Prison Break: Sequel – 01×04 – The Prisoner’s Dilemma
| 28 Abr, 2017

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[Contém Spoilers]

Ao 4.º episódio, Prison Break foi finalmente Prison Break, um episódio com um ritmo alucinante que manteve o interesse em alta a cada instante, acontecimentos inesperados, twists envolventes… estes é dos que nos transporta para os momentos áureos da 1.ª season. A mim surpreendeu-me pela positiva e terá sido com certeza do agrado de muitos fãs.

E o começo não auspiciava nada de bom. Víamos Scofield em circunstâncias que raramente vemos anteriormente, isto é, sem controlo da situação, sem os pormenores minuciosamente calculados e dependente da sorte e da vontade de outros, inclusivamente, de rivais. No seguimento do episódio anterior, Michael estava na solitária, juntamente com Ramal, Whip e Ja, todos em celas separadas. Após o fiasco do plano anterior, Michael estava “de mãos e pés atados” e por momentos fomos levados a querer que a única esperança era a ação de Lincoln no exterior.

Devido ao salvamento de Sheba, a gratidão do pai desta para com Lincoln levou-o a tentar pagar o favor com a libertação de Scofield à custa de um juiz que conhecia e que poderia declarar a ordem para Michael sair em liberdade. E essa declaração foi efetivamente passada, contudo de nada valia, uma vez que a aproximação do Daesh a Ogygia tornou a instituição prisional ingovernável. Com rebentamentos cada vez mais próximos, os guardas começaram a debandada, deixando os reclusos destinados à sorte e à vontade dos terroristas. Enquanto muita gente desejava sair, Lincoln estava disposto a entrar, disposto a tudo para salvar o seu irmão.

Scofield, no entanto, tinha uma última cartada, ele já havia estado numa daquelas quatro celas e sabia que havia um tijolo solto, marcado com um “S”, que ocultava um bastão com um gancho improvisado e capaz de arrancar os parafusos da cela em que ele próprio se encontrava agora. Este teria sido um plano prévio que não funcionara na estadia anterior na solitária, pois é um plano para dois e não teve um parceiro cooperante na altura, uma vez que quem estava por detrás da outra cela era Cross, um dos principais responsáveis pela sabotagem da fuga do episódio passado. Contudo o potencial parceiro do momento também não era o mais desejável, era nem mais nem menos que Abu Ramal, terrorista sem medo do destino pela crença no seu Deus, e até porque o cenário de invasão de Ogygia pelos terroristas era bem favorável para ele. No entanto, as palavras sábias de Michael, que sempre soube manipular os outros com a sua serenidade e soberania, e a ameaça interna crescente com os restantes prisioneiros a quererem chegar até ele para ganharem uma moeda de troca, levou-o a ceder. Com este cenário, Ramal e Scofield estavam uma vez mais na mesma equipa. Com Sid a matar a maior ameaça no interior da prisão, Cross, juntou-se aos quatro fugitivos da solitária e sem guardas a controlar foi possível a fuga da prisão.

Já no exterior, Michael tenta voltar a passar a perna a Ramal, o que o deixa à beira de ser decapitado. Mas, aqui sim, a concretizar-se o papel preponderante de Lincoln que salva o dia ao comando de um jipe com uma metralhadora bélica. Num momento de grande tensão sem ninguém a querer baixar as armas, Whip fez-se valer da sua velocidade e mestria com as mãos, que terá adquirido ao serviço da CIA, e cravou um punhal no peito de Abu Ramal. O momento mais aguardado estava consagrado, o reencontro dos irmãos, mas a missão acabava de ficar mais difícil ainda agora que tinham posto fim à vida do líder dos terroristas, o que colocou um exército inteiro no seu encalço, desejoso de os exterminar.

E na América o episódio não terá sido menos espetacular. Creio que não terá ocorrido nas temporadas anteriores vermos numa mesma cena Kellerman e T-Bag, que foram, sem sombra de dúvida, dois dos “melhores” vilões que Prison Break nos ofereceu. E essa cena foi carregada de simbolismo, embora tenha de ressalvar que a força destas duas personagens estando do lado oposto aos maus da fita é incomparavelmente menor. O twist do regresso de Kellerman no final da 4.ª temporada resultou muito bem na altura, mas tendo em conta o destino de alguns dos que Kellerman exonerou, essa “ressurreição” perdeu algum do seu propósito… e mais perdeu agora ao deixar-se matar pelos capangas do Poseidon sem ter deixado uma marca nesta sequela. Convenhamos que o super agente Kellerman da 1.ª temporada não se deixaria matar assim tão facilmente, a bondade não cai bem a todos e a ele amoleceu-o. Já T-Bag, com a matreirice e sorte que o vai sempre acompanhando, escapou e conseguiu ainda identificar a identidade do verdadeiro Poseidon. E não é que a cabeça do polvo é Jacob, atual marido de Sara? O vilão ser o marido da “protagonista” é um pouco cliché, é verdade, mas quem melhor para odiarmos e querermos ver morto do que a pessoa que ocupou o lugar do herói enquanto esposo de Sara, não estou a ver ninguém, mas isso só torna mais incoerente e sem sentido o relacionamento com Sara: depois de tudo o que esta passou, vai-se apaixonar por um mestre do crime…

A sequência da prisão chegou ao fim e, na minha modesta opinião, com algum brilhantismo. Apesar de alguns altos e baixos, foi bem sucedida, funcionou exemplarmente e trouxe ao de cima o estilo característico de Prison Break. Este episódio em particular fez-me recordar aquele episódio duplo da primeira temporada, do motim em Fox River, com a prisão em total estado de anarquia e com os irmãos a fazer de tudo por sobreviverem no meio da revolução, enquanto o seu plano se ia desenrolando pelo meio. Seguem-se 5 episódios virados para a segunda parte da fuga, a sequência que estará diretamente ligada ao elemento novo da trama, o terrorismo e estado de guerra civil do Iémen. Essa parte da trama tem sido apontada até aqui como a parte mais inconsistente, mas depois de um episódio excelente vamos dar o benefício da dúvida e esperar ser surpreendidos de novo.

André Borrego

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