This is Us – 03×07 – Sometimes
| 17 Nov, 2018

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Na montanha russa de emoções que é This Is Us, o episódio Sometimes surge como uma reta mais suave, com uma boa dose de ternura, romance, ingenuidade e marcas do passado. No presente tivemos apenas Kevin e Zoe, no passado tivemos os princípio da relação Rebecca/Jack e, recuando ainda mais no tempo, fomos “mais fundo” até aos segredos do Vietname, três momentos que estão logicamente ligados, pois nada ocorre por acaso em This Is Us.

O núcleo Jack e Rebecca é quase sempre sinónimo de bons momentos de romance e esta vez não foi exceção, aliás, adicionou outros elementos novos à dinâmica que conhecemos entre os dois. Aquelas cenas iniciais de conquista, de se conhecerem um ao outro, de arriscarem e aprenderam a confiarem com “pequenos passos” deixou-me de sorriso no rosto, enternecido e de certo modo a relembrar a minha própria história, algo que This Is Us consegue brilhantemente com alguma frequência. A química entre Mandy Moore e  Milo Ventimiglia em cena é tão natural, tão real e genuína que facilmente acreditamos e vivemos as emoções que eles nos tentam (e quanto a mim conseguem!) transmitir.

Os momentos de Jack no Vietname e o encontro com os pais do colega de guerra que perdeu são novas peças no puzzle que é Jack Pearson e que consolidam a personagem, dando cada vez mais sentido às atitudes, comportamentos, decisões e ao seu modo de ver a vida a que já nos foi permitido assistir do seu “pós-guerra”.

A relação de Kevin e Zoe deu também um importante passo em frente esta semana, trazendo uma perspetiva e opção sobre uma questão que o episódio nos colocou: o passado deve ficar no passado? Ou devemos trazê-lo e partilhá-lo nas nossas relações? Talvez não haja uma resposta correcta: Jack guardou-o para si e decidiu não regressar às memórias que lhe pesavam na alma e a verdade é que se deu bem com isso. Kevin, por outro lado, quer descobrir esse passado para tentar conectar-se mais ao pai e quer ser um “livro aberto” na sua nova relação. Parece que Zoe está a entrar na mesma onda de Kevin, não acham? A revelação que partilha sobre o seu passado é prova disso mesmo, é uma prova de confiança no seu parceiro, para se abrir acerca de algo tão delicado, e assim, mais uma vez, com cautela e uma mensagem de esperança e superação, This Is Us lança mais um “grito de alerta” sobre um tema sensível, mas infelizmente real: abusos sexuais a menores, com a particularidade de aqui ter ocorrido entre membros da mesma família. São já vários os temas que necessitam de uma sociedade alerta e solidária que a série traz para o ecrã. E o que mais ressalvo cada vez que This Is Us se foca num desses temas é que o faz mostrando sempre uma mensagem de esperança.

Também a nível musical, outro ponto geralmente forte da série, houve surpresas, nomeadamente a música de Rebecca, Invisible Ink, cujas palavras dizem muito a Jack. Quanto a mim é algo que os criadores da série podem explorar e trazer mais músicas, quer para Rebecca quer para Kate.

E os figurinos, normalmente algo que não costumo destacar, são também algo que merece reparo, pois o detalhe e esforço neste capítulo para nos levar de geração em geração é notório. Basta pensarem neste episódio e nas cenas de Jack com Rebecca, os carros, a roupa (não só dos protagonistas, mas de quem interage com eles e dos figurantes), as músicas que passam nestas cenas, todo o cenário e envolvência que têm o poder de nos transportar para uma época diferente.

Foi um episódio sem Randall e sem Kate (sentimos sempre a sua falta!), mas não teve menos interesse por isso, os três núcleos em cena serviram o seu propósito. Começa a ser notório que a série está a criar excitação entre dois momentos cruciais que mais tarde ou mais cedo serão revelados: o momento da morte de Nick e a surpresa sobre o desvendar do mistério apresentado no final da temporada passada. Pelo que este episódio nos mostrou, começa a dar que pensar se houve alguma influência das decisões de Jack ou se ele poderia ter feito algo diferente para evitar o primeiro momento. Resta-nos esperar para descobrir!

André Borrego

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