Innocent: verdadeiramente inocente ou culpado?
| 30 Set, 2021

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[Não contém spoilers]

Innocent é uma série antológica britânica que conta com duas temporadas, mas só a primeira está disponível no Disney+ e foi precisamente essa que vi. Este drama de 2018 conta a história de David Collins (Lee Ingleby), um homem acusado do homicídio da esposa, mas que foi libertado ao fim de sete anos, sem que três tribunais de júri tenham chegado a um consenso. No entanto, de forma a apurar a verdade, a polícia conduz uma nova investigação, que traz ao de cima segredos escondidos do passado.

A série pode não ter um ponto de partida muito original, pois são já muitas as histórias de acusados de crimes (que podem ou não ter cometido) de pessoas que lhes eram próximas, mas isso também não foi motivo que me desencorajasse a ver a série, porque o que realmente interessa é aquilo que se faz com a história e Innocent tem um primeiro episódio suficientemente bem conseguido que deixa o bichinho para ver mais. Depois já não havia nada a fazer, fiquei bastante curiosa para saber o que de facto tinha acontecido e devo dizer que o meu faro para estas coisas continua bom. Não fazia ideia de quem era o verdadeiro culpado, mas tive bons palpites acerca de três pessoas que estavam inocentes.

A investigação policial é metódica e bem feita e, em apenas quatro episódios, não tem como arrastar-se, o que só abona a seu favor. Outra componente bastante interessante da série é a exploração do impacto que o assassinato de Tara teve na família e nas relações entre os seus membros. A irmã e o cunhado de Tara ficaram com os sobrinhos, então com 8 e 5 anos, quando o pai foi preso, mas há ressentimentos enraizados entre os adultos, e a libertação de David abre essas feridas. Os tios não querem abdicar dos sobrinhos, o pai sente que já perdeu muito da vida deles e os miúdos sentem-se divididos entre uma espécie de lealdade em relação às pessoas que os criaram nos últimos anos e ao homem que é o pai deles.

A banda sonora é o que se exige numa série deste género, mas o melhor de tudo talvez seja mesmo o elenco, com especial destaque para Hermione Norris, que integrou o elenco de Luther. Norris é absolutamente extraordinária e apesar de a sua personagem ser uma das grandes suspeitas da morte de Tara, a verdade é que ela passa para este lado do ecrã uma vulnerabilidade incrível que, dada toda a situação, é do mais credível que se possa imaginar. O elenco é sólido, mas Norris brilha como nenhum outro colega de elenco consegue.

Se gostas de séries com investigações policiais e com uma boa componente dramática, esta 1.ª temporada de Innocent é uma boa aposta.

Diana Sampaio

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