feitas e interessantes. Gosto também de como fazem a fusão com o animé e mostram as folhas das recompensas cada vez que introduzem uma personagem. A única preocupação que tenho é com o futuro. Há certas coisas que, se a série for para a frente, serão muito difíceis de adaptar ou de fugir a mostrá-las, mas isso será um problema para daqui a muitas temporadas.

Em suma, foi uma temporada divertida, fiel ao espírito de One Piece, que me deixou com um sorriso na cara nos momentos certos e a que espero que seja renovada. Perfeita? Não, mas foi boa e cumpriu o que era preciso. Confesso que esta opinião pode ser enviesada por ser um fã de longa data de One Piece que gostou de ver a obra adaptada e, especialmente, de sentir a nostalgia destes primeiros episódios.

Melhor episódio:

Episódio 7 – The Girl with the Sawfish Tattoo É o meu episódio favorito por um único momento. A backstory de Nami é boa, mas não é a minha favorita, aí preferia a de Sanji a passar fome numa pedra. No momento em que Nami, uma rapariga forte e independente, percebe que Arlong a enganou, fica desesperada, a reação dela é virar-se para Luffy e procurar um amigo. A reação de Luffy é compreensão total, quase nem querer saber, exceto que Nami é uma boa pessoa e luta contra tudo e contra todos pelos seus amigos. Quando Luffy coloca o chapéu em Nami e esta tem lágrimas nos olhos foi um momento muito pesado e importante, foi o momento em que Nami deixou de ser uma só para ser parte de muitos, parte de uma tripulação. E ainda vemos Zoro, Sanji e até Usopp preparados para irem para a guerra por Nami. Foi um momento tão épico como no animé.

Personagem de destaque:

Luffy Strawhat (Iñaki Godoy) – Estive quase a escolher Buggy mas isso seria pela surpresa. One Piece não conseguiria sobreviver sem o carisma, energia, patetice e ingenuidade de Luffy. É uma pessoa simples, muito direta, amigo do seu amigo e de pouco mais quer saber, mas deixa-nos constantemente com um sorriso na cara e Iñaki conseguiu trazer isso mesmo para a adaptação.

Temporada: 1
Nº Episódios: 8
8.55
9
Interpretação
9
Argumento
7.5
Realização
9
Banda Sonora

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