This is Us – 01×13 – Three Sentences
| 28 Jan, 2017

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Three Sentences dá o nome a mais um episódio cheio de emoções, decisões, memórias e surpresas.

Começamos com uma sequência de aniversários do “Grande Trio” e da tradicional festa conjunta dos três irmãos. E aqui deixem-me elogiar algo que nunca destaquei nestas reviews e que é o excelente trabalho de casting de This is Us para as várias gerações de Kate, Kevin e Randall. Para mim, e não sei se partilham da minha opinião, é totalmente credível que aqueles bebés se tornem nas crianças que festejam o 9.º aniversário, que essas crianças se tornem os adolescentes que já vimos noutros episódios e que esses adolescentes venham a ser os atores adultos do presente.

Essa sequência de aniversários leva-nos até ao nono, porque foi o último antes de uma mudança própria da idade, cada um dos irmãos passou a querer ter a sua própria festa de anos. Kate queria uma festa de Madonna; Kevin queria uma festa de Princess Bride, um filme de 1987, para surpreender uma paixoneta de escola; Randall queria cumprir a regra de convidar toda a turma e, já agora, um mágico. As festas correram de modo muito diferente. Kevin foi o rei da sua festa, onde ia demonstrando a sua veia de ator. Acontece que roubou a audiência da festa de Kate, incluindo a sua melhor amiga Sophie. Felizmente Kate tinha lá o pai Jack para a fazer sentir-se melhor. Já Randall teve apenas três convidados presentes. Os pais tentaram tudo para trazer alguns amigos de Kate e Kevin para a festa de Randall, mas a verdade é que ele estava contente com a sua festa, pois inteligente como é, cedo percebeu que podemos ter muitos conhecidos, mas no final de contas, o que interessa são os verdadeiros amigos e ele tinha os seus três verdadeiros amigos a festejar aquele dia com ele. E no final do dia temos o mais importante, a família, e os cinco tornaram a cumprir as tradições doutros anos imbuídos de uma felicidade comovente, sem esquecer o aniversário do “Big Daddy”.

Kate tomou a decisão de não avançar com a cirurgia gástrica, pois tinham acabado de superar a cirurgia de Toby e talvez não fosse esse o momento certo para outro desafio semelhante. Em contrapartida aceitou ir para uma espécie de treino de campo Biggest Loser, com a particularidade do foco não estar no exercício físico, mas num tratamento psicológico que fizesse as pessoas com excesso de peso perceberem qual a razão que as levou a perderem o controlo e a chegarem ao estado a que chegaram. Kate tem um momento de exaltação que nos transporta até às memórias que estiveram na base do seu descontrolo. Começou com pequenas rejeições de crianças que foram cruéis consigo, por ser, na altura, gordinha; os momentos em que ficou na sombra do irmão, mas tudo isso foi uma gota no oceano e o oceano foi sem dúvida a perda do seu maior fã, uma das duas pessoas que mais a amaram, aquele que em cada um dos momentos em que ela esteve em baixo a trouxe para cima, o seu pai Jack. Com essa memória tivemos pela primeira vez uma noção do “quando” relativamente à morte de Jack e a mesma ocorreu na adolescência dos três irmãos, um momento crítico para o desenvolvimento. Milo Ventimiglia e o seu Jack têm sido, para mim, a maior inspiração no universo de This is Us: o imenso amor que tem para dar aos filhos, sobrando ainda espaço para querer ter mais um, ou simplesmente um cachorrinho, a constante atitude positiva, os sacrifícios, tornam-no a personificação da bondade e generosidade e a simples passagem pela sua morte entristece-me. Chegará um dia o episódio que se focará nesse acontecimento que terá sido, sem dúvida, o mais marcante para a vida de Rebecca, Kate, Kevin e Randall e será, sem dúvida, dramático para os fãs da série, mas até lá teremos muitos episódios de memórias felizes para nos encherem o coração.

Este foi também um episódio que ficou marcado pela completa mudança de William, motivada pelo fim da quimioterapia e o desaparecimento dos eventos adversos associados ao tratamento. Neste capítulo há vários modos de analisar e há certas ilações que não devemos esquecer. Em primeiro lugar, há que refletir que largar o tratamento não será a decisão correcta para a maioria dos doentes, que apesar de terem de passar por um período difícil têm ainda a oportunidade de se curar. Para os que inevitavelmente veem esta doença maldita anular as suas hipóteses de sobrevivência, a paixão com que William vive e aproveita os seus últimos tempos pode ser realmente uma motivação e inspiração. Na realidade, e infelizmente, serão raros os casos que se aproximem deste, mas ainda que faça a série perder algum do seu realismo dramático característico acho que pode funcionar como um exemplo para casos idênticos. A verdade é que tivemos momentos divertidíssimos vindos deste renovado William, o seu desejo de renovar o guarda-roupa, guiar pela primeira vez, aproveitar a evolução da tecnologia, como fez com o iPod… E o facto de Randall colocar o trabalho em segundo plano para alinhar nos desejos do pai foi bonito e mais uma vez uma lição de que muitas vezes as pessoas se esquecem: o trabalho é realmente muito importante, mas a família vem sempre primeiro.

Resta-nos falar sobre Kevin. A terapia de Kate teve lugar em Nova Iorque, o que levou Toby até uma cidade onde conhece muito pouca gente. Então a pedido da irmã, Kevin passa tempo com Toby. Curioso que o que seria uma tarde para Kevin fazer companhia a Toby numa cidade desconhecida, tornou-se numa sessão com Toby como psicoterapeuta de serviço, na qual ouviu as dúvidas amorosas de Kevin entre Sloane e Olivia. Mais curioso ainda, e surpreendente para nós, o resultado deste desabafo e desta reflexão é que a pessoa certa não era nenhuma das duas, mas sim uma terceira opção, o amor da sua vida, a tal paixoneta de escola, Sophie, com quem, pelos vistos, estivera casado há 12 anos atrás.

André Borrego

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